terça-feira, 7 de junho de 2011

Manifestações chegam a Petropolis #sosbombeiros





Oito bombeiros lotados nos quartéis de Petrópolis, Itaipava e Três Rios foram detidos durante a manifestação da categoria no Quartel Central do Rio de Janeiro, no último sábado, dia quatro. Acompanhados das esposas e filhos, mais de dois mil homens invadiram a unidade. na madrugada de sexta-feira, dia três. Durante os protestos, os manifestantes impediram que viaturas saíssem do quartel para realizar salvamentos. Sem negociação entre a categoria e o governo, homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram acionados e invadiram o quartel. Houve confusão e tumulto durante a ação, que ocasionou a prisão de 439 bombeiros.
O relações públicas do Corpo de Bombeiros de Petrópolis, capitão Ramalho, não confirmou as prisões dos oito soldados. De acordo com ele, há uma expectativa de toda a corporação para que as negociações comecem. “Estamos apreensivos com todo esse movimento. Há um clima de expectativa em todo o quartel”, ressaltou o oficial. Ainda de acordo com o capitão Ramalho, os trabalhos não foram interrompidos nos dois quartéis – Itaipava e Centro. “Estamos funcionando normalmente, com os plantões completos. A população pode ficar despreocupada com relação a isso”, frisou.
Em apoio aos homens detidos, algumas viaturas e carros particulares dos bombeiros estavam com fitas pretas amarradas nos retrovisores e antenas. O pedido de S.O.S. também foi inscrito nos vidros e em postes próximos ao quartel, na Avenida Barão do Rio Branco. Ontem pela manhã, as manifestações continuaram em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e em várias cidades do estado. No último domingo, dia cinco, uma carreata pelo Centro Histórico chamou a atenção. “A população está nos apoiando. Nossa intenção é conseguir a libertação dos bombeiros presos”, comentou um soldado, que não quis se identificar. As manifestações da categoria tiveram início há mais de um mês. Eles reivindicam um salário de R$ 2 mil – atualmente, um soldado em início de carreira ganha em torno de R$ 950.


Manifestação pacífica no Centro

No fim da tarde de ontem, bombeiros e seus familiares fizeram uma manifestação na Praça Dom Pedro, no Centro, pedindo a libertação de oito militares presos e também a melhoria dos salários. Estavam presentes representantes do 15ºGBM (Grupamento de Bombeiros Militar), que engloba os quartéis de Petrópolis, Itaipava e Três Rios. Faixas, apitos e buzinas fizeram o barulho necessário e chamaram a atenção de todos que passavam para o ato público. Em uma das faixas estava escrito: “Nossos maridos não são criminosos e vândalos, são heróis e pai de família lutando por uma causa justa”. Alguns carros decorados também acompanhavam os manifestantes.
“Estamos apoiando o protesto, pois há muitas famílias com seus respectivos chefes presos. São pessoas que dependem deles. E não acontece só com os homens, tem bombeira detida também. Meu marido não está preso, mas poderia ser um deles. Por isso que apoio, nós todos sentimos por aqueles que ficaram detidos e lutam por justiça. Tenho quatro filhos e penso como eu ficaria nessa condição”, declarou Zuleika Magrani, esposa de bombeiro.
Um bombeiro que preferiu não se identificar também comentou a situação. Ele disse que o protesto de Petrópolis faz parte de uma movimentação em todo o Estado do Rio de Janeiro, em todos os quarteis. “A concentração de maior impacto mesmo é no Rio de Janeiro, mas a adesão é geral. Queremos que o piso chegue a R$ 2 mil ainda neste ano, para todos os 17 mil bombeiros. Quem chega hoje à corporação ganha R$ 950”, afirmou o bombeiro.
O mesmo militar reclamou ainda que eles não recebem vale-transporte. “Nós dependemos da gratuidade e boa vontade dos motoristas, pois não contamos com uma regulamentação própria para isso. Já aconteceu de alguns bombeiros que moram no Rio ficarem barrados no ônibus intermunicipal. Isso também precisa ser visto”, declarou ele. A manifestação deve ser repetida até que o governo estadual libere todos os presos e as reivindicações sejam atendidas.
FONTE: Tribuna de petropolis

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