sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Entidades médicas e oposição boicotam Mais Médicos



Desde a implantação do Programa Mais Médicos pelo governo federal, a maioria das entidades médicas do país passou a atacar com virulência o projeto, sem sequer atentar para a realidade brasileira e a necessidade de profissionais da saúde nas regiões mais carentes, as quais os médicos brasileiros se recusam a ir.

No transcorrer dos embates sobre o programa, a elite médica nativa protagonizou diversas atividades contrárias ao Mais Médicos e, derrotados, fustigados pela velha mídia golpista, os profissionais de jaleco branco fizeram protestos contra o governo e hostilizaram os estrangeiros, essencialmente os médicos cubanos com violência verbal e racista.

Agora, os Conselhos Regionais de Medicina (CRM) do país, mesmo após o início da primeira etapa do programa governamental, promovem boicote aos colegas de outros países que vieram prestar atendimento aos brasileiros, muitos dos quais nunca viram um médico. A tática agora é demorar na regularização dos documentos para os estrangeiros poderem atuar no país.

Nesse primeiro momento 682 médicos estrangeiros ou que se diplomaram no exterior já deveriam estar aptos a trabalhar, mas a imensa maioria deles continua sem poder prestar atendimento, porque os conselhos não fornecem o registro autorizando-os. Os CRM liberaram apenas 87 estrangeiros até o momento. Um total acinte à vida dos brasileiros e descaso para coma medicina.

Também no Congresso Nacional, informa o site Carta Maior, “A comissão mista criada para analisar a Medida Provisória 621/13, que institui o Mais Médicos, adiou para esta quarta (25) a votação da matéria que poderá colocar fim ao boicote dos Conselhos Regionais de Medicina (CRM) à presença de estrangeiros no programa do governo federal. Enquanto isso, os conselhos continuam atrasando o início efetivo do programa.”:

O Carta Maior garante ainda que “dos 165 pedidos de registro cujo prazo máximo de expedição venceu no sábado (21), quase metade (78) ainda não foi entregue. Só foram liberados 28 registros na Bahia, 29 no Ceará, 11 em Pernambuco e 19 no Rio Grande do Sul. Nesta terça (24), expira o prazo máximo para a expedição de mais 115 registros. E, no próximo sábado (28), o de outros 184. Até a última sexta (20), o Ministério da Saúde
Enquanto aguarda, Dona Maria comemora a chegada de mais médicos


havia protocolado 633 pedidos para registro provisório de profissionais do Mais Médicos”.

A elite médica brasileira não conhece o Brasil e nem deseja conhecer. Enquanto os profissionais da medicina brincam de gato e rato com o governo para beneficiar o PSDB na eleição do ano que vem, pessoas como a dona de casa Maria da Silva Araújo, ouvida pela reportagem da Agência Brasil, que sofre de pressão alta e por isso vai ao médico uma vez a cada três meses para pegar a receita do remédio controlado. Fica à espera da chegada de mais médicos em Chapadinha, interior do Maranhão, par aonde se destinaram 6 cubanos, a espera da regulamentação de seus documentos. “Vai ser bom, os médicos daqui, a maioria vem de fora, as pessoas ficam sem médico

Graças a Deus, vai ficar melhor”, diz Maria, que cuida de seis netos.

Por Marcos Aurélio Ruy, da redação com agências

Morales ataca postura imperialista de Obama e propõe investigação contra americano

A verdade nua e crua. Assim pode ser visto o discurso de Evo Morales, presidente da Bolívia, proferido ontem (25), contra Barack Obama, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece em Nova Iorque, Estados Unidos.

Criticando o autoritarismo, o desrespeito aos direitos humanos, a intervenção militar em outros países, os ataques à democracia e soberania dos povos, Morales foi objetivo, direto e audaz contra o imperialismo norte-americano, chegando a propor até mesmo um “tribunal dos povos”, para investigar os crimes de lesa-humanidade de Obama, e presentear o presidente com um Prêmio Nobel da Guerra.

Morales usou a Tribuna mais importante do mundo para falar alguns duras verdades, ou “lavar a roupa suja” na casa do próprio Obama. Com muita audácia, o mandatário boliviano mandou seu recado bem direto, questionando o “cinismo” e autoritarismo de Obama, em discursar mentiras aos povos, na Assembleia: “Há muito cinismo quando (Obama) fala de justiça, de liberdade e de paz como se fosse dono do mundo. Aqui não existe donos do mundo, cada país tem sua soberania e dignidade”, pontuou.

Segundo Morales, o presidente de uma potência como os Estados Unidos “não pode mentir para as Nações Unidas” falando de justiça quando “é o primeiro governo da injustiça”, e muito menos ainda, falar de paz, já que “é o primeiro governo que intervém em outros países”.

O boliviano expressou sua surpresa com o retrospecto que Obama desempenhou em seu Governo, já que quando se elegeu, em 2008, tinha como promessa, acabar com a guerra, porém, isso não ocorreu.

“Agora vemos completamente o contrário. Vem de uma família discriminada como eu, atraiu a minha atenção, mas agora vemos totalmente o contrário, talvez a isso se deva o prêmio Nobel da Paz, no entanto, talvez devessem dar-lhe o prêmio Nobel da Guerra”, ironizou Morales.

Morales ainda lembrou o incidente diplomático em que se viu envolvido, em julho passado, quando vários países europeus fecharam seu espaço aéreo para o avião do presidente boliviano, sob suspeita de que o ex-agente da CIA Edward Snowden estaria a bordo da aeronave. O mandatário apontou ainda que, muitos países também fazem isso contra as comitivas da ONU.

“Como se pode falar de democracia quando os serviços de espionagem dos Estados Unidos violam direitos humanos, não apenas dos governos anti-imperialistas, mas também dos seus próprios aliados, dos seus cidadãos e até da ONU?”, questionou.

E atacou diretamente os Estados Unidos, ao pontuar que “não pode haver donos do mundo”, e “a segurança do império e a luta contra o terrorismo” não podem se tornar instrumento para intervenções militares unilaterais, acrescentando com uma lição a Obama:

“O terrorismo não se combate com medidas unilaterais, que eu saiba combate-se com mais política social, mais tolerância religiosa, mais democracia, mais igualdade e mais educação”, destacou.

Dando sequência ao discurso, Morales recomendou até mesmo a criar uma “tribunal dos povos”, a fim de julgar Obama, por “crimes de lesa-humanidade”.

“Já que estamos aqui debatendo sobre a vida e a humanidade, quero sugerir-lhes um tribunal dos povos para começar um processo contra o governo de Obama”, sugeriu, e disse ainda que é preciso julgar Obama “pelos bombardeamentos dos Estados Unidos na Líbia”, questionando-lhe “de quem é agora o petróleo da Líbia?”.

Morales também criticou Obama, por querer “controlar as armas nucleares e as armas químicas, quando nem sequer controla, nem destrói, seu próprio arsenal de armas nucleares”. Ponderou também sua recomendação para que os Estados Unidos não sediassem a ONU. Ele lembrou que, há muitos anos, ele solicitou a mudança, pois “muitos presidentes, ministros e autoridades se sentem inseguros nos Estados Unidos”, enquanto outros “estão vetados e não têm visto” para entrar no país, por isso, é importante que a sede seja “em um Estado que ratifica todos os tratados da ONU”, e pontuou mais uma vez, a postura de “dono do mundo”, de Obama.

“Como é dono da casa, o presidente Obama fala como guarda, como um patrão, como dono do mundo e, justamente para não escutar esse cinismo, eu havia considerado, a princípio, não assistir a essa reunião”. A mudança de ideia só ocorreu após conversar com outros líderes latinos.

Em sua conclusão, Morales fortaleceu as críticas ao sistema capitalista e à concentração do capital em poucas mãos, e pontuou que enquanto houver esse modelo econômico, haverá também pobreza e o confronto entre os povos. “Esse modelo econômico atenta também contra a vida e a natureza”, finalizou.

FONTE: UJS Nacional

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Jandira Feghali: DOI-Codi


“Eu tinha três anos, quando, em 10 de outubro de 1973, meu pai não voltou para casa”. O depoimento é de Juliana Botelho Guimarães. Hoje, aos 42 anos, a filha do ex-militante da União Nacional dos Estudantes e desaparecido político do Regime Militar, Honestino Guimarães, inicia um relato emocionante e que reverbera fundo em corações de inúmeros familiares de vítimas da ditadura. É a História real se fazendo presente.

A década de 70 teve um preço para Honestino. Jovem, idealista, apaixonado pela luta de classes e por um país justo, o estudante era exemplo de um movimento que pulsava nos meninos e meninas que cresciam sob amarras do “não” e a explosão de sonhos. Sua persistência por um Brasil liberto era contagiante e não tardou a chamar a atenção. A ditadura enfrentou este “problema” revolucionário, desaparecendo com o símbolo estudantil, crendo que seria fácil acabar com suas ideias e lutas.

Anteontem, ao entrar nas dependências do 1º Batalhão de Polícia do Exército, ali na Rua Barão de Mesquita, numa Tijuca encalorada pela primavera, me deparei novamente com a História. Éramos uma comitiva de parlamentares de Esquerda, oficialmente organizados, acompanhados de representantes do Ministério Público e da Comissão da Verdade do Rio, como o presidente Wadih Damous, Marcelo Cerqueira e Álvaro Caldas, ex-preso político naquele mesmo local.

Lá foram mais uma dezena de ex-presos, dirigentes partidários e entidades, a exemplo do grupo Tortura Nunca Mais!, dando apoio e sustentação à iniciativa. Foi uma verdadeira visita ao passado atravessar as grades da antiga sede do nefasto DOI-Codi que, pela primeira vez, abre os portões, empurrados por um contexto diferente de nosso tempo, onde ações democráticas avançam e a sociedade exige a verdade.

Caminhar naqueles corredores, com a descrição atenta e emocionada de Álvaro foi muito angustiante e ao mesmo tempo vitorioso. Ele, sobrevivente das torturas, falando abertamente sobre o que ocorreu, indicando as celas e a “sala roxa” (onde estavam os instrumentos de tortura utilizados contra ele e tantos democratas, socialistas e comunistas).

Nos lembrávamos dos mais de mil presos que por ali passaram, como as mortes de Mário Alves, Rubens Paiva e Raul Nin, dentro daquelas salas de terror. Eu, particularmente, via os rostos de meus companheiros e companheiras de partido, o Partido Comunista do Brasil, que foram violentamente tratados naquele indigno espaço.

A visita ao antigo DOI-Codi foi um passo simbólico e histórico de uma série de iniciativas que estão sendo executadas no Brasil, especialmente no Rio, onde a ditadura militar massacrou centenas de militantes da liberdade. O cenário do atual batalhão precisa ser aberto a todos os ex-presos e organizações políticas que continuam na busca da verdade, afinal, o Exército é uma instituição pública, sustentada pelos tributos da sociedade e faz parte das forças armadas do Brasil – pertence ao povo brasileiro.

É necessário que locais que serviram aos aparatos da repressão sejam transformados em centros de memória, assim como estamos fazendo com a Casa da Morte, em Petrópolis, na Região Serrana. Em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos, o local será o primeiro centro do Brasil aberto à visitação das gerações, antigas e novas, para que o arbítrio nunca mais ocorra. Não mais aceitamos as velhas ou atuais formas de tortura e desaparecimento que continuam a assombrar famílias e sociedade. O sumiço e a ocultação de cidadãos são hoje exemplificados por um brasileiro chamado Amarildo.

Os trabalhos das Comissões da Verdade nos estados e sua matriz nacional são atividades investigativas que almejam esclarecer as diversas lacunas em nossa história. A verdade e justiça são pautas que não podem cessar dentro de nossa República. Enfrentar o passado é reescrever o presente e projetar o futuro. Não esmoreceremos diante daqueles que, covardemente, repudiam a investigação sobre comandantes, militares, torturadores e todos aqueles envolvidos na tortura psicológica, física e assassinatos.

Também não deixaremos de lado a paixão pela democracia, fruto da luta de tantos brasileiros. É hora de darmos resposta à angústia de seus familiares, ainda hoje mutilados pela perda de seus entes queridos e pela repetida negação de informação. Como disse Juliana, filha de Honestino: “É desse pai que eu morro de saudade. É esse pai que me tiraram e é desse pai que eu quero a verdade. Junto-me ao clamor pelas explicações das circunstâncias da morte. É como cidadã brasileira e filha que eu peço respostas que, depois de 40 anos, ainda não foram dadas. O que aconteceu com meu pai e onde ele está?”.

Jandira Feghali é Médica, deputada federal (PCdoB/RJ) e presidenta da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados

Fonte: UJS Nacional

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Para mudar as coisas: UJS rumo aos 30 anos





A União da Juventude Socialista festejou pelo país afora neste domingo (22) o seu aniversário de 29 anos (veja aqui). A partir de hoje tem início a contagem regressiva para os 30 anos sabendo da vontade da juventude brasileira em chacoalhar o país e mudar as coisas do mundo.

Por manhãs de sol e socialismo, a UJS defende o amor para mudar as coisas da vida, do país, do mundo. Para construir o amanhã com justiça, liberdade, terra, pão, solidariedade, generosidade, paz e vida boa para todos.

Rompendo os grilhões da velha mídia que tenta aprisionar a novidade e esconde a verdade. Rompe com a tentativa de submeter à juventude ao consumismo que só beneficia os capitalistas e joga a classe trabalhadora na rua da amargura das dívidas impagáveis e propugna o individualismo.

Para o dia nascer feliz e a felicidade predominar nos corações e mentes de uma juventude que luta para ser respeitada e ter condições de andar pelas ruas sem medo de ser feliz, em paz.

Com a certeza na frente e a história na mão, a UJS sempre esteve presente nas principais questões da juventude brasileira. Nas ruas, nas praças, nas escolas secundárias, nas universidades, mas também nas fábricas e nas plantações fazendo os paralelepípedos de todas as velhas cidades se arrepiarem com a irreverência e a alegria de jovens que lutam para construir o futuro.

Assim caminha a UJS para levar a todos os cantos as notícias que não dão no rádio, nem na televisão. Porque a dor da gente não sai no jornal e nem as alegrias tão pouco. Ao expressar a força dessa juventude que o nome certo é o amor num eterno coração de estudante e mostrar que o Brasil não é só litoral, é muito mais. E aqui vive um povo que merece bem mais respeito. E a UJS não se cansa de proclamar o amor a este país e povo únicos no mundo.

Assim é a UJS na busca incessante do mundo novo e do homem novo que só podem ser atingidos com o socialismo com a cor do brasileiro, banhado de sol. Ontem a UJS fez 29 anos e já prepara as lutas para chegar aos 30 com a mesma pujança de quando nasceu das lutas da juventude, dos estudantes e da classe trabalhadora.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cuba: Movimento pela Paz condena bases militares estrangeiras

Nesta quinta-feira (19), o Movimento Cubano pela Paz analisou e repudiou o papel que exercem as bases militares estrangeiras, principalmente as estadunidenses, sob o pretexto da luta contra o terrorismo e o narcotráfico. Durante uma oficina oferecida na sede do grupo, em Havana, os ativistas condenaram a ingerência das grandes potências contra a soberania dos povos.
The Guardian
Guantânamo  - protesto
 Protestos contra a prisão de Guantânamo são frequentes, como os realizados por organizações internacionais de direitos humanos (na foto, manifestantes da organização Anistia Internacional)
Neste sentido, Doris Quintana, membro do secretariado do movimento, denunciou os vícios jurídicos e as violações do direito internacional por parte dos Estados Unidos sobre o território ocupado pela Base Naval da Baía de Guantânamo.

Segundo ela, nesta base – a maior da América Latina, com 910 militares norte-americanos – “se comete o desrespeito aos direitos humanos, como a tortura dos presos”. A mesma denúncia já foi feita diversas vezes por organizações humanitárias internacionais. O próprio Comitê Antitortura da Organização das Nações Unidas (ONU) conclamou os Estados Unidos a fechar seu campo de detenção em Guantânamo, bem como todas as prisões mantidas pela CIA ao redor do mundo, e a parar de utilizar o que chamou de "métodos cruéis e técnicas de interrogatório degradantes".

Doris explicou que a estação naval foi imposta em Guantânamo mediante a alegação de um apêndice introduzido na Carta Constitucional de Cuba. A chamada Emenda Platt foi um dispositivo que autorizava os Estados Unidos a intervir naquele país a qualquer momento em que interesses recíprocos de ambos os países fossem ameaçados.

A ativista disse ainda que “sob o falso pacto de arrendamento in
finito, a administração norte-americana deposita milhares de dólares anuais em um banco”, soma que o governo cubano não cobra por não reconhecer esse acordo.

Por sua vez, Manuel Carbonel, funcionário do Ministério de Relações Exteriores de Cuba, ressaltou que o instrumento principal da política exterior da nação norte-americana, sempre foi o uso de suas forças militares. Segundo ele, “o único objetivo dos EUA é a hegemonia e a ingerência”.

O encontro sublinhou a ameaça de instalações militares para os povos do mundo, pela sua multiplicidade e modernização tecnológica, além de sua rede bélica capitaneada, na maioria dos casos, pelos Estados Unidos.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina

Dimensões e perspectivas da luta de classes


Um dos mais repeitados filósofos marxistas da atualidade, italiano Domenico Losurdo estudou em Tubinga (Alemanha) e em Urbino (Itália). Desde 1988 preside a Internationale Gesellschaft Hegel-Marx für Dialektisches Denken e é membro fundador da Associação Marx Século XXI. Atualmente leciona filosofia da história na Universidade de Urbino. Possuiu uma obra monumental e é um dos estudiosos italianos mais traduzidos no mundo.

No Brasil publicou entre outras coisas: Hegel, Marx e a tradição liberal: liberdade, igualdade e Estado;Democracia e Bonapartismo; Gramsci do liberalismo ao comunismo crítico; Fuga da História? A Revolução Russa e a Revolução Chinesa Vistas de Hoje; Contra-História do Liberalismo; Liberalismo – Entre civilização e barbárie; Nietzsche: o rebelde aristocrata: biografia intelectual e balanço crítico; Stalin – História crítica de uma lenda negra; Linguagem do Império; Não violência: uma história fora do mito e O pecado original do século XX. Tem artigos publicados nas revistas Crítica Marxista, Margem Esquerda,Princípios e outras.

Nesse encontro o filósofo marxista italiano desenvolve uma salutar polêmica contra as correntes políticas e filosóficas – inclusive de esquerda – que negam a luta de classes ou tem uma visão estreita em relação à ela. Baseado no seu novo e instigante trabalho publicado pela editora italiana Laterza intitulado A luta de classes – Uma história política e filosófica. Como ele mesmo afirma: “Para compreender a ação histórica, é necessário à luta de classes, aliás ‘lutas de classes’ que assumem formas múltiplas e variadas, entrelaçam-se umas às outras de modo peculiar e conferem uma configuração sempre diferente às diversas situações históricas”. Lutas de classe (no plural) que não se configuram apenas como confronto operário e patrão no âmbito do mundo fabril. Ela é mais ampla e adquire outras dimensões: nas relações entre o imperialismo e os povos subjugados, na opressão sexual da mulher e racial. Conclui: “Estamos, portanto, em presença de três grandes lutas de classes: os explorados e oprimidos são chamados a modificar radicalmente a divisão do trabalho e as relações de exploração e de opressão que subsistem em nível internacional, em um país singular e no âmbito da família”.
Posse da seção paulista da Fundação Maurício Grabois

Lançamento do livro O pecado original do século XX de Domenico Losurdo

Onde e quando ocorrerá:

Câmara Municipal de São Paulo
Dia 03/10/2013
Horário: às 19 horas
Local: Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo
(Viaduto Jacareí, 100 – Bela Vista – São Paulo)

Promotores: Fundação Maurício Grabois, Seção paulista da Fundação Maurício Grabois.

Apoio: Vermelho, União da Juventude Socialista (UJS), Núcleo de Estudo da Mídia Independente Barão de Itararé, Instituto de Estudos Contemporâneos e Cooperação Internacional (IECint) e revista Princípios.

Fonte: UJS Nacional

Síria: Investigador da ONU trabalha para Israel e OTAN


Em vez de assegurar investigação não politizada e análises laboratoriais, a investigação pela ONU sobre ataques denunciados na Síria, por gás venenoso, foi dirigida pelo professor Ake Sellstrom, homem cercado de mistérios, cujos relacionamentos políticos e militares são envoltos num denso véu de sigilos.

O Relatório sobre a Síria para a ONU e, antes, os relatórios sobre inspeções feitas na Síria são ambos duvidosos, para dizer o mínimo. Aos olhos dos leigos, sua aparente objetividade e a aparente isenção baseiam-se no mito da neutralidade da Suécia. A opinião pública assume – erradamente – que a Suécia jamais tomaria partido em guerras e nos conflitos geopolíticos.

A fraude da neutralidade

O verniz apenas cosmético da neutralidade sueca já foi outras vezes habilmente explorado por Israel e pela OTAN para perpetrar falsidades, servindo-se para isso do trabalho de Sellstrom na ONU, inclusive para negar as causas químicas e biológicas da “Síndrome da Guerra do Golfo” e os embarques de armas químicas fornecidas pelos EUA ao governo de Saddam Hussein.

No Iraque, as equipes de inspetores de Hans Blix e Ake Sellstrom não investigaram os bunkers de armas especiais que foram bombardeados por aviões norte-americanos na invasão.

Sellstrom jamais fez qualquer tentativa de examinar as embalagens de mais de um metro de altura, fabricação norte-americana, do gás VX de efeito neurológico que foram encontradas na Base Aérea de Balad por soldados da American National Guard.

A missão de Sellstrom não era provar a culpa do Irã, mas livrar Washington do crime de ter fornecido gás de destruição em massa a Bagdá. Salvar da desgraça funcionários do governo dos EUA como Donald Rumsfeld, que seria acusado de traição, é muito mais importante para o poder imperial que descobrir fatos num teatro de guerra.

A crítica mais radical das investigações da ONU no Iraque foi feita por um investigador norte-americano, Scott Ritter, que acusou a equipe de ter espionado a favor de Washington e da OTAN. A mesma dúvida surge hoje, sobre o relatório Sellstrom sobre a Síria. Sellstrom trabalhou para Washington e Telavive?

Homem de frente da OTAN

O que se divulga publicamente sobre Sellstrom é que trabalha como bioquímico chefe do Centro Europeu CBRNE, na Umea University no norte da Suécia, patrocinado pelo Ministério da Defesa da Suécia (FOI). Embora o país não seja membro da OTAN, os militares e a polícia sueca têm papel importante nos negócios de segurança europeia, e são os autores do projeto de ação repressiva de 2009 da União Europeia, baseado no Programa de Contraterrorismo de Estocolmo.

Praticamente todo o dinheiro que mantém os projetos de pesquisas interdisciplinares do CBRNE vem do orçamento da União Europeia para guerra ao terror. Esses projetos incluem: defesa estratégica para ataques terroristas de grande escala (o relatório recém divulgado sobre a Síria usa inacuradamente a expressão “relativamente grande escala”); recomendações à União Europeia para resposta médica de emergência; e treinamento especializado para os especialistas na Umea University, inclusive para oficiais militares ligados à OTAN.

O complexo militar sueco, que inclui Saab e Bofors, é qualquer coisa, menos pacifista ou neutro. A imagem de neutralidade que o reino oferece é útil, sobretudo a Israel, que já explorou a imagem de limpeza da Escandinávia, quando se tratou de montar uma política para palestinos e estados árabes, como se comprovou nos Acordos de Oslo.

A Umea University mantém vínculos profundos de pesquisa com o Instituto Israel de Tecnologia (Technion), a universidade com sede em Haifa que produz tecnologia de ponta para o exército israelense e suas agências de inteligência. Vários departamentos, envolvidos em pesquisas conjuntas com especialistas de Israel, participam de estudos multidisciplinares no Centro CBRNE de Sellstrom, dentre os quais, o departamento de computação, que coopera com o Technion israaelense no setor de sistemas de controle desde 2004; a faculdade de Medicina; e no campo da química, área de estudos do próprio Sellstrom.

A pesquisa em cooperação sueco-israelense é ativamente estimulada pela Real Academia Sueca de Ciências, que oferece bolsas e prêmios para aproximar as indústrias e as universidades dos dois países. Esse ano, o Estado de Israel está patrocinando o programa Start Tel Aviv de expansão de laços culturais, numa incansável campanha para subverter a Escandinávia. A agenda fortemente política e os laços militares por trás da cooperação bilateral já foram causa de uma ação de boicote anti-Israel, entre os professores e acadêmicos suecos.

Nenhuma credibilidade na questão síria

A expressão “relativamente grande escala” que aparece na introdução do relatório da ONU sobre a Síria é erro e exagero, porque qualquer ataque um pouco maior com gás sarin teria resultado em dezenas de milhares de mortos, sobretudo se o gás tivesse sido dispersado por foguetes militares. Os primeiros vídeos de Ghouta mostravam moradores saindo das casas para a rua, ofegantes, à procura de ar limpo. Se tivessem sido usados foguetes eficientes, todos eles, sem exceção, teriam morrido na rua, instantaneamente. A liberação do gás, portanto, aconteceu em ambiente fechado e tem de ter sido acidental, mais provavelmente num arsenal secreto de grupos rebeldes.

Resíduos químicos de supostos foguetes teriam sido oxidados pelo calor do impacto e com absoluta certeza não restaria nenhum traço detectável de organofosfato, porque o sarín decompõe-se quimicamente em 20 minutos. Os foguetes são desenhados com um sistema binário, pelo qual dois precursores químicos misturam no ar, no momento da dispersão. Portanto, não há necessidade de estabilizadores ou de dispersantes, o que implica que não restam vestígios químicos identificáveis. Os inspetores da ONU chegaram muito depois de expirado o prazo para testar amostras. E é também possível que o local e os pedaços de foguete tenham sido mascarados com sinais falsificados pelos rebeldes e seus conselheiros militares estrangeiros.

Não é possível conhecer o número exato de mortos, e com certeza não se veem nos vídeos mais que uma dúzia de cadáveres em cada imagem. As cenas com crianças são clássicas na propaganda de guerra e não são críveis, se só se veem poucos rostos. O efeito somatório daquelas imagens é mais próximo da teatralização que da reportagem confiável.

A estratégia de Sellstrom, como tudo indica, é apontar o dedo acusatório contra o regime sírio, ao mesmo tempo em que fecha a possibilidade de cenários alternativos e, de fato, mais prováveis.

Agenda Oculta

A embaixadora dos EUA à ONU, Samantha Power, fez questão de esclarecer com muita ênfase, que “o gás de efeito neurológico usado na Síria era mais concentrado que o gás de efeito neurológico no Iraque”. A declaração dela, corretamente redigida é: “Saddan pode até ter transferido para a Síria o gás letal que os EUA lhe forneceram, mas não foi o nosso gás letal que matou civis sírios”.

O ponto crucial do Relatório Sellstrom é: salvar Washington do crime de ter sido o principal fornecedor de precursores do gás letal, das fórmulas, dos sistemas da tecnologia de emprego e armazenagem do gás letal para todo o Oriente Médio, incluindo Israel, Egito, Líbia, Iraque e, possivelmente, também para a Síria (durante a era de boa vontade de Clinton).

O relatório da ONU sobre armas químicas na Síria não tem os mínimos requisitos de credibilidade, também dado o currículo duvidoso do inspetor chefe, Ake Sellstrom, financeira e politicamente comprometido em todos os níveis. É necessária uma missão técnica imparcial, de especialistas investigadores internacionais conhecidos e respeitados pela própria comunidade de especialistas, mas nem essa terá qualquer chance de fazer investigação confiável, enquanto Washington continuar a fornecer armas e apoio político aos insurgentes, inclusive à Al-Qaeda.

O objetivo geopolítico que se oculta por trás da cenografia orquestrada pela Casa Branca para a Síria é tirar de Damasco a sua já limitada capacidade de contenção contra as forças nucleares israelenses. Gás de efeito neurológico não chega a ser resposta à altura de um ataque com ogivas nucleares, mas o objetivo de Israel parece ser a absoluta supremacia estratégica contra os estados árabes e o Irã. Com o novo relatório da ONU sobre a Síria, Telavive está muitíssimo mais perto de conseguir deixar todos os seus vizinhos, além de divididos, também sem defesas.
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Yoichi Shimatsu é jornalista especializado em ciências, que trabalha em Hong Kong e coordenou a equipe de jornalistas investigativos do jornal Japan Times Weekly. Foi consultor da revista Takarajima 30, na investigação sobre o ataque com gás sarin, no metrô de Tóquio, em 1995.

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/09/relatorio-sellstrom-distribuido-pela.html

http://j.mp/1eSN48Y

Nota dos tradutores

[1] Este artigo foi dica de Pepe Escobar, pelo Facebook: “Até agora, a melhor matéria sobre o caso da inspeção da ONU na Síria. Shimatsu é jornalista de alta credibilidade. A hipótese mais aceitável, para ele, é que não houve foguete algum; que o mais provável é que tenha sido um acidente, num arsenal dos jihadistas; coincide com o que escreveu Dave Gavlak, que entrevistou moradores de Ghouta” (Pastebin)


FONTE: UJS NACIONAL

A história de Honestino passada a limpo


Ele foi perseguido, sequestrado, torturado e morto. Honestino Guimarães foi estudante da Universidade de Brasília (UnB), presidente da UNE e tinha 26 anos quando foi preso pela CENIMAR (Centro de Informações da Marinha), em 10 de outubro de 1973 no Rio de Janeiro. Depois disso, nunca se teve nenhuma notícia. Apenas em março de 1996 a família Guimarães recebeu uma certidão de óbito, sem a causa da morte. Até hoje não se conhece o local nem as circunstâncias de sua morte ou mesmo o paradeiro dos restos mortais.

Agora, na próxima sexta-feira (20/9), a partir das 14h, no Memorial Darcy Ribeiro, na UNB, acontece cerimônia de anistia post mortem do líder estudantil. O processo será instaurado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça durante a 73ª Caravana da Anistia, responsável pelo julgamento de processos de perseguidos políticos pelo Estado. Nesta edição na UNB a Caravana vai homenagear professores demitidos pelo regime militar e estudantes e funcionários que foram perseguidos pelas forças repressoras. A cerimônia reconhece a culpa do Estado e faz um pedido oficial de desculpas para a família. Além disso, reconta a história deturpada por documentos adulterados pelo regime militar.

Para Matheus Guimarães, sobrinho de Honestino, este é um passo simbólico, mas que não deixa de ser importante, sobretudo para manter viva a memória. “A importância da verdade e da justiça é grande não só para a família, mas para o país como um todo”, afirmou.

E continua: “se a gente deixa essas lacunas abertas, crimes sem julgamento, estamos deixando brechas para que fatos como esse continuem acontecendo. Como crimes de sequestros, chacinas, que ainda ocorrem com jovens de periferia, povos indígenas ou defensores ambientais onde a impunidade permanece. É fundamental que se coloque um ponto final, que não é o esquecimento, mas a verdade”.

“Ainda existem respostas que a gente busca, esperamos que com os trabalhos das Comissões da Verdade Nacional e da UNE, por exemplo, a gente tenha a verdade estabelecida e fatos importantes venham à tona”, destacou Matheus.

Para iluminar este período na história brasileira e por sua importância como líder estudantil que deu sua vida à luta por seu País que Honestino Guimarães foi o primeiro escolhido para investigação da Comissão da Verdade da UNE, instalada em janeiro deste ano, durante o 14º Conselho Nacional de Entidades de Base, o Coneb, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Desde então, a Comissão da Verdade da UNE realizou encontros e se debruçou em textos, relatos, notícias e jornais que podiam esclarecer fatos da vida do estudante goiano até o seu desaparecimento.

A equipe de trabalho da Comissão tem como conselheiro Paulo Vanucchi, ex-ministro dos Direitos Humanos e integrante da Comissão Nacional da Verdade. Além disso, colaboram pesquisadores, estudantes e historiadores que tratam sobre o período e o movimento estudantil.

Durante o 53º Conune, realizado de 29 de maio a 02 de junho em Goiás, a Comissão apresentou um documento inicial em que levanta fatos e cobra informações oficiais, do CENIMAR, por exemplo, para reconstituir como foi interrompida a trajetória de um dos milhares de estudantes fez da sua vida uma bandeira pela liberdade e pela transformação social do Brasil. Assim como a família, a UNE quer saber: onde está Honestino Guimarães?

Fonte: UNE

ANPG convoca o 39º Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos



Contemplando o tema “A pós-graduação brasileira e os direitos dos pós-graduandos”, a Associação Nacional de Pós-Graduandos convoca o seu 39° Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos (CONAP). O evento será realizado na cidade de Ouro Preto (MG) – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) – entre os dias 25 e 27 de Outubro, e debaterá o papel dos pós-graduandos na pesquisa nacional, bem como discutirá sobre os seus direitos .

Aprovaremos, também, mudanças no Estatuto da ANPG, e convocaremos o nosso 24° Congresso. Não deixe de participar!

Qualquer dúvida, envie e-mail para 39conap@gmail.com.

Regimento do CONAP

Regulamento do CONAP

Ata de Eleição

Entenda como participar do 39º CONAP

Se seu programa, instituto ou Universidade não tem uma APG, CRIE UMA!

Montar sua APG é fácil!

- Organize uma reunião de Pós-Graduandos
- Dê a maior publicidade possível
- Discutam um estatuto para a Associação
- Escolham uma diretoria
- Façam uma ata de eleição e posse

Caso haja alguma dúvida, entre em contato com um dos nossos diretores pelo email comunicacaoanpg@gmail.com ou telefone: (11) 5082-369

FILIE SUA APG À ANPG

As Associações de Pós-Graduandos devem ser filiadas à ANPG. Para isso, siga esses passos:

1.Preencha o Formulário on-Line no site da ANPG
2.Envie cópias digitais para anpgbr@gmail.com:

-Estatuto
-Ata de Eleição/posse da Diretoria
-Comprovante de Depósito da taxa de filiação, no valor de R$ 200,00.
Número da conta da Associação Nacional de Pós-Graduandos 6698-2 Ag. 4328-1, Banco do Brasil

PARTICIPE DO 39 CONAP

A APG ou Comissão Pró-APG é quem inscreve os seus delegados, suplentes e observadores.

Envie para o email 39conap@gmail.com
-Ata Padrão, disponível no site da ANPG
-Comprovantes de Matrícula
-Comprovantes de Pagamento, no valor de R$ 75,00 (delegado/suplente) ou R$ 150,00 (observador).
Número da conta da Associação Nacional de Pós-Graduandos 6698-2 Ag. 4328-1, Banco do Brasil

Fonte: ANPG

A gula do mercado pela educação não tem fim Estácio compra UNISEB





Aquisições de universidades denunciam o crescimento do negócio que atinge 5 milhões de alunos no país

Na semana passada foi anunciada a fusão da União dos Cursos Superiores SEB (Uniseb) com a rede de ensino Estácio Participações. De acordo com o diretor de Universidades Privadas da UNE, Mateus Weber, assim como no caso Kroton-Anhanguera e FMU, a compra da Uniseb pela Estácio demonstra mais uma vez a necessidade de fortalecimento da mobilização pela aprovação do projeto de lei que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior (Insaes), com a regulamentação da educação privada e instituição do Sistema Nacional de Educação (SNE).

“A compra de instituições por empresas internacionais acarreta mudanças em projetos pedagógicos de cursos que já passaram por avaliação, demissão de mestres e doutores e rebaixamento da formação dos estudantes e profissionais”, avalia o diretor da UNE.

Para ele, existe uma total despreocupação com um projeto de desenvolvimento para o país ou compromisso com uma educação de qualidade, pública e gratuita. “Por isso, convocamos todos os estudantes a se somarem nessa luta contra o capital estrangeiro na educação”.

Fundada em 1999, a Uniseb tem 37,8 mil alunos e três campi – em Ribeirão Preto, Araçatuba e São José do Rio Preto -, oferecendo 14 cursos superiores presenciais, 13 cursos superiores à distância, seis cursos de pós-graduação presencial, 24 cursos de pós-graduação à distância e 36 de pós-graduação/MBA em parceria com a Fundação Getútlio Vargas.


A compra ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “A fusão só é avaliada economicamente. Do ponto de vista da qualidade educacional, o Insaes é quem vai poder ponderar sobre esse tipo de ação. Por isso a UNE junto com as entidades de educação tem pressionado tanto pela efetivação do órgão”, explica Mateus.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) tem atuado junto ao Cade, ao Ministério da Educação, ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Fórum Nacional de Educação (FNE) para evitar negociações como essas. A Contee tem ainda intensificado as ações junto dos deputados e à UNE pela aprovação do Insaes. http://www.une.org.br/2013/06/orgao-para-avaliar-ensino-superior-e-aprovado-em-comissao-da-camara/

No fim de julho, o FNE aprovou sua 15ª Nota Pública convocando o Congresso Nacional, o MEC e o Conselho Nacional de Educação (CNE) para, em conjunto com o Fórum e suas entidades, abrirem um amplo debate sobre o processo de fusão de instituições privadas de ensino.


De acordo com estudo feito pela consultoria Hopes e divulgado no fim de agosto, o faturamento das instituições particulares de ensino superior cresceu 30% em dois anos. O valor de R$ 24,7 bilhões em 2011 subiu para R$ 32 bilhões em 2013, segundo estimativa para esse ano. As recentes fusões e aquisições de faculdades e universidades criaram gigantes monstruosos no setor e contribuíram para o crescimento do negócio que atinge 5 milhões de alunos no país.

Conforme o Censo de Educação Superior do Ministério da Educação, dos 6,7 milhões de estudantes universitários do país, 73,7% deles estão nas instituições particulares. Além disso, um grupo de 13 grandes conglomerados tem 36,2% de participação deste mercado de instituições privadas, segundo o levantamento da Hoper. Sozinho, esse grupo de empresas reúne 1,8 milhão de estudantes, o que corresponde a 37,6% do total de estudantes de faculdades particulares e cerca de 28% do total de alunos do ensino superior de todo o país.

Fonte: CONTEE

terça-feira, 3 de setembro de 2013

VENHA PARTICIPAR DE UM DEBATE SOBRE AS RECENTES MOBILIZAÇÕES E O LANÇAMENTO DO MOVIMENTO #VEMPRARUA

O Brasil tem uma historia de sangue, suor, lutas e conquistas. E assim ao passar do tempo muitos esqueceram que nunca ganhamos nada, tudo que temos foi conquistado e nesse período que estamos vivendo vemos quem quer mudanças e quem quer deixar como está e mais do que nunca temos que saber o que queremos para não nos deixar levar por qualquer discurso. A juventude teve papel fundamental em todas as conquistas e sua má escolha já foi símbolo de nosso retrocesso, então quando formos para Rua é muito bom sabermos o motivo!
Trazemos esse debate aberto para qualquer um que esteja curioso para conhecer outras opiniões e ver por outro ponto de vista.

Debate sobre a importância das recentes manifestações e o papel da juventude nelas. Contaremos com alguns convidados além disso vamos apresentar o Movimento #VemPraRua

Dia: 05/09/13, quinta-feira

Local: Centro Educacional Mauricio Barroso (CEMB) - ANTIGO COLÉGIO OPÇÃO

Horário: 10h30min


ATENÇÃO O DEBATE É ABERTO PARA TODOS PARTICIPAREM!!!

EVENTO NO FACEBOOK:
https://www.facebook.com/events/525496770856739/

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Severinas: as novas mulheres do sertão se libertam do machismo

Titulares do Bolsa Família, as sertanejas estão começando a transformar seus papéis na família e na sociedade do interior do Piauí e se libertando da servidão ao homem, milenar como a miséria.

“Cada um tem que saber o seu lugar: a mulher tem qualidade inferior, o homem tem qualidade superior.” É bem assim que fala, sem rodeios, um dos homens mais respeitados do município de Guaribas, no sertão do Piauí, pai de sete filhos (seis mulheres e um homem). “O homem é o gigante da mulher”, completa “Chefe”, como é conhecido Horacio Alves da Rocha na comunidade.

Para chegar a Guaribas são dez horas desde a capital, Teresina, até a cidadezinha de Caracol. Dali, 40 minutos de estrada de terra cercada de caatinga até o jovem município, fundado em 1997. Em 2003, Guaribas foi escolhida como piloto do programa Fome Zero. Tinha então o segundo pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, 0,214 – para efeito de comparação, o país com pior IDH do mundo é Burundi, na África com índice 0,355. Hoje, Guaribas tem 4.401 habitantes, 87% deles recebendo o Bolsa Família. São 933 famílias beneficiadas, com renda média mensal de R$ 182. O IDH saltou para 0,508.

Em todo o Brasil, o Bolsa Família atende a 13,7 milhões de famílias – sendo que 93,2% dos cartões estão em nome de mulheres. São elas que recebem e distribuem a renda familiar.

“Eu vivi a escravidão”, diz Luzia Alves Rocha, 31 anos, uma das seis filhas de Chefe. Aos três meses, muito doente, ela foi dada pelo pai para os avós criarem. Quando eles morreram, uma tia assumiu a menina. “Achei que ela não ia aguentar aquela vida de roça: era vida aquilo?”, pergunta a tia Delci. Luzia trabalhou na roça, passou fome, perdeu madrugadas subindo a serra para talvez voltar com água na cabaça. “Quando tinha comida a gente comia, se não, dormia igual passarinho”, diz. Trabalhava sem salário, sem nenhum direito trabalhista, sem saber como seria a vida se a seca não passasse e a chuva não regasse o feijão e a mandioca. Era “a escravidão”.

Quando a seca piorou, Luzia pensou em migrar para São Paulo. Foi então que chegou o programa social do governo: “Com esta ajudinha já consigo levar”, diz. Luzia decidiu ficar em Guaribas. Os filhos estudam. O marido e ela cuidam da roça.

“A libertação da ‘ditadura da miséria’ e do controle masculino familiar amplo sobre seus destinos permite às mulheres um mínimo de programação da própria vida e, nesta medida, possibilita-lhes o começo da autonomização de sua vida moral. O último elemento é fundante da cidadania”, analisam os pesquisadores Walquiria Leão Rego e Alessandro Pinzani, da Universidade de Campinas e da Universidade Federal de Santa Catarinas, no livro Vozes do Bolsa Família: Autonomia, dinheiro e cidadania. Durante a pesquisa, eles ouviram beneficiários do programa observando as transformações decorrentes do Bolsa-Família – em especial na vida das mulheres. Chegaram à conclusão que a mudança é grande: “Quando você tem um patamar de igualdade mínimo, você muda a sociedade. Claro que as coisas não são automáticas. Isto não pode ser posto como salvação da nação, mas é um começo.”

Luzia conseguiu realizar o sonho de diversas das mulheres ouvidas pela socióloga Walquiria Leão. Ela juntou R$ 50 e seguiu para o hospital da cidade vizinha, de São Raimundo Nonato para fazer laqueadura das trompas: “se tivesse mais filho a vida ia ser mais pior”. Segundo Walquíria, o desejo de controlar a natalidade foi manifestado por diversas das mulheres que ela entrevistou entre 2006 e 2011 em Alagoas, Vale do Jequitinhonha, Piauí, Maranhão e Pernambuco.

Serena, uma das filhas de Luzia, tem 8 anos e está na terceira série. Ela ajuda a arrumar a casa, já sabe cozinhar, ajuda na roça. Mas não perde suas aulas. Logo depois de cantar o alfabeto e os números, diz que quer ser “advogada e médica”. Quando perguntada sobre casamento, a pequena afirma, com a mão na cintura: “eu não vou casar, vou ser sol-tei-ra…”, diz, demorando nas sílabas.
Em maio o valor do Bolsa Família de Luzia saltou de R$ 70 reais para R$ 212. A mãe comemora: “Agora já posso comprar as coisas para minha filha: a sandália dela arrebentou e pude comprar outra”. No pé da menima, o calçado que custou R$ 7,50. “Primeiro comprei para a menina, num outro mês compro pra mim”, explica Luzia, com os pés descalços.

“Minha sina”

Do outro lado do vale que liga o centro de Guaribas ao bairro Fazenda, Norma Alves Duarte, 44 anos, vive numa casa de dois quartos. Na sala, paredes mal rebocadas mostram as marcas da massa corrida. No canto, um pequeno móvel com uma TV. A vida toda ela ajudou a mãe doente, quase não estudou – cursou até a segunda série. Como todas as mulheres dali, as atividades de criança incluíam colher feijão, pegar lenha e buscar água no olho d’água, que fica a dois quilômetros.
Norma tem 12 irmãos, 2 filhos e vive com o segundo marido – o primeiro a abandonou depois de 20 dias. “Era pau e cachaça. Aí depois arrumei o pai destes meninos. É bom mas é doido, vaidoso o velho, bebedor… Ele é bruto demais, ignorante que só. Fazer o que né? Destino é destino: quem traz uma sina tem que cumprir.”

“Esta palavra, sina, faz parte do que nós chamamos de cultura da resignação e acho que ela foi de fato rompida com o Bolsa Familia”, diz a socióloga Walquiria Leão.

No início do programa, Norma ganhava R$ 42 com seu cartão. Agora “tira” R$ 200. “Mudou, porque eu pego meu dinheirinho, compro minhas coisas, assim mesmo ele (o marido) xingando. Eu não dou ele, ele tem o dele. Ele não me dá nenhum real, bota para comer dentro de casa mas não me dá nem um real, nem dez centavos.” Para Walquíria Leão, “a renda liberta a pessoa de relações privadas opressoras e de controles pessoais sobre sua intimidade, pois a conforma em uma função social determinada, permitindo-lhe mais movimentação e, portanto, novas experiências”.

Mais divórcios

Ao saírem da miséria, “da espera resignada pela morte por fome e doenças ligadas à pobreza”, nas palavras de Walquiria, estas mulheres começam a protagonizar suas vidas.

No vilarejo de Cajueiro, a uma hora do centro de Guaribas por uma estrada de terra esburacada, a água ainda não chegou às casas. Elenilde Ribeiro, 39 anos, caminha com a sobrinha por um areial com a lata na cabeça, outra na mão. É ela quem cria a menina. “Não quero que ela sofra como eu sofri”, diz. Chegando na casa, o capricho se mostra nos paninhos embaixo de copos metálicos, na estante com fotos de família, o brasão do Palmeiras, e um gato de louça ao lado da imagem de Jesus. Do lado de fora, o banheiro – onde se usa caneca e penico –, um pátio bem varrido, uma horta suspensa, e uma pilha de lenha que Elenilde mesma coleta e quebra, apontando: “está aqui meu botijão de gás”.

Os olhos de Elenilde marejam quando conta ter sido abandonada pelo marido há treze anos, mas seu tom de voz muda ao falar do papel da renda em sua vida. “Tiro R$ 134 no meu cartão Bolsa Família mas para mim está sendo mil. Porque com este dinheirinho eu tenho o dinheiro certo para comprar (na venda) e o dono me confia. E eu sei que com isso, com ele me confiar, eu já estou comendo a mais”, explica. Elenilde também se livrou de trabalhar na roça dos outros em troca de uma diária de R$ 5. “Eu quando pego o meu dinheiro (do cartão) vou na venda, pago a conta mais velha e espero pela vontade do vindião, aí ele vai e me franqueia… E eu vou e compro de novo”. Segundo Walquíria Leão, isso tem ajudado a mulher a conquistar um novo papel na comunidade. “A experiência anterior de vida era sempre de ser desrespeitada, desconsiderada porque ela não tinha dinheiro”.

No final da mesma rua, Domingas Pereira da Lima, 28 anos, não se arrepende de ter abandonado o marido. “Ele ficava namorando com uma e com outra e eu num resisti, vim embora”. Prendendo o choro, ela continua: “Deixava eu com as crianças e se tacava no meio do mundo. A vida não é fácil mas vou levando a vida devagarzinho aqui.” Desde então, Domingas cuida dos quatro filhos com o apoio das irmãs e da mãe.

Em 2003, quando chegou o Fome Zero, foram solicitados 993 divórcios no Piauí. Em 2011 o número saltou para 1.689 casos. Dos casos não consensuais, 134 foram requeridos por mulheres em 2003; em 2011 esse número saltou para 413 – um aumento de 308%.

Ainda assim, na pequena Guaribas, a mulher ficar presa em casa em dias de festa, o alcoolismo e a infidelidade masculina são histórias contadas com naturalidade. “Vixi, aqui se conta nos dedos as mulheres que não apanham do marido”, é comum as mulheres dizerem.

Na delegacia da cidadezinha, o delegado explica que por ali o clima é sempre “muito tranquilo, sem nenhuma ocorrência. Só umas brigas de casal, coisa que a gente aconselha e eles voltam” diz.

Mirele Aline Alves da Rocha é uma das que se conta nos dedos. Aos 18 anos, a bonita jovem explica: “Apesar da minha idade já ser avançada para os daqui, eu não estou nem aí para o que eles falam. Eu quero é estudar”. A maioria das amigas se casaram aos 13 anos. Já Mirele, soteira, cursa o terceiro ano do Ensino Médio na escola estadual de Guaribas, onde vive com a tia – os pais moram no município de Cajueiro. O cartão do Bolsa Família está no nome da mãe, que recebe R$ 102 por Mirele e pelo caçula de nove anos. Ambos estudam. “Eu vejo a realidade da minha mãe e não quero seguir pelo mesmo caminho. Eu quero estudar para ter um futuro, para ser independente, para não ficar dependendo de um homem”, decreta a jovem.

No primeiro bimestre de 2013, em Guaribas, a frequência escolar atingiu o percentual de 96,23%, para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos – o equivalente a 869 alunos – e 82,29% para os jovens entre 16 e 17 anos, de um total de 175.

Mirele vai fazer o Enem e “ver o que dá”. Para cursar faculdade ela terá que sair de Guaribas mas planeja se graduar e voltar: “Gosto mesmo é daqui”.

“Nunca é demais lembrar que nossa pobreza não é um fato contingente, mas deita raízes profundas na nossa história e na forma de conduzir politicamente as decisões estatais”, avalia Walquiria. “O Bolsa Família deveria se transformar em política publica, não mais política de um governo”. “É um processo, um avanço que mal começou. E ainda é muito insuficiente. Mas quem narra uma história tem que ser capaz de narrar todos os passos desta história”, finaliza.

 *Eliza Capai é documentarista independente, autora do filme Tão Longe é Aqui. Esta reportagem foi realizada através do Concurso de Microbolsas de Reportagem da Agência Pública.
http://vimeo.com/agenciapublica/severinas

Tolerância zero para violência contra a mulher



O Senado deu mais um importante passo para o combate à violência de gênero, que mata mais de uma mulher por dia no país. Os senadores aprovaram quatro projetos resultantes do relatório final da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher.
Os projetos pretendem ampliar a rede de proteção às mulheres e punir com muito mais rigor os agressores. Agora as proposições serão votadas na Câmara para irem à sanção da presidenta Dilma e serem transformadas em lei.

A partir disso, “a submissão de alguém à situação de violência doméstica e familiar, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental como forma de exercer domínio”, será tipificado com crime de tortura e o algoz será preso com torturador, ou seja, estará cometendo um crime contra a humanidade dessa forma e sequer terá a fiança.

“As mais de mil páginas desse relatório, fruto de 18 meses de trabalho do Congresso Nacional, contam histórias trágicas, que devemos repudiar que nos emocionam que nos afetam, e que têm de nos fazer agir com toda nossa determinação para coibi-las. Trazem também um diagnóstico e um elenco de propostas, o que é muito importante”, disse a presidenta Dilma, ao participar de sessão solene em homenagem aos sete anos da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) e receber o relatório final da CPMI. A presidenta Dilma garantiu combate tenaz a essa chaga da sociedade brasileira e rigor extremo contra os praticantes de tal descalabro.

Também foi aprovado projeto que concede às mulheres benefício temporário da Previdência Social como forma de auxílio decorrente de risco social provocado por violência doméstica. E o que impõe maior celeridade na análise de pedidos de prisão preventiva contra agressores, de modo a evitar o agravamento da violência.

Além desses, foi aprovado projeto que estabelece que devam ser criados e organizados serviços públicos específicos, no Sistema Único de Saúde (SUS), para atendimento a mulheres e vítimas de violência doméstica em geral. A CPMI da Violência contra a Mulher gerou ainda outros projetos de lei que ainda estão tramitando no Senado.

Ao receber o relatório da CPMI na terça-feira (27), a presidenta Dilma assumiu perante as mulheres presentes “o compromisso de utilizar os subsídios concretos contidos neste Relatório para aprimorar políticas que temos implementado e para combater, de forma efetiva, a violência contra as mulheres”, a mais de mil páginas do relatório “contam histórias trágicas, que devemos repudiar que nos emocionam que nos afetam e que têm de nos levar a agir com toda nossa determinação para que elas não se repitam coibi-las”, afirmou a presidenta.
Dilma garantiu que “a violência contra a mulher terá tolerância zero” em seu governo e assegurou construir casas para atendimento, garantias, acompanhamento e defesa das mulheres nas 26 capitais dos estados e na capital federal.


Presidenta promete tolerância zero com agressores
Combater a violência doméstica que mata mais de 4 mil mulheres todos os anos no Brasil é tarefa de todos que acreditam no futuro. Como diz Lulu Santos na canção Tempos Modernos:

“(…) Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão (…)”

Esse mundo machista está destruindo as vidas das mulheres, das crianças e da juventude Medidas para mudar essa triste realidade são sempre bem vindas contra os fundamentalistas que ignoram os direitos humanos e depreciam a mulher, a infância e querem corromper os jovens.

A aguerrida bancada feminina no Congresso, mesmo pequena, tem conquistado vitórias importantes e luta para barrar projetos que vão contra os interesses das mulheres e de todos os que acreditam num mundo mais igual. Assim, devem levar para as ruas o projeto denominado Estatuto do Nascituro, uma violência inominável às mulheres, às crianças, aos jovens e todos os homens de bem, um retrocesso para trás da Idade Média.

Lutas que em 25 anos de existência, comemorados no início de agosto, a União Brasileira de Mulheres tem levado com galhardia e com a certeza na frente e a história nas mãos.


Por Marcos Aurélio Ruy
Fonte: UJS Nacional
O crescimento do 2º trimestre desmente os “sabichões” da mídia

A torcida e as pajelanças (como diz Luiz Gonzaga Belluzzo) dos sabichões da mídia e da especulação financeira não foram capazes de deter a economia brasileira, que decepcionou a todos os pessimistas de plantão e cresceu 1,5% no segundo trimestre. No ano, o crescimento do PIB já supera os 2% e desmente todos os pessimistas que torciam para um recuo na economia que pudesse pavimentar, no plano político, o caminho para a volta do PSDB e dos neoliberais ao governo federal.
Não deu. O receituário aplicado pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro Guido Mantega, que destoa da pregação neoliberal dos sabichões da mídia e do mercado financeiro, desmente o pessimismo e as pajelanças e aponta para a retomada do crescimento a um nível que surpreendeu aqueles que, olhando apenas para suas contas bancárias, esquecem que o Brasil mudou.
Ao apresentar, nesta sexta-feira (30) os resultados do segundo trimestre, Guido Mantega comparou o desempenho brasileiro e os dos demais países (veja ilustração), mostrando que o Brasil está no rumo certo. E tinha motivos para comemorar. No computo geral, o Brasil só ficou atrás da China, cujo crescimento foi de 1,7% sobre o período anterior. Os EUA, por sua vez, cresceram só 0,6%, marca semelhante à da Inglaterra (0,7%) e da Alemanha (0,8%), enquanto Itália e Espanha recuaram (– 0,2% e – 0,1%, respectivamente).
O resultado apresentado pelo Brasil é efeito das políticas anticíclicas praticadas por aqui num momento em que o mundo ainda se contorce na pior crise econômica desde a década de 1930.
Quando a presidente Dilma Rousseff defendeu, em viagem à Europa, que o enfrentamento da crise pelo crescimento, e não pelo receituário neoliberal que leva a economia a andar para trás, muita gente por aqui – comentaristas nos jornalões e consultores ligados à especulação financeira – torceu o nariz. Agora, o teste da realidade mostra como erraram e feio!
Os números desmentem as pajelanças do crescimento baixo:

O ministro Guido Mantega acredita que o Brasil pode voltar a crescer a uma taxa média anual de 4%, a partir de 2014, impulsionado pelas exportações previsíveis com uma possível retomada do crescimento da economia mundial.
Na análise que fez do crescimento do PIB no segundo trimestre, em entrevista na sede regional do Banco do Brasil, em São Paulo, afirmou que esse “crescimento, anualizando, representa como se a economia tivesse crescendo a uma velocidade de 6%”. Ele pensa que o país terá, em 2013, um crescimento moderado. “Nossa trajetória é de um crescimento moderado até o final do ano, mas 2014 tende a ser mais promissor”, disse, apoiando-se novamente em sinais de retomada que a economia mundial apresenta. Um exemplo que citou foi a volta do crescimento nos EUA, na União Europeia e outros mercados consumidores de produtos brasileiros, sobretudo os parceiros do Brasil no grupo dos Brics, como Índia, Rússia e China. “Estamos na rota da recuperação econômica, com redução da taxa de juros se traduzindo e um dinamismo melhor” ressaltou. “Mesmo com desafios, estamos mantendo e até acelerando o crescimento, mostrando que o Brasil está preparado para atravessar momentos difíceis na economia internacional”, disse o ministro. “Com o resultado do segundo trimestre, podemos ter recomposição da confiança na economia brasileira”.
Mas os torcedores pelo fracasso não desistem. Repetindo argumentos que não se realizaram, falam em volta da inflação, fraco crescimento da atividade e dúvidas sobre as políticas fiscal e econômica, para justificar análises segundo as quais o crescimento revelado nesta sexta-feira não vai se manter. Segundo eles, os “agentes econômicos e investidores” (isto é, os que ganham com a especulação financeira) terão “uma menor confiança no Brasil”.
Mantega tem opinião diversa. Segundo ele, o pior momento da economia devido à crise global já passou – para o mundo e para o Brasil. Ele citou as incertezas sobre a continuidade do programa de estímulo monetário pelo Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, com reflexos negativos nos chamados países emergentes. Mas, segundo o ministro, tem havido ingresso de capitais no Brasil e o governo possui instrumentos para moderar movimentos bruscos no câmbio. Como disse na semana passada a presidenta Dilma Rousseff, o Brasil tem bala na agulha!

Por José Carlos Ruy
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