quarta-feira, 24 de julho de 2013

Morre Dominguinhos, grande representante da música nordestina

Música de Dominguinhos (foto) marca novas gerações
O cantor, compositor e sanfoneiro José Domingos de Morais, o nosso Dominguinhos, morreu ontem (23), às 18 horas, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O músico fazia tratamento de um câncer de pulmão há cerca de 6 anos e sucumbiu a complicações infecciosas e cardíacas. Aos 72 anos, o compositor deixa três filhos, de seus três casamentos.

Com mais de 50 anos de carreira, Dominguinhos ganhou destaque no cenário da música popular brasileira após ser descoberto por Luiz Gonzaga, quando ainda criança tocava com familiares em frente a um hotel em Recife. O Rei do Baião o convidou a ir a Rio de Janeiro.

O sanfoneiro passou mal no dia 13 de dezembro do ano passado após o último show de sua vida em homenagem ao centenário do Gonzagão, em Exu (PE), cidade natal do Rei do Baião. Foi internado quatro dias depois em Recife e posteriormente transferido para São Paulo.

Dominguinhos nasceu em Garanhuns (PE) dia 12 de fevereiro de 1941 e iniciou a carreira artística profissional aos 16 anos após gravar uma música em disco de Luiz Gonzaga. O seu primeiro trabalho solo foi o LP Fim de festa, de 1964. De lá para cá foram 42 discos. O último Yamandu + Dominguinhos data de 2008.

Consagrado como um dos grandes compositores brasileiros, ele teve inúmeras parcerias musicais e marcou seu estilo, muito influenciado pelo seu padrinho musical, Luiz Gonzaga e também influenciou gerações de músicos pelo Brasil afora. Seu som mistura baião, bossa nova, forró, xote e jazz essencialmente e com forte sotaque nordestino foi reconhecido pro mui8tos coo o herdeiro de Luiz Gonzaga porque tocava sanfona como poucos.

Emplacou muitos sucessos, entre os quais, Eu só quero um xodó e Tenho sede, em parceria com Anastácia, sua segunda esposa, Abri a porta (com Gilberto Gil), Quem me levará sou eu (com Manduca), Isso aqui tá bom demais, De volta pro meu aconchego, entre diversas outras canções pertencentes à história da MPB, carregadas do belo sotaque nordestino.

O amigo Clodo Ferreira conta que “ele compôs com Gilberto Gil, com Chico Buarque, Djavan. A qualquer gênero ele se adaptou muito bem. Ele foi um harmonizador avançado e criativo”. Já para o maestro Marcos Farias, Dominguinhos “botou o chapéu de couro na cabeça, a sanfona no peito e cantou com Gonzaga”, tornando-se principal representante da música nordestina depois de Gonzagão.

Ganhou muitos prêmios em sua carreira. Entre os principais está o Grammy Latino de 2002 com o CDChegando de Mansinho. O CD Conterrâneos 2006 foi agraciado com o Prêmio TIM de Música, de 2007, na categoria Melhor Cantor Regional. No ano seguinte é o grande homenageado no mesmo prêmio e em 2010 vence o Prêmio Shell de Música.
Dominguinhos faz parte da história da MPB com sua trajetória singular, na qual marcou seu etilo único. Deixa uma lacuna na janela da música nordestina para o mundo.

Por Marcos Aurélio Ruy

Fonte: UJS Nacional

Nenhum comentário:

Utilizadores Online