segunda-feira, 21 de junho de 2010

CONGRESSO NACIONAL DA UJS ELEGE ANDRÉ TOTARSKI PRESIDENTE DA ENTIDADE

Com o auditório do Salão Iemanjá, no Centro de Convenções, lotado, 2 mil jovens empolgados ratificaram o tema do 15º Congresso Nacional da União da Juventude Socialista (UJS) — “Pra ser muito mais Brasil”. A plenária final, realizada na manhã deste domingo (20/6), pontuou os principais desafios da entidade para 2010 e elegeu a nova direção e presidente para o seu comando nos próximos dois anos.

“Montamos um congresso que conseguiu traduzir e consolidar o momento que a UJS vive; politizado e de grande mobilização. Já chegamos ao ano de 2010 com uma UJS muito forte, consolidada e capaz de dar conta dos desafios que foram colocados pra ela no futuro”, observou o ex-presidente Marcelo Gavião, que ficou à frente da entidade de 2006 a 2010. Em seu lugar, assume André Tokarski, empossado ao fim da plenária.

Ambos concordam que o desafio principal é mobilizar a juventude para eleger Dilma presidente. “A gente assume a gestão com um desafio enorme de consolidar os direitos da juventude, de eleger uma presidente compromissada com o processo de mudanças e de garantir a ampliação dos recursos para a educação no país. A UJS tem a batalha da sua história, da nossa geração, que é garantir a eleição da Dilma (Rousseff) com uma ampla mobilização da juventude”, conclamou Tokarski.

Para Gavião, isso tem relação direta com a lutar contra o retrocesso e contra a volta da velha política. “É o comando central das coisas no Brasil e, no meio disso tudo, é preciso aproveitar as oportunidades que o país tem tido, como a realização dos grandes eventos esportivos, da Copa do Mundo e Olimpíadas, a luta pelos 50% do pré-sal para a educação e a aprovação da PEC da Juventude”, exemplificou.

A Proposta de Emenda à Constituição 42/08, aprovada na Câmara em 2009, regulamenta a proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais da juventude brasileira, inserindo o termo “jovem” no Capítulo 7 da Constituição Federal, que trata dos Direitos e Garantias Fundamentais.
“Hoje, o Brasil tem 50 milhões de jovens, equivalente a 25% da população e, sem essa força ativa, não ocorrem mudanças no país. A UJS, portanto, se propõe a organizar e a mobilizar essa juventude para conduzir e, junto com outras forças, avançar no processo de mudanças”, ratificou André Tokarski, que fica na presidência da entidade até 2012.

Resoluções

Educação e emprego despontam como pilares fundamentais no projeto político da UJS para 2010. Entre as principais resoluções aprovadas durante a Plenária, diversas fizeram menção direta ou, ao menos, referência aos dois temas.

Questões como a democratização e autonomia das universidades, ampliação do acesso ao Ensino Superior, valorização do caráter politécnico e humanista no Ensino Médio com estrutura esportiva e cultural, implementação do ensino da História do continente e do povo africano, entre outras, confluíram em sintonia com propostas como a redução da jornada de trabalho e o cumprimento da Lei do Estágio, a instalação de creches nos locais de trabalho para jovens mulheres, a criação de linhas de financiamento para jovens entre 14 e 17 anos, a inserção de negros e negras no mercado de trabalho para superação das desigualdades sócio-raciais, e a defesa do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) para a juventude camponesa.

A democratização dos meios de comunicação também ganhou destaque entre as bandeiras de luta, com a defesa da implementação do Plano Nacional de Banda Larga. Preservação do meio ambiente, alteração do Código Florestal e a busca por fontes limpas de energia também constam no documento final do 15º Congresso; assim como o incentivo às práticas esportivas e a realização da 3ª Conferência Nacional do Esporte.

O movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) é outro ponto que figura entre as questões principais no plano de ações da UJS, que defende a aprovação do Projeto de Lei que criminaliza a homofobia.

Uma política nacional de combate a drogas, em especial ao uso do crack, políticas públicas para o atendimento a dependentes e campanhas de conscientização revelam o caráter atual e contemporâneo da entidade. “A resolução da UJS avança no sentido de cobrar, do Estado e da sociedade, um debate sem hipocrisia. A gente sabe que o grande problema está no tráfico e os grandes atingidos são os jovens; por isso, esse debate tem que estar inserido dentro da UJS”, afirmou Tokarski. Está prevista a realização de um seminário para tratar do tema no primeiro semestre de 2011.

Ao fim do encontro, o clima era de comemoração e, o sentimento, de “dever cumprido”. “Dirigir a UJS nos últimos quatro anos foi muito importante, porque coincidiu com o momento político marcante na história do Brasil: a experiência do Governo Lula. Desta vez, a gente pôde construir uma pauta positiva e propositiva para a juventude brasileira, ou seja, mobilizando a favor; ao contrário da década de 90, quando a pauta era ‘o contra’: contra a privatização, contra o corte de verbas na educação, contra as tantas coisas”, comparou Marcelo Gavião, já em tom de despedida.

O ex-presidente foi homenageado com a exibição de um vídeo, trazendo depoimentos de figuras destacadas do movimento estudantil e da juventude, além de lideranças do PCdoB – partido que tem estreita relação com a entidade.

“A juventude sempre participou dos momentos chaves da história do país, e eu posso garantir que a UJS sempre esteve à frente dessas lutas ao longo desses 25 anos. E assim continuaremos, honrando a nossa trajetória em defesa da juventude brasileira”, encerrou André Tokarski.

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