terça-feira, 22 de outubro de 2013

#VemPraRua para mudar a escola no Brasil

“Não há arma mais poderosa do que o conhecimento nem maior fonte de conhecimento do que a palavra escrita. Canetas e livros são armas que derrotam o terrorismo”. Palavras da paquistanesa Malala Yousafzai, a jovem ativista, baleada aos 14 anos, por radicais pelo simples motivo de defender o direito das meninas de frequentar a escola.

No Brasil, o cenário é bem diferente do conturbado país do Oriente Médio, além do que, é inegável o grande avanço que a educação brasileira teve nos últimos anos, mais de um milhão de jovens ingressaram na faculdade através do Programa Universidade Para Todos (ProUni), porém ainda há muito a ser feito.

São vários os problemas presentes na educação pública. A falta de estrutura, os professores pouco valorizados e o ambiente escolar não é nada atrativo para os jovens. Mesmo com os diversos avanços da última década, não há como negar que a escola é o elo frágil e está em completo descompasso com o ciclo de desenvolvimento do país. A educação precisa muito mais para ser prioridade nacional como uma área estratégica pra o desenvolvimento com justiça social.

É diante desse cenário que a luta dos secundaristas para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ser destinados para a educação, além de defender uma escola com mais estrutura e modernização. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) tem a plataforma A Escola que Queremos e tem levado esse debate para dentro das escolas e para as ruas com objetivo de gritar bem alto a necessidade de os jovens terem espaço para expressar-se livremente.

Essas pautas que irão mover os debates do 40° Congresso da União Brasileira de Estudantes Secundaristas que dessa vez, acontecerá em duas cidades mineiras: Contagem e Belo Horizonte, entre o dia 28 de novembro e 1° de dezembro e conta com o número recorde de 6.400 delegados eleitos em escolas de todo o país e mais de 10 mil estudantes são esperados para os debates.

O Movimento #VemPraRua luta por melhores condições nas escolas, somos a sétima economia do mundo, mas ainda temos 14 milhões de analfabetos, um índice de 10,3% de evasão escolar no ensino médio e nossas escolas convivem com uma defasagem de 300 mil professores, além de salários baixos e ainda há governadores e prefeitos que resistem ao piso salarial do magistério. Além de tudo isso, O Plano Nacional de Educação (PNE) se arrasta há mais de 2 anos no Congresso e ainda não foi aprovado.

A luta por uma gestão democrática nas escolas, com possibilidade de livre organização, inclusão digital e atividades em período integral com aulas de artes, esporte e tecnologia. Uma atenção especial para o ensino técnico, tão fundamental para a economia brasileira e uma escola que estimule e canalize a energia e identidade do jovem brasileiro. Uma escola com a cara, a coragem e a irreverência dessa juventude que vai à luta e segue em frente por um mundo melhor.

Verba pública tem que ser para o ensino público, educação como prioridade absoluta e uma escola que tenha de fato, a cara da juventude brasileira do século 21. Como diria Paulo Freire, “a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.

Natália Padalko, da redação

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