quarta-feira, 31 de julho de 2013

I Encontro de Jovens Feministas da UJS

 
 
“Emancipar as mulheres, construir o socialismo!”

Somos jovens mulheres feministas, estudantes, trabalhadoras, mães, artistas, esportistas que lutam por uma sociedade justa e igualitária, socialista! Rompemos amarras ao longo do tempo. Lutamos por liberdade, democracia e igualdade. Herdeiras das guerrilheiras do Araguaia carregamos no sangue a coragem e o amor a revolução.

A crise econômica que assola o mundo vitimiza, sobretudo as mulheres. A opressão da mulher caminha pari passo com a opressão de classes, afirmava Marx. O sistema capitalista acentua as desigualdades sociais e a opressão contra a mulher. As jovens, negras e pobres são a parcela da população que mais sente na pele seus efeitos, configurando nos altos índices de violência doméstica, desemprego e mortalidade materna. O capitalismo é o inimigo central das mulheres e principal obstáculo a ser superado para conquistarmos nossa plena emancipação. Emancipar as mulheres é construir o socialismo!

As mulheres representam 50% da população brasileira, do eleitorado e da PEA (população economicamente ativa), no entanto essa proporção não se reflete nos espaços de poder. A eleição da presidenta Dilma é uma vitória para as mulheres que agora podem sonhar em serem professoras, médicas, advogadas, mais também presidentas da República. Isso representa uma ruptura significativa na lógica machista e patriarcal de uma sociedade como a nossa que relega as mulheres apenas o espaço privado da família e dos cuidados do lar. Não somos educadas para dirigir, mas ser dirigidas. No entanto este fato por se só não resolve os problemas das mulheres brasileiras nem acaba com o machismo. É preciso disputar consciências. E isso só será possível com reformas estruturantes que combatam a reprodução do machismo e a opressão contra a mulher.

Uma década de governos progressistas

É inegável que houve avanços significativos para as mulheres na última década. A criação da  Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, as conferências de políticas públicas para as Mulheres, a Lei Maria da Penha, programas sociais diversos que empoderam mais a mulher como minha casa minha vida e bolsa família. No entanto, são insuficientes para sanar séculos de discriminação e opressão contra a mulher. Os dados elevados de violência contra a mulher  comprovam a ineficiência dos serviços públicos. É preciso aprofundar as mudanças em curso no Brasil. As mulheres que foram as ruas em junho querem mais! E tem grandes expectativas com uma mulher no comando da nação.

Democratização dos Meios de Comunicação

Diariamente somos vítimas do machismo, que se expressa de várias formas na sociedade. Sobretudo através dos meios de comunicação. Esteriótipos de beleza e subsmissão são reproduzidos diariamente na TV, nas rádios, nos jornais e permeiam o imaginário popular. Democratizar os meios de comunicação é estratégico para desconstruir a cultura do machismo.

As meninas no poder: Reforma Política já!

Há 100 anos conquistamos o Voto feminino. E apesar de sermos a maioria do eleitorado as mulheres representam menos de 10% do Congresso Nacional. A tripla jornada de trabalho, a questão cultural e a falta de investimentos elevam as mulheres a estar longe das disputas ao parlamento. Precisamos de uma Reforma Política que assegura maior participação das mulheres, com financiamento público de campanha, lista fechada com alternância de gênero. Ampliar a participação das mulheres nos espaços de poder é aprofundar a democracia brasileira.

Por uma educação inclusiva e não sexista

A educação deve emancipar a sociedade. No entanto, as escolas e as universidades estão a quem desse desafio. A questão de gênero esta invisibilizada nos currículos, precisamos de creches e alojamentos femininos, mais segurança no campus para evitar os estupros, combater os trotes machistas. A gravidez precose retira das salas de aula milhares de meninas ampliando os índices de evasão escolar. Precisamos de uma escola e uma universidade emancipadora e feminista!

#ForaFeliciano – Por um estado laico!

Em tempos de Marcos Feliciano e de uma forte bancada religiosa no congresso nacional não é obvio defender um estado laico. A constituição brasileira e os direitos humanos vêm sendo ignorados pelo parlamento. A intolerância religiosa inibe que avancemos em debates estratégicos para as mulheres e gera por sua vez projetos como a “Cura Gay”. Em defesa dos direitos humanos, pela igualdade social e de gênero: #ForaFeliciano!

Aborto: Questão de saúde pública!

O aborto é um problema de saúde pública no Brasil. Milhares de jovens mulheres, negras e pobres têm suas vidas ceifadas pelas mãos de açougueiros em clínicas clandestinas. Este tema ainda e um tabu na nossa sociedade. As poucas mulheres que se lançam a vida pública que ousam fazer esse debate são demonizadas nas eleições, fato que ocorreu, por exemplo, com a presidenta Dilma. Enfrentar este debate é salvar a vida das nossas jovens mulheres e assegurar a autonomia da mulher sobre seu corpo.

Mais políticas públicas. Menos violência!

A cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil. A violência contra a mulher impede o  desenvolvimento nacional. É que pese a Lei Maria da Penha ser um instrumento importante para coibir a violência contra a mulher falta mais equipamentos públicos para assegurar sua plena implementação. Existem apenas 520 (Delegacias Especiais de atendimento à mulher) num total de 5 mil municípios, por exemplo. Precisamos de mais centros de referência, casas abrigos, varas especializadas e programas sociais que reintroduzam a mulher vitiminada no mercado de trabalho assegurando sua independência financeira.

Igualdade salarial

Apesar de ter 03 anos a mais de escolaridade que os homens, recebemos 30% menos no mercado de trabalho ocupamos muitas vezes as mesmas funções. A emancipação econômica é fundamental para a emancipação da mulher.

As mulheres nas ruas conquistam vitórias!

A União da Juventude Socialista dirige as principais entidades estudantis do país: UNE, UBES e  ANPG. No último congresso da UJS, aprovamos que 50% de mulheres na direção. O empoderamento das mulheres na nossa organização é um caminho sem volta!
Convocamos por tanto o conjunto da nossa militância a construir o I Encontro de Jovens Mulheres Feministas da UJS. Assumimos o desafio de aprofundar nossa elaboração e ativismo para conquistar mais direitos para as jovens mulheres brasileiras e afirmar o socialismo como caminho para sua plena emancipação!

UJS

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