quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

NOTA DE REPÚDIO DA UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA DE PETRÓPOLIS



Diante da notícia do aumento das passagens de ônibus em Petrópolis iniciamos junto com diversos outros movimentos e organizações uma série de atos contra o aumento da tarifa e também pautando outras melhorias no serviço de transporte como: o fim imediato da dupla função e a redução das passagens nos fins de semana. Vivemos em uma democracia e temos o direito de interferir e opinar nas mais diversas questões que atingem o cotidiano da população.


No entanto, nos últimos dois Atos pacíficos que fizemos na cidade de Petrópolis episódios lamentáveis e que não podem ficar impunes aconteceram. No dia 12 de janeiro durante o IV Ato promovido pela Frente de luta pelo Transporte Público de Petrópolis, o jovem Luiz Felipe Hadesh – presidente da União Estadual Estadual dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro e membro da União da Juventude Socialista- foi ferido gravemente quando, após receberem ordens internas para que não deixassem ninguém entrar na reunião do Conselho Municipal da Cidade, funcionários da SETRAC num ato de cerceamento do direito democrático que qualquer cidadão possui de participar de toda e qualquer reunião dos conselhos fecharam bruscamente a porta de vidro em cima das pessoas que queriam entrar. Nesse momento de muita tensão a porta se estilhaçou e feriu seriamente o braço esquerdo do estudante Luiz Felipe. Nenhum socorro do poder público foi prestado ao nosso companheiro, que foi levado para o hospital devido à boa vontade de um cidadão de bem que passava na rua naquele momento e entendeu a gravidade da situação. Luiz Felipe já passou por duas cirurgias no braço e encontra-se internado no Hospital Santa Tereza.

Seguindo nossa agenda de atos, no dia 13 de janeiro seguimos rumo à reunião do Conselho de Trânsito e Transporte de Petrópolis- COMUTRAN. Fizemos nossa concentração na Praça da Inconfidência, lá recebemos a informação que o portão do local onde aconteceria a reunião já estava fechado e uma grande quantidade de policiais já estava no local. Mantivemos nossa decisão e fomos em passeata em direção ao COMUTRAN. Quando chegamos no local fomos informados que não poderíamos entrar, questionamos o porquê da proibição e tentamos explicar aos policias e funcionários que tentavam impedir nossa entrada que esse era um direito nosso. Enquanto articulávamos pacificamente nossa entrada, o Secretário de Segurança Pública de Petrópolis Coronel Calixto Barbosa, num ato de descontrole, despreparo e abuso de autoridade agrediu o jovem estudante Wesley Diniz, Presidente da União da Juventude Socialista de Petrópolis, daí em diante abusos constantes aconteceram.

Mais uma vez a polícia, a mando do governo municipal, se mostrou completamente despreparada e descontrolada. Ressaltamos aqui que éramos em maioria jovens e estudantes, nossa única “arma” eram nossos cartazes e dois megafones. Numa clara situação de desproporcionalidade existiam muitos policias com armas letais e spray de pimenta. Em nenhum momento ninguém do movimento depredou nada ou agrediu ninguém. Muito pelo contrário, a todo momento puxávamos a palavra de ordem “sem violência” para tentar minimizar todo aquele absurdo que estava acontecendo. As mulheres presentes foram puxadas, empurradas e espremidas por uma barreira que os policias fizeram para impedir que as pessoas chegassem na janela do local. Algumas pessoas que estavam do lado de dentro da reunião presenciaram tudo que aconteceu e também registraram com suas câmeras e celulares. A estudante Hevia Cleffes- membro da União da Juventude Socialista- foi machucada na perna quando foi vitima do uso de força física desproporcional também por parte do Coronel Calixto Barbosa.

Viemos por meio desta nota externar para toda a população os absurdos que estão acontecendo na nossa cidade. Presenciamos cenas vergonhosas e que amedrontam qualquer pessoa. Não entendemos qual a justificativa dessa intensa repressão e cerceamento dos nossos direitos assegurados pela Constituição. O saldo de pessoas machucadas e feridas já começa a crescer em muito pouco tempo, temos muito medo do que possa a vir acontecer nos nossos próximos atos. Repudiamos a ação violenta e truculenta da polícia, repudiamos a atitude irresponsável e autoritária dos funcionários públicos que tentaram nos impedir de participar de um espaço aberto ao povo, repudiamos a forma como os movimentos sociais e a juventude de Petrópolis vem sendo tratada pelas instâncias do poder público.

Por fim, conclamamos todas as pessoas que se indignam, assim como nós, para que fortaleçam o movimento contra o aumento das tarifas e por um transporte público de qualidade, mas também que fortaleçam nossa unidade contra esse tipo de absurdo do qual fomos vitimas nesses últimos dois dias. A população precisa saber que pessoas estão apanhando, sendo proibidas de lutar por seus direitos e sendo ameaçadas. Não é essa cidade que queremos para nós! Não recuaremos um passo na luta!

União da Juventude Socialista de Petrópolis - UJS

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