Bloco na Rua: Como se iniciaram as recentes mobilizações dos estudantes de universidades privadas no Rio de Janeiro?
Igor: O problema começou após o Grupo Galileo Educacional comprar as universidades Gama Filho e UniverCidade em meados de 2011. Em dezembro deste mesmo ano, o Galileo demitiu cerca de 800 pessoas, entre professores e funcionários, além de demiti-los não pagou seus direitos trabalhistas.
Em seguida o grupo Galileu impôs um aumento abusivo na mensalidade. Os reajustes variavam entre 18% e 40%, indo bem acima dos 5,9% determinados pela taxa de inflação educacional da época.
Organizamos os estudantes e fizemos passeatas, a justiça obrigou a mantenedora a respeitar a legislação, que permite aumentos de acordo com a taxa de inflação educacional, de 5,9% na época, entretanto, pouco tempo depois, o desembargador Mauricio Pereira dos Santos deu ganho de causa à mantenedora das universidades, elevando muito a evasão dos estudantes.
Bloco na Rua: Além do aumento de mensalidades houve outros problemas também?
Igor: Sim. Além das demissões começam a ocorrer atrasos no pagamento de salários dos professores, descumprimento de contratos que vão desde a limpeza das universidades, a segurança, água e luz, ou seja, um verdadeiro caos instalado nestas instituições.
Bloco na Rua: E vocês retomam as mobilizações?
Igor: Não só mobilizações de rua como greve também. Realizamos conjuntamente com os professores uma greve de 47 dias. A greve só terminou depois que realizamos uma ocupação de uma semana na sede do grupo Galileo Educacional, daí os salários foram pagos e as aulas voltaram à normalidade.
Bloco na Rua: Mas surgem novos problemas?
Igor: No segundo semestre as universidades voltam a atrasar os salários e, o que considero muito grave também, descumprem compromissos financeiros com a Santa Casa de Misericórdia, que servia como hospital universitário, por tanto, imprescindível para a formação dos estudantes de medicina.
É partir daí que reivindicamos a instalação da CPI do ensino privado na Assembleia Legislativa do Rio.
Bloco na Rua: A CPI já apresentou algum resultado?
CPI das Universidades Privadas – RJ
Igor: Destaco em primeiro lugar que a CPI é para investigar todas as universidades privadas do Estado do Rio, não só as do grupo Galileo, isso é uma grande vitória!
Um relatório já foi produzido, nele a CPI pede o indiciamento de vários reitores por lavagem de dinheiro, desvio de recurso público, gestão fraudulenta, apropriação indébita, formação de quadrilha entre outros! O relatório pede também o indiciamento do Grupo Galileo Educaional, e dos reitores da UGF, UC e da UCAM (Universidade Cândido Mendes).
Bloco na Rua: E o ministério da educação tomou alguma providencia?
Igor: Fomos a Brasília com dois ônibus de estudantes destas universidades, participamos da jornada de lutas da UNE e exigimos uma intervenção do MEC.
O ministério instituiu uma comissão paritária, por tanto, com estudantes, professores, funcionário e mantenedora.
Bloco na Rua: o Movimento Bloco na Rua tem se posicionado contra o capital estrangeiro e pela regulamentação do ensino privado?
Igor: Exatamente! Muitos destes problemas ocorrem por que estas universidades estão na bolsa de valores, o mesmo cara que investe na Hyundai, ou na Petrobras, investe em grupos educacionais. Como a lógica destas pessoas observa apenas o lucro em detrimento da qualidade, os estudantes saem muito prejudicados. Por isso nosso movimento é contra o capital estrangeiro nas universidades. Todas estas mobilizações são lideradas pelo Bloco na Rua e, vamos levar muitos estudantes para o congresso da UNE e aprovar o fim do capital estrangeiro.
Um relatório já foi produzido, nele a CPI pede o indiciamento de vários reitores por lavagem de dinheiro, desvio de recurso público, gestão fraudulenta, apropriação indébita, formação de quadrilha entre outros! O relatório pede também o indiciamento do Grupo Galileo Educaional, e dos reitores da UGF, UC e da UCAM (Universidade Cândido Mendes).
Bloco na Rua: E o ministério da educação tomou alguma providencia?
Igor: Fomos a Brasília com dois ônibus de estudantes destas universidades, participamos da jornada de lutas da UNE e exigimos uma intervenção do MEC.
O ministério instituiu uma comissão paritária, por tanto, com estudantes, professores, funcionário e mantenedora.
Bloco na Rua: o Movimento Bloco na Rua tem se posicionado contra o capital estrangeiro e pela regulamentação do ensino privado?
Igor: Exatamente! Muitos destes problemas ocorrem por que estas universidades estão na bolsa de valores, o mesmo cara que investe na Hyundai, ou na Petrobras, investe em grupos educacionais. Como a lógica destas pessoas observa apenas o lucro em detrimento da qualidade, os estudantes saem muito prejudicados. Por isso nosso movimento é contra o capital estrangeiro nas universidades. Todas estas mobilizações são lideradas pelo Bloco na Rua e, vamos levar muitos estudantes para o congresso da UNE e aprovar o fim do capital estrangeiro.
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