quarta-feira, 31 de julho de 2013

PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA



LIBERDADE DE EXPRESSÃO TEM QUE SER PARA TODO MUNDO!
FORA PAULO BERNARDO!

PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA!

O Brasil falou, gritou, fez-se ouvir. O momento de luta e efervescência da juventude e do povo mostra a necessidade de transformações profundas, exigem coragem para fazer os enfrentamentos e rupturas necessárias para rumar o país ao desenvolvimento social, pleno e soberano.

Precisamos consolidar nossa democracia, possibilitar que a diversidade e a liberdade de expressão, de fato, tenham voz e vez. Para isso é central o debate em torno da questão da mídia no Brasil, atualmente sob o domínio de sete famílias que monopolizam o poder da disseminação, na maior parte fabricação, de informação no país.

O histórico das empresas de comunicação deixa claro de que lado estão e a quais interesses servem. Desde sua participação no regime repressor comandado pelo Exército Militar, passando pela manipulação do debate eleitoral na eleição presidencial em 1989 e se apresentando hoje como o partido da direita conservadora no país, não são poucos os fatos que caracterizam a mídia, protagonizada e liderada pela Rede Globo, como o instrumento utilizado pela classe dominante manter o poder.

A jornada de junho mostrou, mais uma vez, as tentativas da imprensa de manipular e disputar a pauta que mobilizou milhões de jovens em todo o território nacional. Inicialmente condenando as manifestações, rapidamente mudou seu discurso ao identificar a possibilidade de influenciar e direcionar as mobilizações, tentando emplacar pautas como a contrariedade a PEC 37, a redução da maioridade penal, a abordagem despolitizada do combate à corrupção e a rejeição às organizações e partidos políticos.

É chegada a hora de dizer basta, a juventude nas ruas entoou de norte a sul a palavra de ordem mais ouvida “Fora Globo”. A tentativa da mídia de dirigir as manifestações teve como resposta diversos atos em frente a grandes jornais, revistas e emissoras, fortalecendo a luta pela democratização dos meios de comunicação. Tiveram, inclusive, que esconder sua marca dos microfones por conta da rejeição sentida nas ruas.

Exigimos do governo federal uma postura forte. É inadmissível o gasto de bilhões em publicidade para os grandes veículos de comunicação, os mesmos inimigos do estado e do povo brasileiro. A cedência e renovação de concessões sem regulamentação e a tolerância ao crime de sonegação de impostos pela Rede Globo. Não há pelo Ministério das Comunicações nenhuma iniciativa para fortalecer rádios e TVs comunitárias, investir na ampliação da TV Brasil e em canais mais democráticos. O ministro Paulo Bernardo tem sido um aliado do monopólio midiático, de costas para o movimento social e para os anseios da população. Fora Paulo Bernardo!

A União da Juventude Socialista em conjunto com os movimentos sociais, coletivos de comunicação, Blogueiros progressistas e a todos que lutam pela democratização da mídia será incansável, a juventude invadiu as ruas com o sentimento e a vontade de participar independente das grandes coberturas televisivas.

Precisamos potencializar a internet como um meio para disputar a opinião da juventude, inserir esse debate no interior das escolas e universidades formando comitês e recolher até o mês de dezembro 100 mil assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular de Democratização da Mídia. Liberdade de expressão tem que ser para todo mundo!

União da Juventude Socialista

I Encontro de Jovens Feministas da UJS

 
 
“Emancipar as mulheres, construir o socialismo!”

Somos jovens mulheres feministas, estudantes, trabalhadoras, mães, artistas, esportistas que lutam por uma sociedade justa e igualitária, socialista! Rompemos amarras ao longo do tempo. Lutamos por liberdade, democracia e igualdade. Herdeiras das guerrilheiras do Araguaia carregamos no sangue a coragem e o amor a revolução.

A crise econômica que assola o mundo vitimiza, sobretudo as mulheres. A opressão da mulher caminha pari passo com a opressão de classes, afirmava Marx. O sistema capitalista acentua as desigualdades sociais e a opressão contra a mulher. As jovens, negras e pobres são a parcela da população que mais sente na pele seus efeitos, configurando nos altos índices de violência doméstica, desemprego e mortalidade materna. O capitalismo é o inimigo central das mulheres e principal obstáculo a ser superado para conquistarmos nossa plena emancipação. Emancipar as mulheres é construir o socialismo!

As mulheres representam 50% da população brasileira, do eleitorado e da PEA (população economicamente ativa), no entanto essa proporção não se reflete nos espaços de poder. A eleição da presidenta Dilma é uma vitória para as mulheres que agora podem sonhar em serem professoras, médicas, advogadas, mais também presidentas da República. Isso representa uma ruptura significativa na lógica machista e patriarcal de uma sociedade como a nossa que relega as mulheres apenas o espaço privado da família e dos cuidados do lar. Não somos educadas para dirigir, mas ser dirigidas. No entanto este fato por se só não resolve os problemas das mulheres brasileiras nem acaba com o machismo. É preciso disputar consciências. E isso só será possível com reformas estruturantes que combatam a reprodução do machismo e a opressão contra a mulher.

Uma década de governos progressistas

É inegável que houve avanços significativos para as mulheres na última década. A criação da  Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, as conferências de políticas públicas para as Mulheres, a Lei Maria da Penha, programas sociais diversos que empoderam mais a mulher como minha casa minha vida e bolsa família. No entanto, são insuficientes para sanar séculos de discriminação e opressão contra a mulher. Os dados elevados de violência contra a mulher  comprovam a ineficiência dos serviços públicos. É preciso aprofundar as mudanças em curso no Brasil. As mulheres que foram as ruas em junho querem mais! E tem grandes expectativas com uma mulher no comando da nação.

Democratização dos Meios de Comunicação

Diariamente somos vítimas do machismo, que se expressa de várias formas na sociedade. Sobretudo através dos meios de comunicação. Esteriótipos de beleza e subsmissão são reproduzidos diariamente na TV, nas rádios, nos jornais e permeiam o imaginário popular. Democratizar os meios de comunicação é estratégico para desconstruir a cultura do machismo.

As meninas no poder: Reforma Política já!

Há 100 anos conquistamos o Voto feminino. E apesar de sermos a maioria do eleitorado as mulheres representam menos de 10% do Congresso Nacional. A tripla jornada de trabalho, a questão cultural e a falta de investimentos elevam as mulheres a estar longe das disputas ao parlamento. Precisamos de uma Reforma Política que assegura maior participação das mulheres, com financiamento público de campanha, lista fechada com alternância de gênero. Ampliar a participação das mulheres nos espaços de poder é aprofundar a democracia brasileira.

Por uma educação inclusiva e não sexista

A educação deve emancipar a sociedade. No entanto, as escolas e as universidades estão a quem desse desafio. A questão de gênero esta invisibilizada nos currículos, precisamos de creches e alojamentos femininos, mais segurança no campus para evitar os estupros, combater os trotes machistas. A gravidez precose retira das salas de aula milhares de meninas ampliando os índices de evasão escolar. Precisamos de uma escola e uma universidade emancipadora e feminista!

#ForaFeliciano – Por um estado laico!

Em tempos de Marcos Feliciano e de uma forte bancada religiosa no congresso nacional não é obvio defender um estado laico. A constituição brasileira e os direitos humanos vêm sendo ignorados pelo parlamento. A intolerância religiosa inibe que avancemos em debates estratégicos para as mulheres e gera por sua vez projetos como a “Cura Gay”. Em defesa dos direitos humanos, pela igualdade social e de gênero: #ForaFeliciano!

Aborto: Questão de saúde pública!

O aborto é um problema de saúde pública no Brasil. Milhares de jovens mulheres, negras e pobres têm suas vidas ceifadas pelas mãos de açougueiros em clínicas clandestinas. Este tema ainda e um tabu na nossa sociedade. As poucas mulheres que se lançam a vida pública que ousam fazer esse debate são demonizadas nas eleições, fato que ocorreu, por exemplo, com a presidenta Dilma. Enfrentar este debate é salvar a vida das nossas jovens mulheres e assegurar a autonomia da mulher sobre seu corpo.

Mais políticas públicas. Menos violência!

A cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil. A violência contra a mulher impede o  desenvolvimento nacional. É que pese a Lei Maria da Penha ser um instrumento importante para coibir a violência contra a mulher falta mais equipamentos públicos para assegurar sua plena implementação. Existem apenas 520 (Delegacias Especiais de atendimento à mulher) num total de 5 mil municípios, por exemplo. Precisamos de mais centros de referência, casas abrigos, varas especializadas e programas sociais que reintroduzam a mulher vitiminada no mercado de trabalho assegurando sua independência financeira.

Igualdade salarial

Apesar de ter 03 anos a mais de escolaridade que os homens, recebemos 30% menos no mercado de trabalho ocupamos muitas vezes as mesmas funções. A emancipação econômica é fundamental para a emancipação da mulher.

As mulheres nas ruas conquistam vitórias!

A União da Juventude Socialista dirige as principais entidades estudantis do país: UNE, UBES e  ANPG. No último congresso da UJS, aprovamos que 50% de mulheres na direção. O empoderamento das mulheres na nossa organização é um caminho sem volta!
Convocamos por tanto o conjunto da nossa militância a construir o I Encontro de Jovens Mulheres Feministas da UJS. Assumimos o desafio de aprofundar nossa elaboração e ativismo para conquistar mais direitos para as jovens mulheres brasileiras e afirmar o socialismo como caminho para sua plena emancipação!

UJS

sábado, 27 de julho de 2013

Denunciar a condenação arbitrária de cubanos nos EUA é tarefa humanitária


Os 5 cubanos presos nos EUA viraram heróis

Na continuação da entrevista com José Angel Maury, secretário de relações internacionais da União da Juventude Comunista (UJC) de Cuba (leia a primeira parte da entrevista aqui), Maury discorre sobre a importância de Che Guevara na formação da juventude em seu país e se emociona ao falar do revolucionário argentino-cubano e também sobre a questão dos cinco cubanos encarcerados, por quase 15 anos, nos Estados Unidos, num julgamento totalmente suspeito.

Abaixo a íntegra da continuação da entrevista que teve sua primeira parte publicada ontem:

UJS – Continuando a falar do Brasil. Aqui as mulheres compõem 50% da população, mas não têm igual representação política e nem em cargos de direção no setor privado. Predomina um machismo secular. Em Cuba é diferente?

José Angel Maury – Em Cuba todos vivem em condições de igualdade. Aliás, a mulher cubana ocupa 60% da força laboral do país e também 60% dos cargos de chefia em todos os setores da vida cubana. Na Assembleia Nacional, as mulheres são cerca de 50%, inclusive.

A revolução tem desenvolvido uma política na qual defende a igualdade de direitos para toda a sociedade. A igualdade de oportunidades é uma política do Estado. Em todos os âmbitos da sociedade as mulheres têm participação importante.

UJS – A juventude cubana se sentiu afetada pela espionagem norte-americana na telefonia e na internet?

JAM – Cuba é espionada há mais de 50 anos pelo imperialismo ianque. Neste caso da denúncia de espionagem feita pelo governo norte-americano na internet e em telefones do mundo todo, a Revolução Cubana sempre se colocou do lado daqueles que lutam por um mundo melhor. E o Ex-agente da CIA Edward Snowden é um cidadão que se apegou à verdade e decidiu denunciar um conjunto de fatos importantes para conhecermos o verdadeiro caráter do imperialismo.

É importante destacar como funciona o sistema de espionagem que Cuba já conhecia. Entendemos que o governo norte-americano trata o Snowden como “traidor da pátria” para desviar a atenção da opinião pública para o tema central que é a invasão de privacidade dos cidadãos e dos Estados nacionais, ofendendo a soberania dos países.

Na verdade, é muito fácil para os norte-americanos desviar do assunto mais importante na questão. São eles que fabricam as notícias e as espalham pelo mundo. Dessa maneira, querem apagar a informação que se revelou pela denúncia do ex-agente da CIA.

O caso envolvendo o avião do presidente da Bolívia Evo Morales é ilustrativo. O imperialismo utilizou Snowden para fazer provocação à Morales e criaram mais um fato para desviar do foco principal.

UJS – A blogueira cubana Yoani Sánchez espalha pelo mundo que falta liberdade em Cuba, mas ela mora e mantém um blog no país, pelo qual expressa todas as suas opiniões. Ela entra e sai de Cuba a hora que quer e seu blog funciona bem, como se explica isso?

AJM – Como vê ela própria se desmente. Porque essa liberdade que ela tem, mostra que há liberdade de expressão em nosso país. Mas essa moça é uma mercenária que recebe benefícios econômicos através da outorga de prêmios, que se constitui numa nova forma de pagar pelo trabalho de pessoas que servem aos imperialistas.

Ela mora em Cuba, mas não é conhecida nem por seus vizinhos. Não tem a representatividade que querem passar para a opinião pública, Ela não representa nada. Não passa de uma personagem midiática criada pelos ianques par tergiversar sobre a realidade cubana.

UJS – Como a juventude encara a prisão dos cinco cubanos, condenados nos Estados Unidos como terroristas e o que ações estão promovendo para conseguir libertá-los?
Cartaz denunciando a manipulação da justiça norte-americana


JAM – O povo cubano está convencido de que a única maneira para liberar os cinco, somente rompendo o muro do silêncio midiático criado nos Estados Unidos. Para nós, os recursos legais já estão todos esgotados e estamos convencidos de que o único caminho é mostrar toda a realidade desse julgamento injusto para a sociedade norte-americana.

O que fizeram com esses cinco cidadãos cubanos não é somente uma injustiça, já se refere a questão de Direitos Humanos. No dia 12 de setembro completará 15 anos que eles estão presos, sem contato com sãs famílias. São privados de estar com suas esposas, da convivência familiar, Até a perda de pais ou irmãos eles não podem acompanhar. São privados do direito fundamental de formar uma família. Não puderam acompanhar o crescimento de seus filhos, que também foram privados de seus pais. Tem sido negado a eles todos os direitos a uma vida junto de quem amam e os ama.

UJS – Como foi o julgamento deles?

AJM – O julgamento foi em Miami. Como pode haver justiça se não tiveram o direito amplo de defesa respeitado. Foi um julgamento sem ética, sem credibilidade. No dia do julgamento pagou-se a inúmeros jornais norte-americanos para manipular a informação para criar clima desfavorável na opinião pública e impedir um julgamento justo nesse processo.

O tema foi apagado da opinião pública norte-americana. Por isso, estamos pedindo a todos as pessoas, essencialmente aos jovens, do mundo que se sensibilizam por causas justas para ajudar a romper esse silêncio midiático. Já está provado que o processo judicial foi manipulado para condenar os cinco, mesmo sem provas. Foi um caso orquestrado para servir aos interesses da máfia terrorista e anticubana de Miami.

A estratégia agora é divulgar massivamente o caso, tanto quanto possível. Confiamos no trabalho do corpo a corpo, boca a boca para denunciar aos norte-americanos dessa injustiça cometida em solo de seu país, que querem democrático.

Apelamos aos jovens brasileiros sensíveis a causas humanas e justas, com contato com norte-americanos, que façam chegar e eles essa importante denuncia desse julgamento fraudulento, ocorrido em 12 de setembro de 1998.

UJS – O que Che Guevara representa para a juventude cubana?

AJM – Che é um paradigma, um exemplo a ser seguido. Sua qualidade de revolucionário, de combatente, de características humanas profundas, e lealdade a toda a prova com as causas justas da humanidade. Che tinha autenticidade, modéstia e sobrepunha os interesses coletivos aos individuais. Essas são as qualidades que os jovens cubanos admiram no comandante Che, além de eu internacionalismo, como deve ser todo revolucionário.

Para noticiar a morte de Che em outubro de 1967, Fidel convocou o povo e disse: “Como a gente quer que sejam as nossas crianças? Como a gente quer que sejam os n ossos jovens? Queremos que sejam como Che”. Isso mostra a importância que Che tem para Cuba e para o mundo.

Ele foi um expoente inigualável do homem do futuro. Estava a frente do seu tempo. Chegou a ser ministro de Cuba. Depois largou tudo para levar a revolução ao mundo. Foi ao Congo na África, voltou a Cuba e partiu pra a Bolívia, onde foi assassinado. Mas todas as suas atitudes mostram seu compromisso com a humanidade.
Em nosso país, todo cubano cresce conhecendo a história de Che, o temos como herói. E saber de sua história é importante para a formação do socialismo.

Um caso numa fábrica de bicicletas ilustra seu caráter e sua abnegação. Ao visitar a fábrica, o gerente presenteou uma de sua filhas com uma bicicleta. Che deu pesada bronca no gerente e pergunto à sua filha se ela sabia por que está devolvendo essa bicicleta. Ela respondeu que sim e foi devolver. Assim era Che.

Por Marcos Aurélio Ruy, da redação e Mateus Fiorentini, secretário geral da Oclae
FONTE: UJS

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Em Cuba, nenhum ser humano é abandonado à própria sorte*


José Maury, secretário de relações internacionais da UJC

A União da Juventude Socialista (UJS) entrevista o secretário de relações internacionais da União da Juventude Comunista (UJC) de Cuba, José Angel Maury, que veio ao país para participar do XIX Encontro do Foro de São Paulo.

O Foro foi criado em 1990, pelo ex-presidente Lula, em união com o então, presidente cubano Fidel Castro e reuniu líderes e organizações não-governamentais da América Latina e do Caribe. Para mais informações leia aqui.

O primeiro encontro do Foro aconteceu em São Paulo, além da presença de Fidel Castro e Lula, contou com a participação de mais 48 organizações, juventudes e partidos políticos. Hoje, em sua XIX edição, é o maior encontro da esquerda do mundo, conta com mais de 100 entidades participantes. No Brasil, entre os partidos políticos que o integram, estão o PCdoB, o PT e o PSB. A UJS é uma das entidades protagonistas do Foro.

Além do encontro realizado em São Paulo, aproveitamos também a passagem do 60º aniversário do assalto ao Quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, simultâneo á tentativa de tomar o Quartel Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo. Fidel e Raul Castro foram presos em Santiago de Cuba, juntamente com outros revolucionários, sendo absolvidos dois anos depois, sob forte pressão popular.

Ocorrido em 1953, a tentativa de tomar esses dois quartéis deram a largada para a Revolução Cubana. A partir daí criaram o Movimento 26 de Julho e lideraram o povo cubano às vitória em 1º de janeiro de 1959, quando Fugencio Batista fugiu do país e Fidel liderou seus companheiros a construir o primeiro país socialista no continente americano. A Revolução Cubana influenciou transformações na América Latina, África e Ásia.

Para Maury, a Atualização do Modelo Econômico em Cuba “é a continuidade histórica da revolução”, onde a juventude mostra disposição de levar a revolução adiante e avançar nas conquistas efetuadas nestes 54 anos de socialismo em Cuba. Leia abaixo a íntegra da primeira parte e amanhã encontre neste mesmo site a continuação dessa longa entrevista:

UJS – As mudanças que estão sendo implementadas em Cuba são bem vistas pela juventude?

José Angel Maury – A Atualização do Modelo Econômico é a continuidade histórica da revolução. Porque o trabalho do imperialismo norte-americano para derrotar a Revolução Cubana volta-se para as novas gerações. O imperialismo aposta no fim da geração histórica da revolução com a morte dos principais líderes do país e com isso surja uma nova geração sem os valores da revolução. Assim, o imperialismo acredita no fim do socialismo e acha que poderá voltar a dominar Cuba.

UJS – E podem?

JAM – A revolução continua viva em Cuba. Desenvolvemos um trabalho onde cada jovem combatente age com disciplina para cumprir suas tarefas de maneira eficiente em tudo o que tem que fazer para cumprir seus deveres frente à sociedade. Para mostrar a disposição da juventude em levar a revolução adiante, 99 mil jovens se incorporaram ao trabalho por contra própria. Uma boa novidade é que cerca de 40 mil receberam o direito de uso e fruto para trabalhar na terra. Com isso, ficam com uma parte da produção para si. Trabalhamos para que cada jovem se conscientize da importância de sua contribuição pessoal ao processo de Atualização do Modelo Econômico.

UJS – Como esse trabalho se desenvolve?

JAM – Os jovens cubanos se dedicam aos estudos com muito afinco, porque sabem da necessidade de aprimorar os conhecimentos para o embate com o inimigo. Também no trabalho sabemos da necessidade de cumprir as tarefas para cumprir bem nossa missão e elevar a economia do país.

UJS – Mas e o bloqueio promovido pelos Estados Unidos há mais de 50 anos, não impede que Cuba se desenvolva mais rapidamente?

JAM – O bloqueio imperialista é um obstáculo a toda a sociedade cubana. Desde que foi imposto em 1962, o bloqueio atrapalha o desenvolvimento econômico e social de Cuba. Afeta a educação dos jovens, a qualidade do ensino, a saúde. Embora os índices na educação e na saúde no país estejam entre os melhores do mundo, acreditamos que seriam muito melhores sem o bloqueio, porque ele atrapalha a vida de todos os cubanos.

UJS – Como isso ocorre?

JAM – O desenvolvimento cultural é muito afetado. Todo o processo de formação dos jovens é prejudicado. Mais de 70% da população cubana nasceu sob a vigência do bloqueio desumano imposto ao nosso país. O bloqueio é uma afronta muito grave à soberania nacional de Cuba e a juventude tem plena consciência da importância de denunciá-lo todos os dias.

UJS – O momento que vive a América Latina, onde em diversos países foram eleitos dirigentes de esquerda, isso ajuda Cuba a superar os efeitos desse bloqueio?

JAM – Consideramos que o momento que vive a América Latina é único na história. Nos anos 1960, os Estados Unidos dominavam a política regional amplamente, chegando a forçar a Organização dos Estados Americanos (OEA) a expulsar Cuba de seus quadros, em 1962. Vivíamos a Guerra Fria e os norte-americanos estavam assombrados com o fantasma do comunismo. No continente americano, o México foi o único país a reconhecer a Revolução Cubana.

UJS – O que significa a readmissão de Cuba à OEA em 2009?

JAM - Essa reincorporação de Cuba à OEA mostra como o cenário da América Latina é singular na história. Hoje a maioria dos países preza pro sua independência, pela sua soberania e não se curvam mais aos ditames do imperialismo. A OEA foi criada pelo imperialismo e atualmente está totalmente desacreditada, o que mostra o declínio do império norte-americano.

UJS – Nesse contexto o que representa a criação da Comunidade dos Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac) em 2010 para a América Latina?

JAM – A Celac inclui em seus quadros todos os países da América Latina. Desde o rio Bravo no México até a Patagônia na Argentina, como defendia o líder José Martí. Esse fato é muito importante, porque não se resume a Cuba, mas a toda a região e mostra o isolamento dos Estados Unidos no continente. É um momento apropriado para a unidade latino-americana.

UJS – Mas ainda há muita propaganda contra o socialismo de Cuba e contra a integração dos países da América Latina. Como isso se reflete em Cuba?

JAM – Qualquer análise que fazemos parte do princípio da revolução de que nenhum ser humano seja abandonado à própria sorte. A Constituição cubana assume esse papel do Estado com a proposta de José Martí. Ele disse: “Eu quero que o primeiro artigo da Constituição cubana seja o culto à dignidade plena do homem”. E além de estar escrito na carta magna do país, isso é algo que se aplica em todas as instâncias da vida.

UJS – A mídia tradicional vive dizendo que há escassez de muitos produtos em Cuba.

JAM – É verdade que existe alguma escassez, mas os produtos básicos para ma vida digna estão garantidos e são distribuídos de forma equitativa, como elementares para a sobrevivência de cada cidadão cubano. Temos o princípio de cada ser humano seja uma pessoa digna. E a Atualização do Modelo Econômico vai de encontro a esse princípio Martiniano expressado no primeiro artigo da nossa Constituição.

UJS – Alguém passa fome em Cuba?

JAM – Ninguém passa fome em Cuba. A atualização vem no sentido de melhorar, de avançar nas conquistas da revolução. Antes da revolução, Cuba não passava de um verdadeiro quintal dos Estados Unidos. Mas hoje, 54 anos depois da vitória revolucionária, os cubanos não se conformam somente com os bens básicos. E a atualização vem para melhorar a situação de existência no país.

UJS – Como isso se dá?

JAM – A Atualização do Modelo Econômico visa criar um socialismo próspero e sustentável para melhorar a condição de vida dos cubanos. E ainda ser capaz de se manter pelos próprios esforços, com utilização dos próprios recursos para sustentar seu desenvolvimento.

UJS – A relação de Cuba com o Brasil mudou sensivelmente a partir do governo Lula e se mantém com presidenta Dilma. Para os cubanos é importante ter bom relacionamento com o Brasil?
JAM – Sem dúvida. Hoje Cuba está construindo uma obra muito importante para os dois países. Para nosso país, o Brasil é o principal colaborador para impulsionar nosso desenvolvimento. Trata-se da Zona Especial de Desenvolvimento Mariel, que não tem a ver somente com a modernização do porto, mas a construção de um complexo industrial que trará bastante benefício a Cuba. O Brasil é nosso parceiro nesse projeto para criar espaço para Cuba voltar a ser a porta de entrada para a América Latina. Pode ser tão atraente pela redução de custos, que todos podem ignorar o bloqueio norte-americano.

O contrato do Mariel foi feito entre empresas e não entre governos. Em relação aos cubanos, entendemos essa construção como um bom exemplo de como aproveitar capital estrangeiro em nosso país.

UJS – Como a juventude cubana acompanhou os protestos promovidos pelos jovens brasileiros em junho?

JAM – Sim e encaramos de maneira muito positiva. Acreditamos que os jovens devem procurar participação nas decisões de todos os países. Mas também encaramos muito positivamente a reação do governo brasileiro frente às demandas sociais reivindicadas pelas mobilizações. Ao contrário de governantes dos países da Europa, e grande crise, o governo brasileiro chamou todas as forças sociais para conversar e encaminhar projetos que atendam as reivindicações.

UJS – O governo brasileiro criou o Programa Mais Médicos para contratar profissionais onde há falta deles. Esse programa abre a possibilidade de contratação de médicos estrangeiros e aventou-se a possibilidade de contratação de cubanos. Mas houve reação negativa das entidades no país. Essas entidades acusam que os cubanos vêm para fazer “propaganda do comunismo”. O que tem a dizer sobre isso?

JAM – Os médicos cubanos não vêm aqui pra fazer política, vem para trazer solidariedade, assistência à saúde. De qualquer forma, respeitamos a decisão soberana que o Brasil tomar. Cuba vem somente para colaborar com um projeto tão importante para melhorar a saúde do brasileiro.

Cuba tem reconhecidamente reputação de apresentar um dos melhores atendimentos em saúde do mundo. Recentemente houve manifestação em Portugal pela permanência de médicos cubanos que atuam nesse país europeu há tempos. A população se manifestou pela renovação do contrato. Isso mostra que trabalhamos bem.

*Leia a continuação da entrevista amanhã.

Por Marcos Aurélio Ruy, da redação e Mateus Fiorentini, secretário geral da Organização Continental Latino Americana e Caribenha dos Estudantes (Oclae)

Fonte: UJS

UBES COMEMORA 65 ANOS NAS RUAS DO BRASIL


A data de 25 de julho de 2013 é sim o aniversário da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), mas muito mais que isso!

São 65 os anos de luta, mas a cara que dá corpo e voz para UBES é de uma molecada jovem que parte dos bancos das escolas para organizar grêmios estudantis, mobilizar as cidades e construir, coletivamente, grandes mudanças na educação brasileira. É dentro da UBES que, há mais de seis décadas, a juventude secundarista trava as grandes lutas da história do nosso Brasil, ocupando as ruas e os corações das diversas gerações que ajudam dia após dia a construir o legado da entidade.

No universo das cores da bandeira brasileira, o novo logo comemorativo de 65 anos faz apologia aos anos de atuação e de construção da entidade que protagonizou importantes lutas sociais, prestígio alcançado nas marcas da coragem dos meninos e meninas do Brasil! Com muito orgulho, a tão comemorada “Gestão 65 Anos da UBES” permanece disposta e cheia de novidades para relembrar a resistência e o protagonismo que o aniversário da “sessentona” acompanha!

Quem acompanha as atividades da UBES nos últimos anos, com suas centenas – às vezes, milhares – de participantes, talvez não consiga imaginar as origens mais modestas da maior entidade estudantil secundarista do país. Desde a década de 30, os secundaristas já se articulavam pelo Brasil em entidades. A Revolta dos Bondes, a defesa do petróleo, a luta pela lei que decreta o direito à formação dos grêmios estudantis aos anos de enfrentamento à ditadura militar são algumas das grandes contribuições que esta entidade traz em sua história.

A abertura do processo de democratização, a pressão social por mais atenção às pautas da população com os secundaristas nas ruas são o símbolo máximo do protagonismo de cada estudante que nunca saiu das ruas. Derrubar um presidente, mobilizar a opinião popular e abrir caminhos para participação das forças populares é o que garante que a UBES, aos seus 65 anos, seja uma luta aconselhável e permanente.

De norte a sul do país, é dos grêmios estudantis, nas entidades municipais e estaduais que nasce a força da UBES. O desafio de um país com educação pública e de qualidade é o que encaminha as manifestações históricas nas ocupações dos espaços de decisão. As passeatas e palavras de ordem em defesa da reserva de vagas, gestão democrática nas escolas e o passe livre, são inconfundivelmente, a voz da juventude secundarista.

Hoje, quem conhece a UBES, sabe que a pauta dos 10% do PIB, 50% do Fundo Social do Pré-sal e 100% dos royalties do petróleo destinados à educação são lutas irremediáveis na agenda de todos os estudantes. Sabe também, que continua nova a luta, renovada no cotidiano nas salas de aula do Brasil, rumo à novas conquistas para aqueles que nunca irão parar de lutar!

Viva os 65 anos da UBES, viva aos estudantes secundaristas do Brasil!

FONTE: UBES

André Tokarski: A juventude quer participar das decisões


André Tokarski, presidente da UJS

 Em entrevista para o especial O grito das ruas em disputa, da revista Princípios (Editora Anita Garibaldi), o presidente da União da Juventude Socialista (UJS), André Tokarski analisa as manifestações de junho, que sacudiram o país, quando milhares de jovens ocuparam aas ruas do país para exigir “as reformas democráticas que ofereçam igualdade de oportunidades e justiça social a todo o povo e à juventude, com educação, saúde, trabalho decente, segurança e transporte público de qualidade”, reforça.

Para Tokarski, “a juventude quer ser ouvida e quer participar do processo de decisão das principais pautas do país”. Assegura também que “a militância da UJS é parte das centenas de milhares de jovens manifestantes”, para ele, “as manifestações deixam claro que o Brasil possui uma energia democrática viva e forte”. Com na música É de Gonzaguinha: “É!/A gente quer viver pleno direito/A gente quer viver todo respeito/A gente quer viver uma nação/A gente quer é ser um cidadão (…)A gente quer valer o nosso amor/A gente quer valer nosso suor/A gente quer valer o nosso humor/A gente quer do bom e do melhor…” (Redação). Abaixo os principais trechos da entrevista:

Posição da UJS diante das manifestações.

A militância da UJS é parte das centenas de milhares de jovens manifestantes que tomaram as ruas do país no mês de junho. As manifestações deixam claro que o Brasil possui uma energia democrática viva e forte, e essa energia se expressa na força que a juventude demonstra a tomar as ruas e lutar por nossos direitos.

Diferente da Europa, em crise, onde os jovens hoje lutam para não perder direitos já conquistados, a nossa luta no Brasil é para conquistar mais direitos. A UJS enxerga nesse momento de intensa participação política, em especial da juventude, uma grande oportunidade para realizarmos as reformas democráticas que ofereçam igualdade de oportunidades e justiça social a todo o povo e à juventude.

Já conquistamos muito nos dez anos de governo Lula/Dilma. Acabamos de aprovar no Congresso Nacional o Estatuto da Juventude. É uma conquista histórica, mas à medida que se consolidam conquistas, queremos avançar mais.

No meio da profusão de pautas que apareceram nas ruas, uma coisa é certa: a juventude quer ser ouvida e quer participar do processo de decisão das principais pautas do país.

O Movimento Passe Livre (MPL), as manifestações e a UJS.

O MPL foi, sem dúvida, o principal articulador e protagonista da luta pela redução da tarifa do transporte público na cidade de São Paulo, mas essa luta ultrapassou tanto as fronteiras da cidade, ganhando as ruas de todo o país, quanto também não se limitou à pauta do valor da passagem.

A pauta do transporte foi o catalisador que desencadeou essa onda de protestos mas, como todos vimos, bandeiras como a defesa da educação e saúde de qualidade, o combate à corrupção e a reforma política também foram pautas dos protestos.

A UJS não participa do MPL, mas nos somamos aos companheiros do MPL nas ruas há bastante tempo, nas lutas contra os preços abusivos do transporte coletivo e na defesa do passe livre estudantil, bandeira que defendemos há bastante tempo.

Presença das entidades estudantis nas reivindicações.

As manifestações na foram de ninguém e de todos ao mesmo tempo. As entidades estudantis participaram ativamente das mobilizações. Muitas das pautas defendidas nas ruas sã defendidas também pelas entidades estudantis.

A grande imprensa circulou versão de que a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), por exemplo, estavam fora das passeatas. É uma grande mentira. A própria presidenta da UNE, Vic Barros, participou das primeiras manifestações em São Paulo contra o aumento da passagem quando o movimento não tinha ganhado toda essa dimensão.

Foi fruto da atuação das entidades estudantis que conquistamos mais de um milhão de estudantes Prounistas, mais de 240 institutos federais de ensino superior e tecnológico. A reserva de vagas em universidades federais para negros e estudantes de escolas públicas virou realidade. Nesse mesmo período foram criadas dezenas de universidades federais, fruto dessa luta, mais que dobrou o número de vagas nas universidades federais brasileiras.

O Congresso Nacional está próximo de aprovar a destinação dos recursos do petróleo e do fundo social do pré-sal para a educação, bandeira esta que foi apresentada à presidenta Dilma e aos parlamentares pela União Nacional dos Estudantes. Na realidade, talvez estejamos vivendo o período mias vitorioso da UNE nas pautas educacionais.

A UJS nas redes sociais.

A UJS já participa dos movimentos nas redes sociais. No ano passado realizamos o nosso 16º Congresso Nacional que teve como chamada: “Nas redes e nas ruas, lutando pelo Brasil dos nossos sonhos”. A UJS está atenta

E aberta à participação da juventude nas redes. Essa é uma realidade e cm a ampliação d acesso à internet em nosso país tende a ter papel cada vez mais importante nas lutas da juventude.

Bandeiras e hostilidades.

Em todas as passeatas participamos levando nossas bandeiras e as nossas propostas. A UJS na foi hostilizada em nenhuma manifestação, mas sem dúvida houve uma reação agressiva e antidemocrática a pessoas que portavam bandeiras de partidos em algumas manifestações.

Há tempões a grande imprensa vem associando a atividade política unicamente a coisas ruins, para algumas pessoas já virou quase sinônimo “política” e “corrupção”. Por outro lado, a sociedade já não se vê mais representada pelas instâncias de poder no país. Há uma grave distorção a representação política e em especial no parlamento. O Brasil ainda vive uma espécie de onda jovem. Somos 50 milhões de jovens entre 15 e 29 anos e quando olhamos o Congresso Nacional reconhecemos poucos representantes que se identificam de fato com as ideias e demandas da juventude.

Isso gera uma descrença com as instituições tradicionais da política. Nesse sentido, o debate sobre a reforma política ganha muita relevância. A juventude quer ser ouvida e quer participar do processo de decisão das principais pautas do país.

Os cinco temas apresentados pela presidenta Dilma.

Acredito que a presidenta apresenta uma agenda positiva e progressista para país. Precisamos aproveitar a força das mobilizações de rua para finalmente realizar as reformas democráticas que o Brasil precisa para atingir um novo patamar de desenvolvimento e democracia.

A democratização dos meios de comunicação ficou fora das pautas propostas pela presidenta, mas está entre as nossas prioridades. A UJS vai reforçar a coleta de assinaturas do Projeto de Lei de Iniciativa Popular que propõe democratizar o sistema de radiodifusão no país. A meta é colher 1,5 milhão de assinaturas.

As lições para a UJS e para os movimentos sociais.

As manifestações de junho deixam lições importantes para toda a sociedade, não só para s movimentos sociais. Revelam que aumentou a consciência e o grau de exigência do povo, em especial da juventude. Reafirma mais uma vez que o povo na rua é o principal combustível das transformações e que o movimento social precisa estar aberto a se atualizar e se renovar para ter a capacidade de organizar essas milhares de pessoas que saíram às ruas e querem lutar por um Brasil melhor.

A gente quer do bom e do melhor para todos

Estado deve respeitar os direitos não violá-los
A mídia comercial vem disseminando há algum tempo um clima de insegurança, amplificando as notícias sobre crimes violentos diariamente. Antes de a juventude tomar as ruas em junho para manifestar a vontade de mudar as coisas no país, a mídia, contra a voz que emergiu das ruas, escolheu bola da vez a questão da redução da maioridade penal, com vingança para punir os mais pobres.

Principalmente as TVs, com maior poder de penetração, invadiu os lares com violência desmedida e de forma propositadamente exagerada. “Quem acompanha diariamente as notícias na mídia sobre os atos de violência cometidos por adolescentes tem a sensação de que os brasileiros são os autores da maioria dos crimes graves no país”, afirma Celso Vicenzi e acentua que “a mídia tem sido muito eficiente em provocar uma quase histeria na opinião pública, para tentar legitimar mudanças nas leis do país”.

Depois das manifestações de junho e da visita do papa a Brasil, provavelmente a mídia retornará com a tese de se reduzir a idade penal para punir os menores de 18 anos pobres, moradores da periferia e negros. Contra a voz das ruas que mostra empenho da juventude em fazer o país avançar em suas conquistas democráticas e de mais liberdade. Educação, saúde e transporte coletivo de qualidade, reforma política, moradia digna, mobilidade urbana, enfim vida melhor para todos estiveram presentes nas questões levantadas nas passeatas da jornada de junho.

A mídia, como representante dos setores mais conservadores da sociedade, ignora tudo isso e defende o castigo como melhor forma de educação. Mas não para os filhos dos mais ricos. Como bem percebe o secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial, Netinho de Paula espanta-se ao na ver “através da mídia o mesmo empenho no questionamento da qualidade das escolas”. Para Netinho isso acontece “porque os filhos daquelas pessoas que defendem a redução da idade penal estão em boas escolas e têm acesso aos bens culturais” e a tudo o que possa dar-lhes vida boa.

Dessa forma, os adolescentes, pessoas em processo peculiar de desenvolvimento, passariam a ser julgados pela justiça comum e cumpririam pena no sistema penitenciário como, e juntamente com, adultos, nos já superlotados presídios. Para isso, com as emissoras de TV à frente, a mídia comercial mostra o claro propósito de criminalizar a juventude para passar a prender os jovens acima de 16 anos, mas tem gente como o deputado Campos Machado (PT-SP) que deseja reduzir a maioridade penal para 14 anos, outros até para 12.

No Congresso Nacional existem 1.566 proposições legislativas sobre os direitos da infância e da juventude. Dentre elas, 41 tratam da redução da idade penal de 18 para 16 anos. “A maioria dos projetos em tramitação prevê a retirada de direitos dos adolescentes, em geral criminalizando essa parcela da população. Não estamos só saindo da agenda da negação do direito, mas retrocedendo a cair na lógica da criminalização, colocando crianças e adolescentes sob o olhar do Código Penal”, ressalta Maria Izabel da Silva, presidenta do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

Acompanhar essas discussões torna-se fundamental, porque a pressão midiática é cada vez mais intensa. Mas “tratar o adolescente como criminoso contribuirá ainda mais com o inchaço populacional das cadeias brasileiras”, reage Denise Maria Cesario, gerente executiva da Fundação Abrinq. Para ela, “a medida poderá fortalecer o crime organizado, possibilitando que adolescentes entre 12 e 15 anos sejam aliciados para o cometimento de delitos” com maior facilidade do que acontece atualmente. Documento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai para o mesmo caminho. “Criminalizar o adolescente com penalidades no âmbito carcerário seria maquiar a verdadeira causa do problema, desviando a atenção com respostas simplórias, inconsequentes e desastrosas para a sociedade”, relata o texto da CNBB.

Já Rildo Marques, do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) defende a ideia de alicerçar-se no “conhecimento científico, estudando as causas da violência” para com isso propor “a restauração do sujeito com uma educação reflexiva que permita ao sujeito se refazer diante de seus próprios atos”. Ele explica que o sistema de punições não resolveu a questão do crime e ainda piorou a situação porque “a violência está diretamente ligada aos reflexos da organização social”, analisa.

Denise, da Abrinq, mostra dados do Conselho Nacional de Justiça pelos quais o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, determinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é aplicado em “somente 5% das ações judiciais envolvendo adolescentes” enquanto “81% dos adolescentes autores de ato infracional não receberam acompanhamento após o cumprimento de medida socioeducativa”, garante.

Marques, do MNDH, defende que o ECA seja diretriz “para a questão do jovem infrator, e se seguida conforme seus preceitos dará conta de provocar no jovem reflexões quanto a sua atitude, para que ele se refaça no meio social” e ao mesmo tempo o Estado deve encontrar formas de garantir a segurança para todos. “Reduzir a maioridade penal é medida infrutífera para controle social da violência. Ao contrário, pode fazer cm que haja mais crianças envolvidas em práticas de delitos”, acredita. Ele reforça a dizer que em 1991 “a polícia paulista tinha em seus quadros 110 mil integrantes e havia 350 mil seguranças privados. Hoje temos 120 mil policiais e mais de 3 milhões de seguranças privados formais e informais”.

Netinho de Paula acentua que “menos de 1% dos homicídios praticados no país são praticados por menores”. Ele afirma que a juventude “quer e deve ter acesso para expressar suas necessidades”. Para o secretário paulistano da Promoção da Igualdade Racial, “a solução para os problemas do nosso país está em ouvir a sociedade, especialmente a juventude”. A voz das ruas está aí para confirmar o secretário, para quem “educação, cultura e informação real, são fatores fundamentais” no processo de construção do cidadão desde a mais tenra idade.

Para o Fórum de Entidades da Psicologia Brasileira “a repressão não é uma forma adequada de conduta para a constituição de sujeitos sadios”. Segundo os psicólogos, “reduzir a maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construção de políticas educativas e de atenção para com a juventude”.

Como todas as pesquisas mais recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e de diversos outros órgãos não governamentais, que mostram a juventude e a infância como as maiores vítimas da criminalidade, quase 70% das vítimas de armas de fogo estão na faixa etária entre 15 e 29 anos, e ainda as pesquisas demostram que a violência caminhou para as cidades do interior, onde o acesso a informação e às políticas públicas demoram mais a chegar, o que comprova a necessidade de mudanças imediatas na política de combate ao crime e principalmente no atendimento dos anseios da juventude com educação, saúde e mobilidade urbana de qualidade.

Por Marcos Aurélio Ruy
Fonte: UJS

Juventudes da América Latina e Caribe abrem o Foro de São Paulo


Entre os próximos dias 31 de julho a 04 de agosto, a capital paulista recebe líderes e juventudes de diversos países latino-americanos e do Caribe, para participarem da realização do XIX Foro de São Paulo.

O maior encontro da esquerda no mundo tem como objetivo, promover a integração entre a América Latina e o Caribe, integração essa que vai tanto da esfera econômica, social até a política. Os debates que ocorrem no Foro atendem aos interesses de diferentes grupos, sejam as mulheres, negros, pobres, jovens.

Neste ano, uma das discussões mais aguardadas é o V Encontro de Juventudes do Foro, que acontece no próximo dia 30. A abertura do evento será feita pela União da Juventude Socialista (UJS), ao lado da Juventude do PT (JPT), e representantes de outras juventudes de outros países.

O encontro das Juventudes acontece em um momento oportuno, aquecido pelas manifestações democráticas que tomaram conta das ruas do Brasil, recentemente, tendo os jovens, como principais personagens dos protestos. Se por aqui, assim como na América Latina, a juventude cobra mais direitos, como um transporte digno e de qualidade, por mais investimentos na saúde e educação e mais participação nas decisões políticas do país, lá na Europa, os jovens reivindicam para não perder seus direitos já conquistados, como a garantia do emprego, da educação e contra a austeridade – cortes nos serviços públicos.

Na América Latina, o avanço se dá porque grande parte dos países são governados por presidentes de esquerda, comprometidos com a independência e soberania da pátria, que buscam romper com as desigualdades sociais e, sobretudo, que vão contra o imperialismo norte-americano. Esses líderes construíram ideias conjuntas para conter a grande crise econômica. Não em vão, a região latina e caribenha são as que melhores reagiram e se defenderam da crise. É através da integração latino-americana que esses países estão em amplo crescimento econômico, com apenas 6,2% de desemprego – menor índice em toda a história.

Embora já foram conquistados muitos avanços, ainda há muito a ser feito pelos jovens latinos, em diferentes áreas, como educação, trabalho, segurança, esporte, cultura. É preciso discutir quais políticas públicas eles precisam. Como incluir essa juventude dentro da sociedade? Como combater o homicídio de jovens, em especial, os negros? Como garantir-lhes acesso às universidades? Qual o papel das entidades juvenis nestes desafios? Quais medidas os líderes políticos devem tomar para dar melhores condições de vida aos jovens?

Para debater sobre essas e muitas outras questões, na terça (30), a mesa de debate contará com a participação da secretária nacional de Juventude do Brasil, Severine Macedo, que explicará quais alternativas o governo brasileiro já está pondo em prática, e quais ainda a serem pensadas.

Além do panorama brasileiro, as políticas públicas de outros países latinos e do Caribe também serão apontadas por outros líderes, como a deputada federal do México, Yuriri Ayala Zúñiga, do PRD (Partido da Revolução Democrática) e Gabriela Rivadeneira, do Alianza País, do Equador. Já o coordenador de Juventude da capital de São Paulo, Gabriel Medina (PT) será o mediador do debate.

Na quarta (31), além da UJS, a mesa de debates será composta por outras entidades, como a Juventude Comunista da Colômbia (JUCO) e a União da Juventude Comunista de Cuba (UJC). Juntos, dialogarão sobre o desenvolvimento, a integração e a educação latinoamericana.

Foro de São Paulo

Criado em 1990, pelo ex-presidente Lula, em união com o então, presidente cubano Fidel Castro, o Foro foi reuniu líderes e organizações não-governamentais da América Latina e do Caribe que, após verem a queda do Muro de Berlim, entenderam a necessidade da esquerda destas regiões se integrarem e criarem alternativas contra o neoliberalismo que já se desencadeava pelo mundo a fora.

O primeiro encontro do Foro aconteceu em São Paulo, além da presença de Fidel Castro e Lula, contou com a participação de mais 48 organizações, juventudes e partidos políticos.

Hoje, em sua XIX edição, o Foro é o maior encontro da esquerda do mundo, conta com mais de 100 entidades participantes. No Brasil, entre os partidos políticos que o integram, estão o PCdoB, o PT e PSB. Quanto às juventudes, a UJS é uma das entidades protagonistas do Foro.

Serviço

O que: V Encontro de Juventudes do Foro de São Paulo

Quando: 30 e 31 de Julho de 2013

Onde: Hotel Braston. Rua Martins Fontes, 330. Consolação, São Paulo, SP.

Programação dia 30/07 (terça-feira)

16hs – Abertura – UJS, JPT, representantes dos comitês regionais do foro

19hs – Experiências de Política Públicas América Latina e Caribe- , Severine Macedo, Yuriri Ayala Zúñiga (deputada PRD) , Gabriela (Alianza País). Mediador: Gabriel Medina

Programação dia 31/07 (quarta-feira)

9hs- 13hs – intervenções das organizações, membros e convidados

15hs-18hs – A integração latinoamericana, o projeto de desenvolvimento e a juventude: Fernando Pacheco, UJS, UJC, JUCO, MAS

18hs – O papel da educação na integração latinoamericana
OCLAE, JJCC, Gabriel Alves (juventude do PPL), Frente Amplia, Frente Sandinista

Por Van Martins
Fonte: UJS

quarta-feira, 24 de julho de 2013

UJS realiza curso de formação e plenária nacional com 380 militantes


Aula inaugural com Renato Rabelo

No embalo das manifestações de junho a União da Juventude Socialista reuniu na ultima semana, de 15 a 21 de julho, na cidade de Juquitiba, 380 militantes de todo o Brasil.

Curso nacional de formação

Entre os dias 15 e 19 de Julho ocorreu o curso de formação da UJS. Divididos em 4 turmas, três turmas de nível 2 e uma turma de nível 3, o curso teve inicio com uma aula do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, sobre a realidade política brasileira. Para Rabelo, as manifestações de junho foram muito importantes para criar uma nova correlação de forças que a presidenta Dilma não tem no congresso nacional, e que a mesma deve aproveitar esta correlação favorável para impulsionar a realização das reformas estruturais, como a reforma política e a dos meios de comunicação.

O curso buscou discutir à luz da atual realidade a teoria marxista-leninista, divididos em quatro temas, filosofia, Estado/Classes, Socialismo e Identidade Nacional, os alunos puderam debater todos os conceitos, bem como o papel da UJS na luta pelo socialismo.

Passados os dez anos do governo Lula/Dilma, o Brasil se transformou positivamente, entretanto, ha muito para ser feito, as transformações agora devem ter mais profundidade e isto não correrá de maneira pacífica, para o diretor de formação da UJS, Edilson Cavalcante, “muitos interesses que até então estavam sendo conciliados, como a especulação financeira e a manipulação dos meios de comunicação, terão de ser enfrentados”, por isso, para o dirigente, realizar um curso de formação, com quase 400 militantes de todo o país é tão importante, “precisamos nos preparar para as próximas batalhas”, concluiu o diretor de formação da UJS.

Plenária nacional aponta novos desafios

Em seguida ao curso de formação, teve inicio a plenária da UJS, instância deliberativa mais importante depois do congresso dos jovens socialistas.

Leia as resoluções aprovadas:

Carta Dinah

I Encontro de Jovens Feministas da UJS

Contra o estatuto nascituro e cura gay

Democratização da mídia

Não há contradição, quero Copa, Saúde e Educação

Memoria verdade e justiça

Moção contra o machismo

Moção de apoio aos militantes da UJS Capixaba

Novos desafios foram lançados para manter a juventude mobilizada por transformações mais profundas na sociedade. Dos objetivos aprovados na plenária nacional, quatro se destacam com muita força, a luta pela democratização da mídia, a luta pela memória e verdade sobre os crimes da ditadura militar, a desmilitarização da policia militar, a luta das mulheres e a nova campanha de filiação.

Não nascemos para o silêncio

A luta pela liberdade de expressão ganha força no Brasil, as recentes denúncias de sonegação de impostos por parte da Rede Globo de televisão e, a grotesca manipulação de todos os meios de comunicação nas recentes manifestações de junho, reoxigenam esta luta e lhe dão novo impulso de massas, por isso, a UJS lançou a campanha “Não nascemos para o silêncio”, que pretende recolher 100 mil assinaturas para o PlipCom (Projeto de lei de iniciativa popular de mídia democrática), e desta maneira impulsionar a luta pela democratização dos meios de comunicação.

Aula: Os sonhos não envelhecem, o Socialismo vive

Memória e desmilitarização das polícias militares

A luta pela memória e verdade é mais um desafio dos jovens socialistas. Só resgatando a memória e punindo os torturadores que vamos fechar ferida aberta em nossa sociedade e torna-la mais democrática. Por isso, convocaram atos pela troca de nomes de ruas, praças e viadutos em memória dos militares para nomes de guerrilheiros e militantes mortos na ditadura.

Outro desafio a ser superado é o modelo de policia militar que remonta a repressão e violência do período sombrio da ditadura militar e que tem como alvo cotidiano o extermínio de jovens negros e pobres das periferias. A UJS lança campanha pela desmilitarização das policias militares.

Jovens feministas

As mulheres representam 50% da população brasileira, do eleitorado e da PEA (população economicamente ativa), no entanto essa proporção não se reflete nos espaços de poder. Só esta desigualdade pode justificar as recentes aberrações que tentam nos impor uma parcela do congresso nacional brasileiro, como o estatuto do nascituro entre outros. Por isso, a UJS vai realizar na primeira quinzena de dezembro I encontra nacional de jovens feministas, para relançar um novo tempo na luta feministas da juventude brasileira.

Quer mudar o Brasil? Não fique só na vontade. Filie-se a UJS

Por fim, a campanha “Quer mudar o Brasil? Não fique só na vontade. Filie-se a UJS!”, pretende filiar 30 mil jovens até o dia 22 de setembro, data em que a UJS comemora seus 29 anos e iniciará as comemorações rumo aos 30 anos da entidade, completados em 2014.

Para André Tokarski, presidente nacional da UJS, “um novo ciclo de mobilizações foi inaugurado no Brasil, e as forças organizadas devem apresentar as saídas necessárias, saídas que modifiquem profundamente as estruturas arcaicas do Estado brasileiro”, para que isso ocorra, “é preciso manter-se mobilizado, não pode haver descanso, a juventude quer mais e cabe a união da juventude socialista catalisar este sentimento apresentando o socialismo como a única alternativa para a juventude” concluiu Tokarski.

UJS

Após legalização, Uruguai não registra morte de mulheres por aborto

Mulheres realizaram campanhas na frente do Congresso do país pela aprovação do projeto, no final do ano passado (Foto: Divulgação)
O subsecretário do Ministério da Saúde Pública do Uruguai, Leonel Briozzo, apresentou nesta semana os dados oficiais sobre interrupções voluntárias de gravidez dos primeiros seis meses desde a sua legalização no país. Entre dezembro de 2012 e maio de 2013, não foi registrada a morte de nenhuma mulher que abortou de forma regulamentada no Uruguai.

Foram realizados 2.550 abortos legais, aproximadamente 426 por mês. O Uruguai é um dos países com taxas de aborto mais baixas do mundo. Briozzo explicou que desde o novo marco legal para o aborto, o país os pratica de forma segura, com a consolidação de serviços de saúde para este fim.

A política pública do governo tem o objetivo de diminuir a prática de abortos voluntários a partir da descriminalização, da educação sexual e reprodutiva, do planejamento familiar e uso de métodos anticoncepcionais, assim como serviços de atendimento integral de saúde sexual e reprodutiva.

Fonte: Pragmatismo Político

Morre Dominguinhos, grande representante da música nordestina

Música de Dominguinhos (foto) marca novas gerações
O cantor, compositor e sanfoneiro José Domingos de Morais, o nosso Dominguinhos, morreu ontem (23), às 18 horas, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O músico fazia tratamento de um câncer de pulmão há cerca de 6 anos e sucumbiu a complicações infecciosas e cardíacas. Aos 72 anos, o compositor deixa três filhos, de seus três casamentos.

Com mais de 50 anos de carreira, Dominguinhos ganhou destaque no cenário da música popular brasileira após ser descoberto por Luiz Gonzaga, quando ainda criança tocava com familiares em frente a um hotel em Recife. O Rei do Baião o convidou a ir a Rio de Janeiro.

O sanfoneiro passou mal no dia 13 de dezembro do ano passado após o último show de sua vida em homenagem ao centenário do Gonzagão, em Exu (PE), cidade natal do Rei do Baião. Foi internado quatro dias depois em Recife e posteriormente transferido para São Paulo.

Dominguinhos nasceu em Garanhuns (PE) dia 12 de fevereiro de 1941 e iniciou a carreira artística profissional aos 16 anos após gravar uma música em disco de Luiz Gonzaga. O seu primeiro trabalho solo foi o LP Fim de festa, de 1964. De lá para cá foram 42 discos. O último Yamandu + Dominguinhos data de 2008.

Consagrado como um dos grandes compositores brasileiros, ele teve inúmeras parcerias musicais e marcou seu estilo, muito influenciado pelo seu padrinho musical, Luiz Gonzaga e também influenciou gerações de músicos pelo Brasil afora. Seu som mistura baião, bossa nova, forró, xote e jazz essencialmente e com forte sotaque nordestino foi reconhecido pro mui8tos coo o herdeiro de Luiz Gonzaga porque tocava sanfona como poucos.

Emplacou muitos sucessos, entre os quais, Eu só quero um xodó e Tenho sede, em parceria com Anastácia, sua segunda esposa, Abri a porta (com Gilberto Gil), Quem me levará sou eu (com Manduca), Isso aqui tá bom demais, De volta pro meu aconchego, entre diversas outras canções pertencentes à história da MPB, carregadas do belo sotaque nordestino.

O amigo Clodo Ferreira conta que “ele compôs com Gilberto Gil, com Chico Buarque, Djavan. A qualquer gênero ele se adaptou muito bem. Ele foi um harmonizador avançado e criativo”. Já para o maestro Marcos Farias, Dominguinhos “botou o chapéu de couro na cabeça, a sanfona no peito e cantou com Gonzaga”, tornando-se principal representante da música nordestina depois de Gonzagão.

Ganhou muitos prêmios em sua carreira. Entre os principais está o Grammy Latino de 2002 com o CDChegando de Mansinho. O CD Conterrâneos 2006 foi agraciado com o Prêmio TIM de Música, de 2007, na categoria Melhor Cantor Regional. No ano seguinte é o grande homenageado no mesmo prêmio e em 2010 vence o Prêmio Shell de Música.
Dominguinhos faz parte da história da MPB com sua trajetória singular, na qual marcou seu etilo único. Deixa uma lacuna na janela da música nordestina para o mundo.

Por Marcos Aurélio Ruy

Fonte: UJS Nacional

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Nota de repudio a "Cura Gay"

 
Em meio a tal onda de protestos que acontecem em todo país, é impossível não levantar mais uma vez a questão da população LGBT. Como não ir para as ruas e brigar por um país, onde o caos se generaliza por conta da corrupção e descaso do governo? Onde deputados se reúnem para discutir causas tão absurdas como a “Cura Gay”, votada e aprovada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado. Pois bem, ao senhor presidente de tal comissão Deputado Marco Feliciano, enviamos nosso total repúdio e demonstração de contrariedade de tal ação, tendo em vista que isso vai totalmente contra ao conselho Federal de Psicologia, já que a homossexualidade não é considerada uma patologia, como consequência não podendo, e nem havendo a necessidade, de ser por qualquer convicção filosófica ou religiosa, ser curada. Neste precioso momento em que o Brasil vive, as vossas energias deveriam estar focadas nas reformas que o país necessita, visando a melhoria na qualidade de vida do cidadão brasileiro e isso inclui os gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis. Afinal, o primeiro artigo da constituição brasileira diz que todos são iguais perante a lei, não discriminando, cor, sexo, religião, sexualidade ou identidade de gênero. Por isso mais uma vez repudiamos suas ações no senado e de todos aqueles que tem gastado suas forças para garantirem, que esta parte da população brasileira, não consiga conquistar seus direitos, como qualquer outro cidadão heterossexual. Sendo assim é válido relembra-lo que vivemos sob um estado laico, e que suas ações o remetem a outras vertentes que não deveriam ser levadas em consideração, quando se trata de um direito, que já deveria estar garantido, com base no artigo 1 da constituição. Além de todas as mudanças que o Brasil virá a sofrer a partir de tais acontecimentos que vão marcar para sempre a nossa história, no ano de 2013, chegou a hora de olharmos para a nação como um todo, não diferencia-la ou separa-la por classes ou guetos. Não é apenas uma voz que se levanta contra suas ações, é a voz de toda uma nação exausta de tanto ser reprimida e desrespeitada de sua vontade. Ainda queremos lembra-lo que você, como todos os outros deputados que compões o senado federal, representam todo o povo brasileiro, sendo assim, é seu dever em tal papel, deixar de lado suas convicções e crenças pessoais e de fato representar a vontade de toda esta nação. Não queremos mais o abuso de políticos, que impões seus achismos fundamentalistas e retóricos, particularmente muito próximos do nazismo, carregados de ódio e preconceito, contra uma parcela da população que acima de tudo, hoje são nossos companheiros em protestos e irmãos de nação. Antes sozinhos em luta, hoje é o Brasil que exige o fim de inescrupulosas ações , que menosprezam, subdividem e discriminam tais pessoas. Nosso país está a caminho do crescimento e é inconcebível que deixemos para trás os direitos de tais cidadãos. Todas as nossas lutas são legítimas e homofobia mata.

Grupo Nobreza

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Tramoia de “300 Picaretas” ameaça o plebiscito


“Se a presidente, o PT e a esquerda não forem capazes de romper o cerco, repactuando com os movimentos sociais e pressionando o parlamento de fora para dentro, será real e imediato o perigo de definhamento do projeto político guindado ao Planalto no alvorecer do século”, alerta o jornalista Breno Altman, em artigo exclusivo para o 247; segundo ele, a reação ao plebiscito capitaneada pelos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) torna mais atual do que nunca a frase do ex-presidente Lula sobre os “300 picaretas” do Congresso Nacional; “as forças progressistas dependem de uma escalada das ruas para disputar hegemonia e abrir processo constituinte que aprofunde a democracia, varrendo a resistência dos trezentos picaretas sobre os quais Luiz Inácio avisou”, completa.

A decisão do colégio de líderes da Câmara dos Deputados, anulando a possibilidade de convocação de consulta popular imediata sobre reforma política, faz de célebre música dos Paralamas o hino do momento. “Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou, são trezentos picaretas com anel de doutor”, diz a letra famosa. Formou-se, afinal, maioria conservadora entre os parlamentares para impedir que o povo enterre um sistema político apodrecido e antidemocrático.

O fato é relevante para entender o que se passa com o país. Eleita através de mecanismos que se apoiam no poder econômico e nas relações clientelistas, a maioria dos deputados não representa partidos ou programas. Compõe-se de porta-vozes de grupos que financiam suas campanhas, além de dedicarem o principal de suas energias para garantir a renovação de mandatos. De quebra, uns e outros não perdem a oportunidade para colocar algum no bolso.
Afirma-se, em tese corretamente, que o parlamento expressa a vontade média e heterogênea da cidadania. Essa assertiva, porém, tem pouca validade quando os filtros estruturais do sistema estão construídos para diluir o enfrentamento político-ideológico, transformar os partidos em colchas de retalho, estabelecer o mandato como instrumento de lobby e amarrar os eleitores com as cordas dos benefícios paroquiais.

Não é à toa que, apesar do eleitorado ter conduzido um partido de esquerda ao governo federal por três vezes consecutivas, os ventos de mudança não afetaram seriamente a correlação de forças nas duas casas do Congresso. Ainda sobrevive, nessa instituição, um bloco político majoritário que funciona como esteio parlamentar da plutocracia.

A administração petista, com erros e acertos, há dez anos trata de negociar, no interior da ordem estabelecida, a formação de alianças que permitam a implantação de seu programa reformador. Muito se avançou, aos trancos e barrancos, mas quaisquer mudanças estruturais são barradas pelas fileiras predominantes do conservadorismo e da fisiologia.
Os exemplos são muitos. O imposto sobre grandes fortunas, na última tentativa de implementá-lo, naufragou com menos de 150 votos a favor, em 2003. Não se aprova a emenda contra trabalho escravo. O marco regulatório da internet está parado há dois anos e corre-se o risco de ser aprovada a criminalização de conteúdos sem determinação judicial.
Pressionado pelas ruas, o Senado aprovou a demagogia de considerar corrupção um crime hediondo, mas derrubou projeto que diminuía o número de suplentes e impedia que parentes ocupassem a vaga do titular. Pura hipocrisia. Um símbolo de que, de todas as reformas de base necessárias, a que mais resistência encontra no parlamento é a política.

Agora foi a gota d’água. A resolução capitaneada por Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, caciques do PMDB, partido da base aliada, empareda o governo entre as ruas e o Congresso. A estratégia de construir governabilidade sem mudar as instituições está se exaurindo, e leva junto boa parte da popularidade acumulada nos anos anteriores.

Se a presidente, o PT e a esquerda não forem capazes de romper o cerco, repactuando com os movimentos sociais e pressionando o parlamento de fora para dentro, será real e imediato o perigo de definhamento do projeto político guindado ao Planalto no alvorecer do século.
Há uma ruptura entre a vontade popular e o sistema político, manifestada claramente nas jornadas de junho e nas pesquisas subsequentes. A aceitação sem luta do cambalacho contra o plebiscito, sem explicitar aos cidadãos qual é e onde está o ovo da serpente, eventualmente constituiria erro de proporções avassaladoras.

Amanhã, dia 11 de julho, as greves e mobilizações pela pauta dos trabalhadores e pelo plebiscito serão ensaio decisivo para o grave momento que se vive. Não deveria ser, no entanto, um instante fugaz. As forças progressistas dependem de uma escalada das ruas para disputar hegemonia e abrir processo constituinte que aprofunde a democracia, varrendo a resistência dos trezentos picaretas sobre os quais Luiz Inácio avisou.

Breno Altman Ele é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel.

Fonte: UJS Nacional

Homenagem: Livro mostra o jovem Mandela


Nelson Mandela em 1952

A União da Juventude Socialista (UJS) continua a série de homenagens ao líder sul-africano pela proximidade de seu 95º aniversário no próximo dia 18. Hoje apresentamos livro que relata a atuação de Nelson Mandela em sua juventude. Vaçe a leitura pela história exemplar de vida e para entender a importância da juventude ter participação política efetiva para mudar mundo.

A Editora Nova Alexandria lança, em maio, o relato romanceado, escrito por JeosaFá, que relata a trajetória da pobreza, da luta e do cárcere político até a presidência da República, percorrido por um dos principais personagens da história contemporânea.

Desde a pobreza no sertão da África do Sul, até o reconhecimento mundial – este foi o caminho percorrido por uma das principais lideranças populares e avançadas do mundo contemporâneo: Nelson Mandela.

Sua vida, contada no livro O Jovem Mandela, de JeosaFá, que a editora Nova Alexandria lança em maio, é o relato da luta de uma existência inteira contra as condições aviltantes dos trabalhadores nas minas de diamantes mais profundas do mundo, a miséria nas favelas de Johanesburgo, a opressão das populações negras e de origem indiana, o desumano sistema de apartheid.

Desde muito cedo o jovem Nelson Rolihlahla Mandela escolheu entre o conforto de uma vida alienada e os riscos da luta contra o regime de segregação racial. Neste livro, Jeosafá Fernandez Gonçalves constrói um enredo ficcional que articula literatura e realidade para dar corpo às angústias e às ações desse importante personagem da história contemporânea. Apresenta os passos decisivos da formação do homem e do líder que derrotou o apartheid, dando ao leitor um painel dos fatos históricos, uns dramáticos e trágicos, outros gloriosos, desta epopeia plena de grandeza.

Fundador da Liga da Juventude do Congresso Nacional Africano (CNA), Nelson Mandela tornou-se o principal líder do CNA. Sua vida se confunde com a luta pela democracia e pela liberdade e, embora o território principal de suas ações tenha sido sua África do Sul mergulhada em um dos sistemas políticos mais abomináveis conhecidos, o apartheid.

Da infância de pés descalços no sertão africano, no início do século XX, à prisão política da qual saiu para se tornar Presidente da República após vencer a primeira eleição livre em seu país, ao fim do mesmo século, Mandela seguiu um roteiro de aprendizagem, persistência e esperança que lhe deu forças para suportar sucessivas perdas de amigos, assassinados sob tortura ou em confrontos com o apartheid; de familiares, com os quais sempre manteve fortes laços de afeto; além de uma sentença de prisão perpétua absurdamente injusta, a partir de um julgamento de exceção, forjado nos mínimos detalhes para eliminar do caminho os opositores do regime racista.

No interior da prisão da ilha de Robben, em que cumpriu a maior parte dos 27 anos em que esteve encarcerado, Madiba, como também é conhecido entre os amigos e parentes, organizou o que ficou conhecido como Universidade Mandela, iniciativa de educação geral e formação política que reuniu, anos a fio, em debates, palestras e verdadeiras aulas, com currículo estabelecido pelos próprios participantes, até mesmo os guardas do presídio. Muitos jovens condenados à ilha de Robben, após cumprirem a pena, voltaram para a luta antiapartheid mais bem preparados do que quando nela ingressaram. O amor de Mandela pela juventude está estampado em seu sorriso – que, quando se abre, o torna um menino novamente, um legítimo representante da “juventude do mundo”, expressão muito empregada por sua geração de “lutadores da liberdade”, como, com justiça, também se autodenominavam.

JeosaFá. O jovem Mandela. São Paulo, Editora Nova Alexandria

Fonte: Portal Vermelho
 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Veja fotos do 17º Congresso da UEE-RJ em Petrópolis

O Congresso da União Estadual dos Estudantes aconteceu do dia 5 ao 7 de julho na cidade de Petrópolis-RJ

Fotos tiradas por Bruno Bou Haya Ribeiro
 
 


Tainá Paolino nova Presidenta da UEE-RJ e Virgínia Barros Presidenta da UNE
 
 
  Virgínia Barros Presidenta da UNE


 
 


 
 Tainá Paolino nova Presidenta da UEE-RJ
 
 
 
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