quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Seminário: líderes do ‘rolezinho’ se filiam a UJS


Os organizadores do ‘rolezinho’ participaram de um bate-papo com a militância da UJS e se filiam na entidade.

Vinicius Andrade, o organizador do ‘rolezinho’, e seus colegas participaram na tarde de ontem (27) de um bate papo com a militância da UJS durante o Seminário Preparatório para o 17° Congresso da organização e se filiaram na entidade.
A garotada fez perguntas para Vinicius sobre diversos assuntos: a motivação deles para organizarem o ‘rolezinho’, posicionamento político e violência policial.

Vinicius disse que a União da Juventude Socialista o fez enxergar a necessidade de construir uma nova sociedade, onde as necessidades da juventude da periferia sejam atendidas, como lazer, cultura, esporte e educação.
“Não queremos briga, arrastão e violência. Queremos apenas nos encontrar, nos divertir, beijar na boca e ocupar todos os espaços sem sofrer preconceito por parte da elite ou violência por parte da polícia. Não iremos desistir e com o apoio da UJS, vamos até o fim”, disse Vinicius.

Nádia Campeão, vice-prefeita de São Paulo, também participou da mesa e colocou sua posição: “foi excelente a ideia de trazer os meninos do ‘rolezinho’ até essa atividade. Esse foi um fenômeno muito interessante. São Paulo tem uma porção de problemas, é uma cidade dura, uma cidade difícil, mas existem coisas bem interessantes também, como esses acontecimentos sociais que se propagam com uma imensa facilidade.

Fonte: UJS Nacional

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Seminário: UJS discute Copa do Mundo e os onze anos de governos progressistas

mesa manhã
O terceiro dia do Seminário Preparatório para o 17º Congresso Nacional da UJS foi aberto com o debate sobre o tema “11 anos de governos democráticos: por mais democracia e desenvolvimento”, que contou com a presença do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, e do presidente do Instituto Lula, Luiz Dulci.

Uma das maiores conquistas desse período – a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil – também foi bastante discutida. Aldo lembrou o papel que o futebol brasileiro cumpre no mundo (vale lembrar que mais países compõem a FIFA do que a ONU). Segundo o ministro “O Brasil ajudou a tornar o futebol mais popular e não mais um esporte anglo-saxão sem repercussão mundial”.



De acordo com Aldo Rebelo, “a Copa de 2014 trouxe benefícios importantes, antecipando obras de mobilidade urbana que poderiam demorar 30 ou 40 anos para serem realizadas”, sem contar com os efeitos positivos para a economia do país através da geração de 3,6 milhões de empregos e um crescimento de 0,7% do PIB como consequência da Copa. Sobre o debate em torno dos investimentos realizados com o esporte no Brasil, incluindo os gastos do Estado com a Copa, Rebelo afirmou: “O orçamento do esporte não chega a 1% de saúde e educação mesmo com investimento que temos feito, como 5 mil quadras e 285 centros de iniciação ao esporte”.

Luiz Dulci, que ocupou a secretaria geral da presidência durante o governo Lula, apontou para os avanços promovidos na última década com a ampliação de direitos sociais, a redução da miséria, ampliação do acesso ao emprego e mais investimentos em educação (o orçamento da área saltou de R$ 22 bilhões em 2002 para R$ 106 bilhões em 2012).

Para Dulci, programas sociais como o Bolsa Família cumprem um papel importante na luta pela redução das desigualdades: “o direito de não morrer de fome é o primeiro dos direitos humanos”, afirmou. O programa “Mais Médicos”, lançado pelo governo federal após as Jornadas de Junho, proporcionará uma ampliação do atendimento básico de saúde, inicialmente com a preferência para médicos brasileiros e posteriormente com a vinda de estrangeiros – especialmente de Cuba – para o Brasil.

Uma das áreas que mais registrou avanços na última década foi a política externa, frequentemente atacada pelos setores conservadores que se opõem à aproximação do Brasil com as demais nações latino-americanas, em detrimento do tratamento prioritário dado aos EUA e Europa até então. O desafio agora, para Luiz Dulci, é o de aprofundar as mudanças com a realização de reformas estruturais: “é imprescindível fazer uma reforma política que resgate a democracia participativa e avance nos instrumentos da democracia participativa”.

Por Yan França, secretário de comunicação da UJS em Petrópolis (RJ); Caio Botelho, diretor de formação da UJS na Bahia; e Thiago Cassis, editor do Portal da UJS.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Seminário: Mesa debate transição democrática inconclusa no Brasil

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Aconteceu hoje (26) pela manhã a mesa “Das reformas de base às reformas democráticas – A transição inconclusa da democracia no Brasil” que contou com a participação de Aldo Arantes e Julio Velloso, membros do Comitê Central do PC do B e Paulo Abrão, Secretário nacional de Justiça.
O debate teve início com Julio Velloso que falou sobre a importância de não aceitarmos passivamente a idéia de que é uma característica brasileira que os processos de rupturas democráticas sejam inconclusos. Citando o governo de João Goulart chamou atenção para quando o governo se afasta mais das elites e se torna mais representativo passando a ter mais apoio das massas.
Julio citou exemplos como Equador, Venezuela e Bolívia que tiveram mudanças muito importantes para os movimentos sociais e que só puderam se tornar realidade pela vontade de mudanças do governo e dos movimentos sociais unidos. Com isso, segundo o dirigente comunista, esses países tiveram grandes conquistas para o povo e assim. Para ele temos condições de conquistarmos tais mudanças também no Brasil e citou a questão da correlação de forças citando Lênin: “A essência da política é a correlação de forças”.
Abrão abordou a conjuntura do governo vigente e também demonstrou preocupação com as correlações de forças, sobre as manifestações de junho citou de forma mais informal que “Depois que os coxinhas saem das ruas, ficam os que fazem a luta propondo política”.
Aldo Arantes deu continuidade ao debate de forma profunda, afirmou que a reforma política seria o pilar para a execução de todas as outras reformas citando educação, reforma agrária entre outras, na seqüência ressaltou os projetos de reforma política propostos pelas bancadas partidárias que na atualidade compõe o parlamento brasileiro, colocando que só existem duas maneiras de fazermos as reformas, “uma é a reforma política e a segunda é a revolução, mas se não for com revolução tem que ser com financiamento público de campanha”.
Arantes reforçou também a importância das entidades de lutas populares UNE,UBES,ANPG, MST, no convencimento do povo brasileiro de que o centro político se mobiliza de acordo com a pressão popular pautando as exigências das massas, por exemplo o passe-livre. Finalizou afirmando que a UJS, a UNE e a UBES precisam estar nas ruas como sempre estiveram mostrando a revolução e conquistando ideologicamente, pois se trata de uma luta ideológica para conquistarmos “as mentes e corações do povo brasileiro”.
Por Yan França, secretário de comunicação da UJS de Petrópolis-RJ e Daiany Macedo, Diretora executiva da UBES.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Seminário UJS: Debate sobre as reformas Democráticas – A transição Inconclusa da Democracia no Brasil.

Foto: Pop Cardoso 

Aconteceu hoje (26) pela manhã a mesa “Das reformas de base às reformas democráticas – A transição da democracia no Brasil” que contou com a participação de Aldo Arantes e Julio Velloso, membros do Comitê Central do PC do B e Paulo Abrão, Secretário nacional de Justiça.

O debate teve início com Julio Velloso que falou sobre a importância de não aceitarmos passivamente a idéia de que é uma característica brasileira que os processos de rupturas democráticas sejam inconclusos. Citando o governo de João Goulart chamou atenção para quando o governo se afasta mais das elites e se torna mais representativo passando a ter mais apoio das massas.

Julio citou exemplos como Equador, Venezuela e Bolívia que tiveram mudanças muito importantes para os movimentos sociais e que só puderam se tornar realidade pela vontade de mudanças do governo e dos movimentos sociais unidos. Com isso, segundo o dirigente comunista, esses países tiveram grandes conquistas para o povo e assim. Para ele temos condições de conquistarmos tais mudanças também no Brasil e citou a questão da correlação de forças citando Lênin: “A essência da política é a correlação de forças”.

Abrão abordou a conjuntura do governo vigente e também demonstrou preocupação com as correlações de forças, sobre as manifestações de junho citou de forma mais informal que “Depois que os coxinhas saem das ruas, ficam os que fazem a luta propondo política”.

Aldo Arantes deu continuidade ao debate de forma profunda, afirmou que a reforma política seria o pilar para a execução de todas as outras reformas citando educação, reforma agrária entre outras, na seqüência ressaltou os projetos de reforma política propostos pelas bancadas partidárias que na atualidade compõe o parlamento brasileiro, colocando que só existem duas maneiras de fazermos as reformas, “uma é a reforma política e a segunda é a revolução, mas se não for com revolução tem que ser com financiamento público de campanha”

Arantes reforçou também a importância das entidades de lutas populares UNE,UBES,ANPG, MST, no convencimento do povo brasileiro de que o centro político se mobiliza de acordo com a pressão popular pautando as exigências das massas, por exemplo o passe-livre.

Finalizou afirmando que a UJS, a UNE e a UBES precisam estar nas ruas como sempre estiveram mostrando a revolução e conquistando ideologicamente, pois se trata de uma luta ideológica para conquistarmos “as mentes e corações do povo brasileiro”.

Por Yan França, secretário de comunicação da UJS de Petrópolis-RJ e Daiany Macedo Diretora executiva da UBES.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Polícia tucana compromete programa de Haddad na Cracolândia

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Enquanto a Prefeitura de São Paulo comanda uma ação humanista e respeitosa com relação aos dependentes químicos da Cracolândia, policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Policia Civil, que são comandados pelo governo do estado, fizeram uma operação truculenta na região nesta quinta-feira (23) com uso de balas de borracha e cassetetes. Uma pessoa ficou ferida.


Ação policial na Cracolândia

Um evento está sendo convocado, via Facebook, para repudiar a ação. O ato será nesta sexta-feira (24) às 15 horas em frente à Secretaria de Segurança Pública, na Rua Libero Badaró, 39, no Centro de São Paulo.

De acordo com o jornal Estadão, “por volta de 16h, cerca de dez viaturas cercaram os dependentes de crack que não estão inseridos no programa assistencial e estavam concentrados na Rua Barão de Piracicaba. Os policiais civis atiraram balas de borracha e jogaram diversas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo na multidão, que correu a esmo e revidou jogando pedras. O quarteirão estava lotado de dependentes”, como relatam os repórteres Bruno Ribeiro e Laura Maia de Castro.

Em coletiva, o prefeito Fernando Haddad (PT), classificou a ação como “lamentável”. “Todas as ações têm sido pactuadas. Essa ação não foi pactuada com o governo municipal. Se tivéssemos tomado conhecimento, não concordaríamos com a maneira como foi procedido”, afirmou. “Os agentes do município estão sendo convocados, porque estão em choque com o que aconteceu”, disse Haddad. O prefeito ainda disse que ligou para o governador Geraldo Alckmin para expor a situação.

Em nota, a Prefeitura considerou que o programa Braços Abertos, que contava justamente com a ausência de repressão dos dependentes, foi prejudicado e terá dificuldades para prosseguir. “Repudiamos esse tipo de intervenção, que fez uso de balas de borracha e bombas de efeito moral contra uma multidão formada por trabalhadores, agentes públicos de saúde e assistência e pessoas em situação de rua, miséria, exclusão social e grave dependência química. A ‘Operação de Braços Abertos’ é uma política pública municipal pactuada com o governo estadual, que preconiza a não-violência e na qual a prisão de traficantes deve ser feita sem uso desproporcional de força.”

Entre os dependentes, o clima foi de revolta. Muitos gritavam desesperados, chorando diante da ação surpresa. “Que hotel que nada, eles querem é matar a gente”, disse uma mulher grávida que corria da polícia.

A reportagem relata ainda que um casal que preferiu não se identificar disse que a polícia entrou no hotel da operação Braços Abertos na Rua Triunfo. “Eu estava dentro do banheiro coletivo no corredor e, quando saí, eles pediram identidade. Pedi para pegar meu bebê recém-nascido e tive que esperar eles levantarem se eu era fichada do lado de fora antes de amamentar o ‘neném’. O bebê tem apenas 2 meses”. “Nós estamos reconstruindo a vida com esse programa. Não vimos as bombas porque estávamos no curso.”



Outro lado

O Denarc nega operação surpresa e o uso de balas de borracha. Segundo o departamento, policiais foram à Cracolândia por volta das 12h com o intuito de prender um traficante de 27 anos. Ao chegar lá, com uma viatura, os três policiais afirmam ter sido agredidos por traficantes e moradores. Por isso, o Denarc diz ter voltado ao local com mais 10 viaturas, quando começou o confronto.

Operação Braços Abertos

A primeira fase da operação consistiu na desmontagem dos barracos usados como moradia nas ruas Dino Bueno e Helvétia, no centro da capital paulista. Em seguida, os moradores foram encaminhados a hotéis alugados pela prefeitura naquela região.

O projeto prevê ainda a oferta de três refeições gratuitas por dia e a contratação para serviço de varrição e zeladoria com carga de 4 horas diárias, mais duas de qualificação e salário de R$ 15 por dia de trabalho. A operação era bem avaliada pela gestão Haddad, que esperava mais dificuldades do que as surgidas até agora, e diariamente os secretários responsáveis pelo trabalho têm feito vistorias.

Operação Sufoco

Em 2012, em parceria com o então prefeito Gilberto Kassab (PSD), Alckmin encabeçou a Operação Sufoco, que tentou afastar os dependentes químicos da região, rebatizada de Nova Luz, e que seria privatizada pela administração municipal. A retirada dos moradores de rua foi à base de repressão, violência e resultou na difusão dos dependentes químicos por várias regiões do centro.
Fonte: Portal Vermelho com agências

Seminário: desmilitarização e rolezinhos serão pautas durante os debates

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A União da Juventude Socialista organiza seu Seminário Preparatório para o 17° Congresso da entidade. O evento contará com fortes debates e grandes presenças. Entre essas, duas valem destaque, devido às várias notícias sobre violência contra a juventude da periferia que acompanhamos periodicamente. São elas: “Genocídio da Juventude e Desmilitarização da Polícia” e também, “Do Aumento das Passagens ao ‘Rolezinho’: a luta por cidades mais humanas”.

A polícia militar brasileira segue um modelo anacrônico de segurança pública que favorece abordagens violentas com desrespeito aos direitos básicos do cidadão, é preciso exigir medidas concretas contra a repressão e as ações desproporcionais dessa classe contra a população, em especial, contra os jovens e a periferia.

Os “rolezinhos” que invadiram as redes sociais nos últimos dias apontam a necessidade da discussão sobre o preconceito social que nega o acesso aos jovens da periferia e quando esse jovem ocupa esses espaços( no caso, os shoppings), ele é reprimido, na grande maioria das vezes, de forma violenta. Fato que aconteceu com Vinicius Andrade, um dos astros do “rolezinho” que ostenta o número de 85 mil seguidores em sua página do Facebook.

“Quando organizamos o ‘rolezinho’ no Shopping Itaquera os ‘coxas’ não respeitaram nem as meninas que foram até lá. Violência foi pouco. Tapa na cara, cassetetes e xingamentos. Quem passava tomava e ouvia: vai sua piranha”, conta.

Atuação semelhante a que vimos nas manifestações que ganharam as ruas do país desde junho, que contaram com os episódios de violência e repressão na ação da Polícia Militar. Não dá mais para admitir uma polícia que carrega consigo o DNA da ditadura.

O assassinato covarde e gratuito do jovem secundarista, Douglas Rodrigues, pela Polícia Militar do Governo de São Paulo; o desaparecimento do pedreiro carioca Amarildo de Souza em julho do ano passado; a violência policial contra professores na Câmara dos Vereadores do Rio; mais de 600 mortos em maio de 2006 em uma série de ataques na Baixada Santista; 111 presos assassinados durante o Massacre do Carandiru.

Sem a desmilitarização, não é possível iniciar a construção de uma nova cultura policial conformada às exigências do Estado Democrático de Direito. A estrutura desta instituição não possui condições, pela sua própria formação e filosofia, de enfrentar situações dentro de parâmetros democráticos.

Formação das mesas:
Genocídio da Juventude e Desmilitarização da Polícia
Douglas Belchior (professor e ativista social, militante do Movimento Negro, Movimento de cursinhos comunitários)
Coronel Adilson Paes (estudioso do tema da violência policial)

Do Aumento das Passagens ao ‘Rolezinho’: a luta por cidades mais humanas
Nádia Campeão (vice-prefeita de São Paulo)
Netinho (Secretaria de Promoção de Igualdade Racial)
Vinicius (um dos protagonistas do ‘rolezinho’)

Endereço:
Rua Apeninos, 267 – auditório. Vai lá! Se não puder ir, não tem problema, todo o seminário será transmitido ao vivo via internet.

Acompanhe!

Por Natalia Padalko

Barão e UJS puxam marcha a favor de Snowde

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Na tarde desta quinta-feira (23), em Porto Alegre, militantes de diversas centrais sindicais e movimentos sociais se juntaram ao Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé e a União da Juventude Socialista e foram às ruas pedir o asilo em terras brasileiras do ex-analista da inteligência norte-americana, Edward Snowden. Atualmente Snowden está na Rússia.

A marcha aconteceu como abertura do Fórum Social Temático, evento criado em oposição e realizado ao mesmo tempo do que o Fórum Social Econômico Mundial de Davos.

O Barão e a UJS imprimiram mil máscaras com o rosto de Snowden e distribuíram aos manifestantes.

Além do asilo de Snowden, muitos cartazes a favor da Reforma Política e do Software Livre também podiam ser vistos nas ruas porto alegrenses.

Estima-se que mais de mil pessoas tenham participado da marcha e o evento teve grande repercussão midiática, o que reforça a causa pelo asilo de Edward Snowden.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

UJS cobrirá ao vivo ato de repúdio ao assassinato de jovem homossexual

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Amanhã, Sexta-Feira (17), a redação da UJS irá cobrir ao vivo o Ato por Justiça no Caso Kaique e Pela Criminalização da Homofobia e Transfobia.

A concentração será no Largo do Arouche e sairá em caminhada até a Coordenadoria de Diversidade (Coordenação para Políticas LGBT), onde acontecerá uma parada. Em seguida os manifestantes partirão rumo a Avenida 9 de Julho, nas proximidades da Câmara Municipal de São Paulo, com a missão de chamar atenção das autoridades competentes.

Página do ato no facebook: https://www.facebook.com/events/393391437474269/?previousaction=join&source=1

Nota do Conselho Municipal de Juventude de São Paulo

O Conselho Municipal de Juventude de São Paulo recebe com consternação a notícia do cruel assassinato do jovem Kaíque Augusto, negro, homossexual, 16 anos. Kaíque foi, infelizmente, mais uma vítima da violência homofóbica de nossa cidade. Seu assassinato na última madrugada do dia 11/01, com traços de tortura como a retirada dos dentes, hematomas na cabeça e uma barra de ferro cravada na perna, nos indignam e reforçam nossa luta pelos diretos da juventude LGBTT.

Em recente relatório da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República sobre a violência homofóbica no Brasil em 2012, constatamos que as principais vítimas são jovens de 15 a 29 anos de idade (61,16%). No critério raça/cor, a população negra e parda também aparece no topo da lista das vítimas: 51,1% das vítimas são negras e 44,5% brancas. Com base nesses dados, defendemos que a cidade de São Paulo construa um Plano Municipal de combate à homofobia, no qual a juventude seja prioridade.

É preciso também que o Estado de São Paulo tenha uma política de segurança pública que de fato assegure a vida e os direitos da juventude, seja na questão da liberdade de orientação sexual, seja na questão da circulação nos espaços públicos.

Exigimos nosso direito de viver em uma cidade, e, em um país, livre de qualquer tipo de violência e preconceito. Não podemos tolerar a banalização da vida humana.

Que a apuração desse caso seja feita, e que, imediatamente, mude-se a notificação do mesmo no que diz respeito à causa da morte, onde consta como suicídio, para homicídio.

Nossa solidariedade à família e amigos/as de Kaíque.

Conclamamos toda juventude de São Paulo à luta pela aprovação do PLC 122!

Criminalização da homofobia, já!

Conselho Municipal da Juventude de São Paulo

2014 começa com vitória para o socialismo – Por Haroldo Lima

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Os socialistas e comunistas do mundo inteiro receberiam como um grato Feliz Ano Novo a notícia de que estão indo bem as experiências socialistas no mundo e de que, sob algum aspecto importante, o socialismo acaba de marcar um tento sobre o capitalismo. Pois notícia desse tipo vem de aparecer nessa primeira quinzena de 2014. Ela vem do Oriente.

A China – porta-estandarte das experiências socialistas em curso – acaba de superar os Estados Unidos – porta-estandarte do capitalismo no planeta – em uma questão crucial: na condição de país com o maior movimento comercial da atualidade.

Já em 2012, a balança comercial da China chegara a um empate técnico com a dos Estados Unidos. Cada uma atingiu aproximadamente 3,8 trilhões de dólares. Mas, em 2013, a evolução de ambos os países foi contrastante. Enquanto a sociedade americana não conseguiu avançar em sua produção interna e em seu comércio mundo afora, a China, na base do dinamismo extraordinário do seu socialismo de mercado, continuou aumentando a produção e troca de seus produtos e, finalmente, desempatou o jogo, cravando a impressionante cifra de 4,2 trilhões de dólares na soma de suas exportações e importações. Ficou isolada em primeiro lugar no ranking dos países, sob o critério das balanças comerciais realizadas.

Esse fato tem um significado simbólico. É que os Estados Unidos, representante máximo do capitalismo, detinham, de forma absoluta e aparentemente inatingível, há mais de cem anos, o título de maior potência comercial do mundo. Jamais um país socialista, nem qualquer outro, chegou perto dessa marca. No século XIX, quem deteve essa posição foi a Inglaterra.

Outras implicações tem essa boa notícia do Ano Novo de 2014. É que ela é a preliminar de um anúncio maior que vem por aí, o da superação de uma página da história mundial, a da hegemonia absoluta que os Estados Unidos exerceram no mundo sob todos os aspectos, com a maior truculência, conquistando, ocupando e saqueando países, massacrando física e espiritualmente povos cujos sonhos de liberdade e independência sepultavam.

A virada que agora começa, de forma alguma significa que o imperialismo está batido. Ele está, meramente, abatido, perdendo posições. Sua natureza e sua pujança não mudaram. Ser desbancado da posição de maior potência comercial existente mostra que ele pode ser ultrapassado, como, aliás, enfatizou, em 1956, o grande dirigente chinês Mao Tse Tung, em famosa entrevista à jornalista Anna Louise Strong, na qual disse que “estrategicamente o imperialismo é um tigre de papel”, ao que o próprio Mao aduziu que, a curto prazo, contudo, ele deve inspirar muito cuidado, pois tem “dentes de aço”.

Ao se examinar as condições que permitiram acontecer este evento espetacular, há que se dar o crédito, em primeiro lugar, à sociedade chinesa, protagonista principal do fato, e ao modo de produção que ali se constrói, sob a direção do Partido Comunista da China, o “socialismo com peculiaridades chinesas”.

Boa parte dos teóricos ocidentais, em geral formada nas escolas do capital, mostra-se perplexa e aturdida ante o fenômeno do maior país do mundo crescer por 34 anos ininterruptos a uma média de quase 10% ao ano, retirando da faixa de pobreza mais gente do que todo o resto do mundo junto.

Para explicar este processo insólito, sem dar qualquer crédito ao socialismo, há quem faça o maior malabarismo intelectual, arrole uma porção de dados, entrelace enorme quantidade de raciocínios e formule várias teorias, todas falsas, porque escamoteiam o dado básico, a informação central de que todo aquele processo monumental é dirigido minuciosa e diretamente pelo Partido Comunista da China, que não se cansa de dizer e repetir que está construindo a “etapa primária do socialismo na China”, fruto de décadas de experimentações e ajustes, a partir do que formulou, estrutura e desenvolve o “socialismo com peculiaridades chinesas”, que é “um socialismo de mercado”, com inúmeras formas novas e criadoras.

Boa parte desses estudiosos, entre os quais alguns que se consideram de esquerda, e até marxistas, passam ao largo desses temas centrais e assim não tratam do caminho prático e atual do socialismo. Com isso excluem-se de participar do esforço de compreensão sobre o que está acontecendo no grande país asiático, onde uma formação social complexa, sedimentada na propriedade social dos grandes meios de produção, das finanças e da terra, consegue pôr em ação gigantesca quantidade de forças produtivas, organizadas das mais diferentes e originais formas, tudo integrado em sistema que articula planejamento e direção centralizados dos objetivos estratégicos com execução descentralizada dos empreendimentos imediatos, e que estrutura a convivência de múltiplas formas de propriedade, inclusive da propriedade privada, com a propriedade social, predominante sobre todas as outras.

Mas, se a emergência da China como maior potência comercial do mundo funda-se no alto desempenho do socialismo com peculiaridades chinesas, ela não teria se dado sem o concurso de outros países. Destaque-se aí o papel dos emergentes.

No caso que nos toca mais de perto, que é o da América Latina, houve um aprofundamento comercial sem precedentes das relações com a China. O volume do comércio entre essas duas partes cresceu quase 100% em 2011, relativamente a 2009.

Naturalmente que nessa relação o destaque é o Brasil. E também aí houve mudança importante, tendo a China desbancado os Estados Unidos da condição de maior parceira comercial brasileira.

Esse quadro amplo de mudanças que ocorre se insere numa alteração mais geral ainda, a do deslocamento do centro de gravidades das economias industrializadas, que sai dos países tradicionalmente desenvolvidos para os emergentes. Por trás da chamada expansão da classe média desses países está o crescimento dos seus mercados internos, muitas vezes expandidos, porque no meio dos emergentes estão grandes países.

Por último há que se registrar preocupações existentes no Brasil e América Latina no sentido de que o novo patamar de relações comerciais com a China não venha significar um aprofundamento da condição histórica de exportadora de bens primários por parte dos latino-americanos. Aí cabem, ao Estado brasileiro e aos de outros países dessa parte do mundo, cuidar da modernização de sua indústria, da garantia de sua competitividade, da subordinação dos interesses financeiros aos interesses da produção, da expansão do mercado interno, a partir do que poderemos estar, com relação à China e a todo o mundo, com uma pauta de exportação e importação mais equilibrada, produzindo e exportando produtos de maior valor agregado.

Por Haroldo Lima – Ex-Diretor Geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e membro do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil.

Publicado no portal Vermelho, 16 e 17 de janeiro de 2014.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Grito “Não vai ter Copa” é bola murcha perdida em campo

torcida brasileira
O texto “Brasil, mostra a tua Copa”, compartilhado na fanpage da Mídia Ninja no Facebook, é essencialmente muito justo. Porém, ao afirmar que com a palavra de ordem “Não vai ter Copa” o povo (“em ser, impedido de sê-lo”, como diz Darcy Ribeiro) “tira da garganta seu maior grito de esperança de que a vida pode ser maravilhosa” vira uma bola murcha perdida em campo.

Por Carla Santos*

Sim, a FIFA é o câncer do futebol mundial, assim como a CBF é o câncer do futebol brasileiro. Agora, por causa destas organizações as competições mundial e nacional, como a Copa e o Brasileirão, devem sumir do mapa?

Não, pelo menos para os apaixonados por futebol como eu. Na verdade, a palavra de ordem deveria ser #OcupeAcopa. Se a Copa não está sendo para os brasileiros — e não devemos permitir que os crimes cometidos contra a Aldeia Maracanã e a população da Mangueira, entre tantos outros, fiquem impunes — vamos ocupá-la para que seja. Vamos #OcuparOsEstádios #OcuparOstreinos, vamos arrancar a Copa das mãos dos cartolas especuladores.

Isso me parece muito mais inteligente do que ficar gritando “Não vai ter Copa” — e fazendo coro com a mídia e a oposição ao governo Lula-Dima. Até porque vai ter Copa sim, queiram ou não queriam, e o que vamos fazer? Ignorar a realidade em nome da nossa vontade — que pode ser bem intencionada, mas que não passa de vontade —, ou vamos abrir os olhos e encarar a realidade, agindo para transformá-la no lugar de negá-la?

Antes, onde estão as propostas, projetos, ações e iniciativas que se contrapõem ao modelo da FIFA de Copa do Mundo? Depois, onde estavam os manifestantes durante as votações dos projetos no Congresso Nacional brasileiro que cederam às pressões e imposições nefastas da FIFA? Sem contar que tem gente que bate no modelo FIFA de organizar o futebol mundial, mas leva o famoso cartaz “Queremos escola padrão FIFA” para as manifestações…

Se a Copa do Mundo que temos não é a que queremos, vamos à luta pela nossa Copa!

Por isso e por outras é que o título “Brasil, mostra a tua Copa” é justo e oposto a hashtag #NãoVaiTerCopa. Se não vai ter Copa, como o Brasil poderá mostrar a sua?

Crítica sem proposta é só diagnóstico, não apresenta perspectiva, é insuficiente para transformar o mundo.

#OcupeAcopa!

#AcopaÉNossa

#ForaFifa

#ComitêPopularDaCopa

Segue o texto publicado na Fanpage da Mídia Ninja no Facebook, compartilhado por Filipe Peçanha:

BRASIL, MOSTRA TUA COPA!

“Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo” disse Darcy Ribeiro em seu clássico O Povo Brasileiro.

No entorno do estádio do Maracanã, faltando cerca de 150 dias para o início da Copa da FIFA o que se pode ver é que o povo do Brasil não é mesmo bem vindo nas proximidades do palco principal da festa.

Depois de duas violentas desocupações da Aldeia Maracanã, símbolo maior da resistência e da dignidade indígena no Rio, agora é o templo negro do samba, a Mangueira, quem vê cortada em sua carne uma parte de si. Centenas de casas tornam-se ruínas e moradores perdem o pouco que tem em nome do mega-evento milionário.

Para garantir os lucros dos acionistas da FIFA – uma corporação privada, e satisfazer patrocinadores e empreiteiras, as ‘novas benfeitorias’ no entorno do estádio serão feitas nos próximos 150 dias.

Aceleradas, as obras terão orçamentos aumentados e muita maquiagem será necessária para higienizar a região e expulsar da cena, os pobres.

Apesar da dor dos índios e negros, Darcy não perdeu nunca a esperança justamente porque aqui o povo jamais se rendeu.

Ao afirmar NÃO VAI TER COPA é esse povo que tira da garganta seu maior grito de esperança de que a vida pode ser maravilhosa:

“Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma. Mais alegre porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades. Mais generosa, porque aberta à conveniência com todas as raças e todas as culturas e porque assentada na mais bela e luminosa província da Terra.”

#ResisteMangueira

Acompanhe e divulgue:

http://twitcasting.tv/midianinja

http://twitcasting.tv/antuanegestalt

Fonte: Mídia Ninha

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=262877083870444&set=a.164308700393950.1073741828.164188247072662&type=1&theater

*Carla Santos é jornalista, formada em Letras/Italiano pela USP, e atua no coletivo do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé/RJ.

A quem interessa “melar” a Copa?

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As Jornadas de Junho de 2013 mudaram o país. E a maior prova disso é que ainda hoje discutimos os efeitos daquelas mobilizações e os prováveis rumos das próximas que inevitavelmente irão ocorrer. Centenas de artigos, pesquisas e debates já foram feitos, e são várias as interpretações encontradas desse momento histórico: das mais pessimistas às mais otimistas; das mais conservadoras às mais avançadas.

Já se afirma que em 2014 duas coisas certamente irão acontecer: a Copa do Mundo de futebol e manifestações. Como uma vai influenciar a outra, se essas mobilizações serão maiores ou menores do que as do ano passado ou quais serão os seus resultados objetivos ainda são incógnitas que apenas o tempo e as movimentações que serão feitas irão responder.

Mas pelo menos de uma coisa podemos ter certeza: tal como em 2013, esses protestos estarão sob intensa disputa. Os setores conservadores mais uma vez tentarão dar o tom e direcionar as justas inquietações do nosso povo – em especial da juventude – para cumprir com seus objetivos. É uma disputa desigual: eles têm o controle da mídia e ainda contam com uma bela ajuda de correntes que se reivindicam de esquerda mas que, na prática, comportam-se como forças satélites da direita.

Uma das mais claras demonstrações de que a “disputa de rumos” já começou é pela palavra de ordem “não vai ter Copa!”, repercutida aos quatro cantos e que, se vacilar, corre um sério risco de se tornar o mote principal das jornadas que virão. Se alguém tem dúvidas sobre quem tem interesse nessa bandeira, basta dar uma olhada na edição do jornal “Folha de São Paulo” do dia 5 de janeiro: um dos principais artigos publicados tinha como título – adivinhem! – “Não vai ter Copa!”.

A Copa do Mundo é um evento privado, realizado pela Fifa que, por sua vez, está pouco se lixando para o povo brasileiro. É uma entidade corrupta que se movimenta a partir de lucros bilionários e, para ela, a Copa é apenas o mais rentável dos seus negócios.

Esse evento também possui suas contradições. Está claro que o modelo de Arenas tem encarecido assustadoramente o preço dos ingressos e afastado o povo desses espaços. Muitas obras de mobilidade urbana – a principal “herança” da Copa – estão atrasadas e em muitas cidades sequer serão realizadas, como em Salvador, onde seus quase três milhões de habitantes ainda não sabem o que é andar de metrô. Sem contar com inúmeras outras limitações que são bem conhecidas por todos nós.

Mas e aí? Considerando tudo isso parece que o mais correto a fazer é mesmo dar uma banana para a Fifa e melar esse evento. Seria uma bela demonstração de força do nosso povo. Certo?

Errado. Essa é uma visão simplista de um cenário que, por sua vez, é marcado pela complexidade. E ter a capacidade de compreender o contexto em que estamos inseridos e todos os interesses em jogo é fundamental para adotar um posicionamento justo. É preciso, como nos ensinou Lênin, “fazer a análise concreta da realidade concreta”.

Em primeiro lugar, o que deve decidir se devemos ou não apoiar uma causa não é a “beleza” de suas bandeiras, mas os interesses de fundo que ela representa. Uma greve de trabalhadores, por exemplo, parece ser uma coisa muito bacana e que deve impreterivelmente contar com o apoio dos setores que se identificam com as lutas populares, não é mesmo? Mas isso também valeria para aquela greve de caminhoneiros chilenos que, em 1973, ajudou a criar as condições para o fascista Augusto Pinochet dar um golpe em Salvador Allende e instaurar uma das mais sanguinárias ditaduras já conhecidas?

A greve pela greve, como a manifestação pela manifestação, não levará a lugar algum se seus resultados não produzirem avanços. Ou pior: levarão à retrocessos históricos.

Nesse sentido, vamos exercitar nossa imaginação e prever uma hipótese em que um verdadeiro caos se instala no Brasil, ao ponto da Copa ser cancelada ou ter sua organização seriamente prejudicada. O que emergeria desse cenário? Essa baita demonstração de força produziria avanços reais? Me parece que não.

Atualmente a presidenta Dilma Rousseff lidera todas as pesquisas de intenção de voto, com uma provável vitória em primeiro turno. Apenas um abalo sísmico de proporções catastróficas parece ter condições de mudar drasticamente esse cenário. Algo como um fracasso da Copa do Mundo, por exemplo. E uma derrota de Dilma não traria ao poder forças mais comprometidas com os interesses populares, muito pelo contrário.

Derrotar a Copa é de interesse do que há de mais conservador, reacionário e atrasado nesse país. É o objetivo da direita, que acalenta o sonho de ver seu candidato vencer as eleições presidenciais ou melhor (para eles): criar um clima que “justifique” uma intervenção, um golpe, tal como o que apeou João Goulart da presidência em 1964. Se há uma lição básica a quem quer construir lutas em defesa do povo é a de nunca subestimar a capacidade de fogo do inimigo. É preciso muita ingenuidade para acreditar que a direita brasileira possui qualquer compromisso com a democracia.

Isso não significa fechar os olhos para as contradições da Copa. Nesse cabo de guerra onde muitas vezes em lados opostos encontram-se interesses do povo versus interesses da Fifa, cabe à esquerda consequente fazer força ao lado do povo, construindo e participando de suas lutas e contribuindo para que elas resultem em avanços efetivos. Afinal, querer Hospitais e Escolas “padrão Fifa” é um direito dos brasileiros.

Mas é preciso, também, defender os pontos positivos desse evento e não cair no discurso fácil que a mídia tentará imprimir. Lutar contra as contradições e promover as críticas necessárias não se confunde com fazer coro ao campo conservador e ajudá-lo – conscientemente ou não – no seu intento de voltar ao poder.

Serão bilhões injetados em nossa economia e um mundo inteiro assistindo e conhecendo o nosso país. Realizar com sucesso a Copa é mostrar que o Brasil, ao contrário do que diz a turma do complexo de vira-lata, tem, sim, condições de realizar grandes eventos. É compreender também que não se faz luta com o povo se apartando das coisas que esse povo valoriza. E o futebol é parte inerente da identidade cultural dos brasileiros: está em nosso DNA.

O fato é que a disputa em 2014 será dura: tanto para a seleção dentro das quatro linhas quanto para os que nas ruas e avenidas lutam por um Brasil mais justo.

Por Caio Botelho – Diretor de Formação da União da Juventude Socialista (UJS) no estado da Bahia.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Publicada lei que amplia direito à meia-entrada

carteirinha
O direito de estudantes e idosos de pagar a metade do preço em ingressos de espetáculos artísticos, culturais e esportivos foi ampliado para outras pessoas, porém limitado por algumas novas regras. Com a publicação da Lei 12.933/2013 no Diário Oficial da União desta sexta-feira (27), o benefício foi estendido para pessoas com deficiência e jovens de 15 a 29 anos que comprovarem renda familiar mensal de até dois salários mínimos.


O benefício da meia-entrada para pessoas com deficiência é estendido inclusive para o acompanhante, quando necessário. No caso de jovens carentes, o desconto fica condicionado à inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Pelas novas regras, os responsáveis pelos eventos ficam obrigados a reservar 40% do total de ingressos de salas de cinema, cineclubes, teatros, espetáculos musicais e circenses e eventos educativos, esportivos, de lazer e de entretenimento para os beneficiários da lei. Para garantir que a reserva de lugares seja cumprida, a lei estabelece que qualquer pessoa pode ter acesso às informações sobre bilheteria.

Além de serem obrigados a deixar visíveis as informações sobre ingressos disponíveis e os avisos quando a cota de meia-entrada estiver esgotada, os donos de estabelecimentos terão que disponibilizar o relatório da venda de ingressos de cada evento para entidades representativas como a Associação Nacional de Pós-Graduandos, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).

Essas organizações, que emitem a Carteira de Identificação Estudantil (CIE), e as entidades estudantis estaduais e municipais filiadas terão que manter um banco de dados com o nome e o número de registro de todos os estudantes portadores da CIE, que sempre terá validade da data de expedição até o dia 31 de março do ano seguinte.

Em todas as bilheterias e portarias de eventos será obrigatória a divulgação do direito à meia-entrada para o público específico, além dos telefones dos órgãos de fiscalização. A medida não vale para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016, que são eventos internacionais, cuja organização compete aos comitês gestores.

O governo vetou alguns pontos do texto aprovado por senadores e deputados. Um deles é o que estabelecia que o estudante deveria apresentar a carteira estudantil para obter descontos no transporte coletivo local. Depois de ouvir representantes dos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Justiça, a presidenta Dilma Rousseff entendeu que essa garantia invade a competência das prefeituras e poderia prejudicar outros usuários que já contam com o desconto.

Dilma também retirou da lei o único ponto que tratava dos casos de idosos. Com isso, o Planalto atendeu às pressões feitas por estas pessoas durante a tramitação do projeto no Congresso, quando pediram para que o direito da meia-entrada fosse mantido, conforme previsto no Estatuto do Idoso, criado em 2003.

Fonte: Agência Brasil
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