sexta-feira, 30 de março de 2012

UJS e militantes de direitos humanos protestaram em frete à sede do Clube Militar

O que era para ser uma comemoração pela passagem dos 48 anos do golpe que culminou em 21 anos de ditadura no Brasil, organizada por militares da reserva, ontem, foi marcada por manifestações. Cerca de 350 pessoas de partidos e outros movimentos sociais de esquerda, bloquearam a entrada principal do Clube Militar, na esquina das avenidas Rio Branco e Almirante Barroso, dificultando a chegada dos convidados para o evento. O tempo todo gritavam palavras de ordem, chamando os militares de torturadores e assassinos. Um dos militares revidou ao xingamento, pegou o celular de um manifestante, que reagiu. Houve empurra empurra e o estudante de Ciências Sociais, Antônio Canha, de 20 anos, acabou sendo atingido pela descarga elétrica de uma pistola Taser. Os manifestantes também derramaram um balde de tinta vermelha nas escadarias do Clube Militar, representando o sangue derramado durante a ditadura. Uma pessoa foi presa após se desentender com um militar. A confusão teve socos e pontapés. A PM usou spray de pimenta para dispersar a aglomeração que tentava impedir que o preso fosse levado. Os manifestantes fecharam a Avenida Rio Branco por dez minutos e só liberaram o trânsito após os policiais usarem bombas de efeito moral. Caso Herzog O Brasil foi denunciado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) por não apurar as circunstâncias da morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nas dependências do Exército, em São Paulo, em 1975. Segundo a denúncia, o "Estado brasileiro não cumpriu seu dever de investigar, processar" e punir os responsáveis pela morte de Herzog. O caso foi levado ao organismo internacional, que já condenou o Brasil por omissões nos crimes da ditadura militar (1964-85), por entidades de direitos humanos, como o Instituto Vladimir Herzog. O caso Herzog voltou a ser discutido em fevereiro, após a identidade de Silvaldo Leung, fotógrafo que foi usado pela ditadura para registrar a morte do jornalista, ter sido revelada.

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