terça-feira, 14 de junho de 2011

Entrevista com Igor Mayworm Petropolitano, candidato à presidência da UEE-RJ


Confira as propostas do representante do movimento "Transformar o Sonho em Realidade" no RJ.


Dando continuidade à série de entrevistas feitas com importantes lideranças do movimento estudantil brasileiro, o Blog Fatos Sociais conversa com o candidato à presidência da UEE-RJ, Igor Mayworm. Estudante de história da Universidade Gama Filho, Mayworm acaba de ser anunciado como candidato pela chapa “Transformar o Sonho em Realidade”.

Nesse bate papo, Igor mostra como conheceu o movimento estudantil e quais são as perspectivas para a próxima gestão da UEE-RJ. Sobre o governo Dilma, avisa: “Não há outra receita senão muitas manifestações e mobilizações”.

Confira abaixo a entrevista com Igor Mayworm:

Igor, no último domingo o movimento Transformar o Sonho em Realidade, dirigido pela União da Juventude Socialista, lhe delegou a responsabilidade de ser o candidato à presidência da próxima gestão da UEE-RJ. Como você começou a militar no movimento estudantil e como encara esta nova tarefa?

Comecei a militar no movimento estudantil secundarista, tinha apenas 14 anos de idade, cursava a última série do ensino fundamental na antiga Escola Municipal Alto da Serra, no município de Petrópolis. Certo dia os militantes da UJS Guilherme Barcelos e Luciana Bastos Dias foram na minha escola, através da APE (Associação Petropolitana de Estudantes), para organizar o grêmio estudantil. Após participar da chapa "Revolução" que venceu a eleição do grêmio, me filiei à gloriosa União da Juventude Socialista, entidade que tenho muito orgulho ser militante!

Encaro a nova tarefa como o maior desafio que já me foi delegado. Substituir Daniel Iliesco, Rodrigo Lua, Alexandre Costa, Alan Frick e tantos outros que presidiram essa importante entidade não será tarefa simples. Principalmente em se tratando de uma entidade que acabou de obter uma das mais importantes vitórias de sua história, que é a aprovação da meia passagem para cotistas e prounistas na capital do Rio de Janeiro. Isto responsabiliza a próxima gestão a conquistar vitórias ainda maiores.

A UEE-RJ conquistou no último mês o direito a meia passagem para os estudantes universitários da cidade do Rio de Janeiro. Como está esta questão?

A luta pela meia passagem é antiga na década de 80 os estudantes já levantavam esta bandeira. Após o 15º.Congresso da UEE RJ, enviamos um projeto de lei da UEE-RJ e da UNE à câmara municipal de vereadores, com a finalidade de beneficiar todos os estudantes universitários do Rio de Janeiro com a meia passagem. Porém, infelizmente este PL foi arquivado com o pretexto de não ter fonte de custeio. Então fomos a luta pela fonte de custeio e após muita pressão o prefeito enviou um projeto de lei para a câmara de vereadores com subsídio para a meia passagem, de cotistas e prounistas. Este PL foi a votação no dia 23/05/2011 quando a UEE-RJ junto com a UNE, UEES-RJ, UBES e AMES foram com mais de 3 mil estudantes as ruas do centro do Rio, ocuparam a câmara de vereadores e exigiram a aprovação da meia passagem.

Esta lei já foi sancionada pelo prefeito, mas ainda falta regulamentar. Os estudantes precisam ficar atentos, pois exigiremos a regulamentação já para o início do 2° semestre ou faremos novas manifestações. A luta não pode parar!

E, em sua opinião, quais são os desafios da UEE-RJ para o próximo período?

No próximo biênio a UEE-RJ tem grandes desafios, penso que merece maior destaque os seguintes: conquistar a meia passagem para universitários em todo o estado do Rio; e intensificar a luta pela ampliação do direito a todos os universitários. A realização de um Encontro de Cotistas e Prounistas e a III Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UEE-RJ devem ser os grande feitos da gestão.

No Rio de Janeiro a constituição estadual garante 6% da previsão orçamentária para a UERJ. Mas o governador nunca respeitou esta previsão legal. Como a UEE-RJ enfrentará este problema?

Na verdade o previsto na constituição do estado é 6% do orçamento destinado as universidades estaduais. O Sérgio Cabral não é o primeiro governador a não respeitar a constituição. Este desafio exige muita unidade do movimento estudantil e social do Rio de Janeiro, pois sem unidade e pressão popular não há governador que irá respeitar a constituição. Portanto a UEE-RJ buscará a unidade necessária para a conquista dos 6% para UERJ, UENF e UEZO.

Uma das principais bandeiras do movimento estudantil é o aumento do investimento público em educação para 10% do PIB. A presidenta Dilma Rousseff afirmou recentemente que esta meta não passará de 7% antes de 2020. Como o movimento estudantil atuará para garantir os 10% ?

No mês de Julho será aprovado o PNE (Plano Nacional de Educação), ele vai deliberar sobre a educação brasileira pela próxima década. O desafio é aprovar no congresso nacional os 10% do PIB para a educação, esta será a primeira luta da gestão. Depois é mobilizar os estudantes para pressionar nossa presidenta a implementar o plano aprovado. Não há outra receita senão muitas manifestações e mobilizações das mais variadas espécies, só assim os estudantes conseguem vitórias.

Para além das questão relacionadas à educação, como você observa este início de governo Dilma?

Nos 5 primeiros meses, sem dúvidas, o governo Dilma deixou muito a desejar. Quando milhões de brasileiras e brasileiros elegeram Dilma não foi para cortar 50 Bilhões de investimentos e aumentar juros, essa foi a receita de Serra, derrotada nas urnas por nosso povo. Espero ver o quanto antes uma agenda de avanços no Brasil, a começar por uma profunda reforma política democrática que transforme a forma de se fazer política em nosso país.

Por fim, qual mensagem você gostaria de deixar para os estudantes do Rio de Janeiro?

Unidade e combatividade! Essa é a mensagem que deixo aos estudantes do Rio de Janeiro. Temos grandes desafios pela frente, a educação em nosso estado vai de mal a pior, a universidade ainda é um espaço para poucos privilegiados, a educação básica pública é caótica e o investimento em assistência estudantil, pesquisa, extensão e iniciação científica é insuficiente. Portanto, vamos arregaçar as mangas e todos juntos, mãos à obra!

Por Theófilo Rodrigues, do blog Fatos Sociais

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