O crescimento do 2º trimestre
desmente os “sabichões” da mídia
A torcida e as pajelanças (como diz Luiz Gonzaga Belluzzo) dos
sabichões da mídia e da especulação financeira não foram capazes de deter a
economia brasileira, que decepcionou a todos os pessimistas de plantão e
cresceu 1,5% no segundo trimestre. No ano, o crescimento do PIB já supera os 2%
e desmente todos os pessimistas que torciam para um recuo na economia que pudesse
pavimentar, no plano político, o caminho para a volta do PSDB e dos neoliberais
ao governo federal.
Não deu. O receituário aplicado pela presidenta Dilma Rousseff e
pelo ministro Guido Mantega, que destoa da pregação neoliberal dos sabichões da
mídia e do mercado financeiro, desmente o pessimismo e as pajelanças e aponta
para a retomada do crescimento a um nível que surpreendeu aqueles que, olhando
apenas para suas contas bancárias, esquecem que o Brasil mudou.
Ao apresentar, nesta sexta-feira (30) os resultados do segundo
trimestre, Guido Mantega comparou o desempenho brasileiro e os dos demais
países (veja ilustração), mostrando que o Brasil está no rumo certo. E tinha
motivos para comemorar. No computo geral, o Brasil só ficou atrás da China,
cujo crescimento foi de 1,7% sobre o período anterior. Os EUA, por sua vez,
cresceram só 0,6%, marca semelhante à da Inglaterra (0,7%) e da Alemanha
(0,8%), enquanto Itália e Espanha recuaram (– 0,2% e – 0,1%, respectivamente).
O resultado apresentado pelo Brasil é efeito das políticas
anticíclicas praticadas por aqui num momento em que o mundo ainda se contorce
na pior crise econômica desde a década de 1930.
Quando a presidente Dilma Rousseff defendeu, em viagem à Europa,
que o enfrentamento da crise pelo crescimento, e não pelo receituário
neoliberal que leva a economia a andar para trás, muita gente por aqui –
comentaristas nos jornalões e consultores ligados à especulação financeira –
torceu o nariz. Agora, o teste da realidade mostra como erraram e feio!
Os números desmentem as pajelanças do crescimento baixo:
O ministro Guido Mantega acredita que o Brasil pode voltar a
crescer a uma taxa média anual de 4%, a partir de 2014, impulsionado pelas
exportações previsíveis com uma possível retomada do crescimento da economia
mundial.
Na análise que fez do crescimento do PIB no segundo trimestre,
em entrevista na sede regional do Banco do Brasil, em São Paulo, afirmou que
esse “crescimento, anualizando, representa como se a economia tivesse crescendo
a uma velocidade de 6%”. Ele pensa que o país terá, em 2013, um crescimento
moderado. “Nossa trajetória é de um crescimento moderado até o final do ano,
mas 2014 tende a ser mais promissor”, disse, apoiando-se novamente em sinais de
retomada que a economia mundial apresenta. Um exemplo que citou foi a volta do
crescimento nos EUA, na União Europeia e outros mercados consumidores de
produtos brasileiros, sobretudo os parceiros do Brasil no grupo dos Brics, como
Índia, Rússia e China. “Estamos na rota da recuperação econômica, com redução
da taxa de juros se traduzindo e um dinamismo melhor” ressaltou. “Mesmo com
desafios, estamos mantendo e até acelerando o crescimento, mostrando que o
Brasil está preparado para atravessar momentos difíceis na economia internacional”,
disse o ministro. “Com o resultado do segundo trimestre, podemos ter
recomposição da confiança na economia brasileira”.
Mas os torcedores pelo fracasso não desistem. Repetindo
argumentos que não se realizaram, falam em volta da inflação, fraco crescimento
da atividade e dúvidas sobre as políticas fiscal e econômica, para justificar
análises segundo as quais o crescimento revelado nesta sexta-feira não vai se
manter. Segundo eles, os “agentes econômicos e investidores” (isto é, os que
ganham com a especulação financeira) terão “uma menor confiança no Brasil”.
Mantega tem opinião diversa. Segundo ele, o pior momento da
economia devido à crise global já passou – para o mundo e para o Brasil. Ele
citou as incertezas sobre a continuidade do programa de estímulo monetário pelo
Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, com reflexos negativos nos
chamados países emergentes. Mas, segundo o ministro, tem havido ingresso de
capitais no Brasil e o governo possui instrumentos para moderar movimentos bruscos
no câmbio. Como disse na semana passada a presidenta Dilma Rousseff, o Brasil
tem bala na agulha!
Por José Carlos Ruy
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